O VELHO ANCIÃO E OS TOMATES SELVAGENS

 

 

 

 

- O velho ancião de nome Abraão, que morava num Sitio iluminado (contos anteriores), estava plantando algumas ramas de mandioca e ao seu lado sempre a fiel cadela de nome princesa,  brincando feito criança. Uma fila rajada, porte médio, esperta e muito viva, mas em certas horas bastante nervosa, principalmente em defesa de seu habitat e queridos companheiros.

- O trabalho de plantar ramas de mandioca é muito simples, primeiro escolhe-se as mudas (talos de ramas) depois uma terra fofa, para ela ramificar e com uma enxada, vai programando, cada enxadada um talo de uns trinta centímetros.

- Assim, estava o nosso velho e amigo ancião, quase terminando, deparou com uma ramificação diferente perto da cerca, foi lá conferir e percebeu que era um pé de tomate selvagem, nascido de alguma semente ao vento, ao transportada por pássaros, como não era erva daninha colocou mais um pouco de terra na base da plantinha e voltou para terminar o serviço.

- Ao chegar em casa ao entardecer, colocou os seus apetrechos no lugar de sempre, tudo organizado, inclusive as botas cheias de terra, para não sujar a casa, foi direto tomar banho. Saindo encontrou a sua esposa que estava fazendo o jantar, simples e apetitoso, arroz branco, abóbora cozida, espinafre ao bafo, algumas folhas de alface e uns nacos de carne frita, deu-lhe um beijo na testa e sentou a mesa.

- Olhando a sua querida esposa colocar a mesa, comentou que havia encontrado perto da cerca um pé de tomate selvagem e que havia preservado, quando a sua esposa olhou e disse, que esta espécie de tomate era muito azedo  não dava para comer e poderia arrancá-lo.

- Ele olhou meio desconfiado, falando : Ora mulher, como você sabe, não provou ainda!!!, vamos condena-lo antes de conhece-lo?

-  Terminaram de jantar e ele ajudou sua esposa arrumar a cozinha e foram para a varanda conversar olhando as estrelas.

- Passaram algumas semanas e o Ancião resolveu a olhar as mudas de mandioca, chegando lá estavam todas brotadas, de repente a Princesa começou a latir, quando ele prestou atenção percebeu que a direção do latido era para o rumo do Pé de tomate, ao chegar mais perto,  o seu pequeno pezinho de tomate estava imenso e cheio de tomates verdes e maduros, mas ao aproximar vislumbrou   alguma coisa estranha, olhou logo a direita e viu uma grande cobra listrada com o olhar fixo na direção de um ninho de codorna, então caminhou lentamente com uma grande vara e fez com a cobra desistisse de seu ataque, espantando-a, salvando o ninho de pássaros e colocando-o no alto de uma mangueira manga - rosa bem escondidos mas com possibilidades de serem encontrados pelos pais que observavam em vôo rasantes. Foi em direção ao tomateiro e fez uma colheita farta, enchendo o seu bornal.

- Assoviando chamou  sua querida cachorra que veio abanando o rabo e de joelhos, deu-lhe um belo e carinhoso abraço e seguiu para a sua casa com alegria no coração, ao lado da heroína do dia,  que salvou os pássaros de serem devorados pela serpente que agora deveria estar mastigando alguns ramos de capins.

- Na trilha, sorrindo,  provou um dos vermelhinhos, pequenos e brilhantes,  sentido um doce selvagem delicioso, sabor diferente, o que fez ficar mais entusiasmado, pensando em um belo e suculento molho ou uma saladinha,  comprovando mais uma vez  que tudo que se faz com carinho e felicidade Deus abençoa e no mínimo o resultado será de  um final feliz. Que Deus te ponha bondade !!! 

      

  PS; Lembranças ...Lembranças...singelas  lembranças... quando era criança de alguma parada no tempo que  saiu da gaveta neste momento. (O Ancião e o Sítio Iluminado).

Kulayb
Enviado por Kulayb em 22/03/2008
Reeditado em 23/03/2008
Código do texto: T912498
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