Dona Esperança

Dona Esperança saiu cedo pra passear

Encontrou um belo gafanhoto a forrosear

Deu uma piscadinha pra ele, querendo prosear

Olharam um para o outro e começaram a dançar.

 

Dona Esperança estava nervosa e no pé dele pisou

O gafanhoto errou o passo e para ela olhou

Dona Esperança ficou tímida e imediatamente corou

Ele deu um sorriso e a dança recomeçou.

 

Zé do fole, com sua sanfona, fez a poeira levantar

Tocava forró e Baião, e eles não paravam de dançar

Dona Esperança e o gafanhoto formavam um belo par.

Dançaram agarradinhos até o outro dia raiar.

 

A festa estava boa e dali eles não arredavam o pé

Passaram a noite dançando, cantando igual saqué

Resolveram esperar o casamento da filha do bode Zé

O pé já tinha calo e exalava um forte fedor de chulé.

 

A noiva desistiu do casamento na hora de ir pro altar

Estava tudo arrumado e casório não podia faltar

O pai da noiva nervoso sem saber como explicar

Perguntou se ali havia noivos para se casar.

 

O gafanhoto olhou pra Dona Esperança com olhos de paixão

Ela retribuiu com olhar amoroso, aquecendo o coração

Mandaram chamar o vigário para fazer a celebração

Os dois disseram sim e selaram a união.

 

A notícia se espalhou dessa história de amor

Que a noite fria de São João se transformou em calor

Dona Esperança e o gafanhoto se casaram no salão

Entre uma dança e outra, surgiu uma grande paixão .

 

 

 

 

 

Joyce Lima
Enviado por Joyce Lima em 25/06/2022
Reeditado em 25/06/2022
Código do texto: T7545294
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