O ANCIÃO E A FORMIGA

 

- Certa vez em um lugar bem afastado, um Ancião lavrava com muito amor a tua pequena rocinha. Cuidava de uns minguados Pés de Milho,  rameiras de:  abóboras, melancia, feijão,  estaleiros de chuchu, maracujá, árvores frutíferas diversas,   tudo para consumo e a sobra era manufaturada para a criação de porcos, aves: galinhas, patos, e duas cabras com quatro cabritinhos e ao fundo um belo lago.

- Este senhor de cabelos brancos e compridos, barba cerrada, morava com sua esposa no Rancho de alvenaria, simples,  dois quartos, banheiro, cozinha e uma grande varanda, porque os filhos casaram e foram morar na Capital. Ao olhar ao redor daquele pedacinho de chão, percebia que ali morava a felicidade, tudo verdinho até em época de esturricar broto de bambu.

- O velhinho todo dia pegava a sua calada (enxada) fazia oração a Deus, dava um beijo em sua esposa e caminhava para lida diária.

- Um belo dia, passando pela sua horta de verduras, percebeu que existiam algumas folhas comidas, o seu melhor alface, espinafre, espargo, couve. Olhou de um lado, de outro, ajoelhou e percebeu uma formiguinha carregando com dificuldade um pedaço de folha, ficou prestando atenção.

- Certo momento, a folhinha caiu e a formiguinha parou cansada, olhando triste para a folhinha, e de repente aquele vulto enorme chamou atenção, quis correr, mas estava tão fraquinha que não conseguia sair do lugar.

- Aquele gigante chegou bem pertinho da formiguinha e falou:

- Ah! Então é você que está destruindo a minha hortaliça!!!

- Ela respondeu, mais ou menos...

- Eu te peguei no pulo... com a prova do crime na mão (na boca)...;

- Bem, não é o que o senhor gigante está pensando...

- Estou apenas alimentando a minha família, e ela e muito grande, tem mais de quinhentas, o ninho é novo e não temos como sobreviver sem estes alimentos...

- Justo a minha querida hortinha...  vão matá-la coitadinha, vão comer tudo.

- A formiga falou, então está é a última folhinha que eu vou levar, não voltaremos mais, eu prometo, pegou a folhinha e saiu cambaleando.

- O Ancião, perguntou, mas e depois??

- A formiga olhou quase chorando e disse, nos morreremos todos de fome, porque aprendemos apenas a saborear estas lindas, verdinhas, deliciosas e suculentas  folhas de sua hortaliça, já tentamos outras mas as novinhas formigas que nascem não conseguem e morrem, tudo bem, vamos morrer todas, até mais...

- Triste o Ancião falou, bem se é deste jeito, eu vou separar uns pés de verduras para vocês, mas tome cuidado, para não comer tudo, se deixarem para mim eu como e planto mais para vocês.

- A formiguinha saiu satisfeita, prometendo harmonia e equilíbrio no relacionamento, não iria destruir a hortaliça que seria a fonte de seu alimento.

- Após este diálogo estranho,  o Ancião acordou e percebeu que havia dormido apoiado no cabo de seu instrumento de trabalho, sob a sombra de um grande e belo jatobá, tirou o chapéu de palha, limpou a testa com um lenço de algodão, respirou fundo e  foi alegre  trabalhar cumprimentando todos os animais, pássaros, aves que ao seu arredor conviviam, com uma felicidade intensa de dever cumprido, que era de manter o equilíbrio de seu pequeno universo.

 

MORAL DO CONTO: O SEGREDO DE SER FELIZ ESTÁ   DENTRO DE NÓS, MUITO MAIS NAS TENTATIVAS DE CORRIGIR OS DEFEITOS QUE EXALTAR AS QUALIDADES. NOS HUMILDES AS QUALIDADES SAEM DO CORAÇÃO, O RESPEITO  E  A FÉ É A PONTE PARA A FELICIDADE. 

   

PS: Este Conto, o Ancião e a Formiga, faz  parte  de um esboço do Livro “O Ancião e seu Sítio Iluminado”, que está sendo preparado  já uns 15 anos, agora com autorização do Autor, estaremos publicando no Recanto (ausente a correção didática).   

Kulayb
Enviado por Kulayb em 01/03/2008
Reeditado em 01/03/2008
Código do texto: T882563
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.