O Soldadinho de Papel

Era uma vez um soldadinho de papel,

que fora recortado e pintado pelo seu Manoel.

Pendurado na parede, todinho verde,

dava vida e esperança para aquelas crianças.

O único brinquedo que tinham, era aquele quadro,

para todos daquele pequeno orfanato.

Crianças pobres e carentes, e mui descontes.

Órfãs e sofridas, vinham daquela distante vila.

O vilarejo era formado por pescadores e mulheres

rendeiras,que passavam o dia tecendo nas esteiras.

O alimento era peixe e farinha, somente o que se tinha.

Esperavam os turistas para comprar o artesanato.

O pouco dinheiro que entrava era para o orfanato.

Todos trabalhavam incessantemente, pois tinham em mente,

fazerem aquelas pobres crianças contentes.

Mas nunca sobrava para comprar brinquedos.

Pois este era o desejo daquele povo humilde.

O único jeito era ser feito de papel, pelo seu Manoel.

Com muito capricho ele confeccionou,

aquele soldadinho verde ,que acabou na parede.

Pois no orfanato não tinha quadro

para alegrar o ambiente e deixa-los contentes.

Mas o tempo se passou e o soldadinho desbotou.

O seu Manoel adoeceu, e logo morreu.

O quadro pereceu, mas ninguém se esqueceu

que seu Manoel com amor, o fizera de papel.

Até hoje na parede esta a marca do prego.

Embora não exista mais o soldadinho,

mas lá esta o furinho...

O tempo se passou... E Jesus abençoou.

As crianças foram adotadas.

Famílias foram restauradas.

As crianças cresceram... Estudaram... Casaram...

Filhos tiveram, e lindos brinquedos compravam.

Mas nunca se esqueceram do soldadinho

de papel, do seu Manoel.