Diario de uma Nova Vida Parte 11

Diário de uma Nova Vida Parte 11

Corri feito um louco por aquele hospital. Gritava o mais alto que pudessem ouvir. Doía tudo em mim. Sabe quando você senti muito dor ou quando leva uma surra? Multiplique por um milhão e nem assim vai saber o estava sentindo. Dois enfermeiros vieram me conter, mas ainda consegui socar um deles.

Acordei no meu quarto depois do sedativo que haviam me dado. Ouvia a movimentação na sala e fui até lá. Aquelas vizinhas chatas e parasitas já estavam lá. Bandos de urubus. Minhas tias estavam cuidando de tudo e meu pai ficou no hospital disseram que ninguém o tirava do lado da minha mãe, devia ser para compensar todo esse tempo que nunca deu atenção.

Sai irado. Aquele bando de desocupados que fossem fingir tristeza em suas casas. Odeio gente que se faz de preocupado e caridoso. Isso não existe, o mundo é egoísta.

- Todo mundo vazando porque o circo dos horrores já acabou!

Todos me olharam com aquelas caras de que eu era um idiota, mas, eu estava pouco dando importância a eles e continuei.

- Vão agourar outra pessoa! Saiam da minha casa já!

Minha Tia Agatha, a irmã mais nova do meu pai me puxou pelo braço e me encarou como se fosse me bater. Só queria que tivesse tido coragem de se atrever a isso. Bate a porta e sai. Dava para escutar ela gritando meu nome, mas, precisava espairecer e sabia o local certo para isso.

Dobrei a esquina e liguei para o Salsicha, o cara era um sujeito esquisitão, mas todos no colégio tinham contato. Talvez por ele dar uma “ajudinha” quando uma parte precisava.O prédio dele ficava há uns 200 metros do meu mas, ele me encontrou no playground e me entregou o que havia pedido.

Antes de ir para casa caminhei um pouco pela minha rua, tudo aconteceu tão rápido, na verdade minha vida estava um caos. Perdi minha namorada, meu melhor amigo, briguei com a Sophia e ainda isso com a minha mãe. Queria sumir por um tempo, fechar os olhos e perceber que tudo é um pesadelo e rir de minha cara de medo. Mas não era e tinha que aceitar a situação. ‘“A vida é mesmo uma droga, nunca pára de me surpreender” Não sei bem que disse essa frase, mas, apoiava. Tanta gente que já nasce sem sorte mesmo que uma desgraça a mais ou a menos não iria fazer falta. Mas não tinha que cair sobre mim. Pois se a vida estava querendo me testar, se preparasse bem, pois não ia cair tão fácil ia dar muito trabalho.

Voltei para casa e mal olhei para aquelas sanguessugas espalhadas pela sala. Bati a porta do quarto, afinal a minha mãe que estava lá naquele hospital em coma e quem deveria estar abalado era eu não esse bando de parasitas. Também não queria que me olhassem como coitadinho por mais que o médico tenha dito que as chances dela se recuperar são poucas e se sair dessa terá seqüelas.

Liguei o som, fechei os olhos, abri a mente e parti.

Guto Angélico

Guto Angelico
Enviado por Guto Angelico em 26/07/2008
Código do texto: T1098020
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.