"A Batalha de Fogo" cap. 5 - 'Ataque nos Montes Sombrios'

A manha seguinte amanheceu fria e Darla não sabia se era porque estavam no meio de uma mata, onde o sol mal batia ou se era porque passou a noite enrolada num pano úmido que não a esquentou nem de longe; na verdade, ouve uma hora em que Darla pensou seriamente em se aproximar de Finiti, para ver se esquentava um pouco.

Mas não teve muito tempo para reclamar, porque alguns minutos depois que levantou, Argo e Ectavios entraram com os braços carregados de frutas, que eles comeram rapidamente, para partir logo.

- por que tanta pressa? Estamos fugindo de alguma coisa?- perguntou ela mastigando um pedaço de manga.

- é claro que estamos,- respondeu Ectavios.- as criaturas das trevas perseguem todo e qualquer habitante dos cinco reinos, aonde quer que estejam, e se tiverem oportunidades mata-lo, mataram. Temos que partir antes do sol ficar alto.

E assim se fez.

Em menos de meia hora todos estavam montados nos cavalos, Darla dessa vez com Marlim, prontos para partir. Exceto Finiti. A moça estava parada em frente à cabana, a fixando, concentrada.

- o que ela vai fazer?- perguntou Darla a Marlim.

- vai queimar a cabana, não podemos deixar vestígios.- respondeu Marlim.

- mas se alguém ver uma cabana incendiada no meio da mata com certeza vão desconfiar, não é mesmo?- insistiu Darla.

- não do nosso jeito.- respondeu Marlim com um sorriso levado.

Darla já ia fazer outra pergunta quando de repente as mãos de Finiti se incendiaram e como se tentasse derrubar a cabana ela a empurrou, com as mãos em chamas, e a cabana pegou fogo na hora e em menos de um minuto estava tudo no chão, num monte de cinzas.

- uau!- exclamou Darla de boca aberta.- incrível!

- e veja agora.- disse Marlim.

Bóreas, que estava montado perto de Finiti, bateu palmas e uma forte corrente de ar varreu as cinzas para longe.

- pronto. Missão cumprida.- disse Marlin sorrindo.

- muito bem, vamos!- exclamou Argo depois que Finiti montou e os cinco cavalos se inclinaram nas patas traseiras, relincharam e como trovoes dispararam silenciosamente pela trilha da mata.

A mata ficou para trás, num borrão verde e logo eles estavam cavalgando nas margens do rio que Darla viu do topo das montanhas na tarde passada. Darla estava adorando a viagem, os cavalos eram silenciosos e um vento gostoso batia em seu rosto, o sol estava gostoso e a paisagem era maravilhosa. O rio foi ficando para trás, sendo substituído por varias colinas que se transformaram em montes que impediam uma visão mais ampla.

Eles entraram numa passagem estreita, onde não dava para os cavalos andarem lado a lado e então tiveram que formar uma fila: Ectavios e Argo iam a frente, atrás ia Marlim com Darla e fechando a fila Finiti e Bóreas por ultimo.

Um silencio incomodo caiu sobre o grupo, Darla estava sentindo uma sensação estranha, como se alguém a observa-se de longe; todos olhavam para todos os lados e até os cavalos pareciam preocupados. Chegaram num trecho pouco mais espaçoso, porem, mais escuro, porque os montes eram mais altos e tinham arvores em seus topos, impedindo o sol de entrar na passagem. O coração de Darla batia rápido e foi então que ela vislumbrou no topo do monte, escondido atrás de uma arvore, um homem de pele esverdeada, tinha pequenas argolas no nariz e nas orelhas, tinha cabelos ensebados e uma aparência maligna e olhos cruéis. Teve um mau pressentimento.

- ei Marlim quem é ...

- aaaaahhhhh!!!!

Todos olharam para trás.

Bóreas foi arremessado a dois metros de seu cavalo, uma grande flecha, de aparência venenosa, no peito.

- ali!- berrou Darla apontando para o homem atrás da arvore.

- vens!- gritou Marlim jogando uma longa capa em cima de Darla e dizendo palavras estranhas bem na hora que uma chuva de flecha caiu sobre o grupo. Porem nenhuma atingiu Darla, simplesmente bateram na capa de Marlim e caíram no chão.

- Marlim, pegue Bóreas e fuja, Darla siga ele.- ordenou Finiti colocando Bóreas em seu cavalo.

- vamos!

Marlim pulou para o cavalo da moça e com um tapa nos quartos do cavalo, dispararam passando por todos, Darla o seguindo de perto, ainda coberta pela capa. Antes que fizessem uma curva e deixassem os outros três completamente para trás Darla, virou a cabeça, mas só viu uma chama gigantesca e um redemoinho de água e outro de terra.

Flechas ainda os seguiam e erravam Marlim por pouco.

- vamos, depressa, vá Ventania, vá!

E como se respondessem à ordem do jovem, os dois cavalos correram ainda mais rápido e de repente, com um grande salto para o ar, grandes asas se abriram dos lados dos dois cavalos e eles subiram velozmente para o alto, deixando o inimigo para trás.

- quem eram aqueles homens?!- berrou Darla para Marlim, enquanto os cavalos avançavam rapidamente pelo céu, as asas batendo e proporcionando um vento agradável, que Darla teria apreciado bem melhor se a situação no fosse tão grave.

- são vens.- respondeu Marlim.- homens perigosos, em cujas veias não correm sangue e sim veneno, eles passam as flechas na pele e as lançam, envenenadas, nos inimigos. É um veneno realmente perigoso, não é qualquer pessoa que consegue curar uma pessoa envenenada, muitas morrem horrivelmente.

Darla olhou para Bóreas, sua pele geralmente acinzentada estava ficando levemente verde, seus olhos estavam saltados e sua boca aberta numa espécie de grito silencioso.

- ele vai ficar bem não vai?- perguntou Darla preocupada.

- é claro que vai, o senhor Amintor tem grandes curandeiros.- respondeu Marlim e parecia estar fazendo força para acreditar nas próprias palavras.- vamos!

Os cavalos, se é que era possível, bateram as asas mais rápido ainda e logo Darla começou a vislumbrar ao longe pontas de coisas que ela achava serem grandes torres.

Uma espuma amarelada começava a fermentar nos cantos da boca de Bóreas, Marlim murmurava palavras no ouvido do homem, mas não parecia fazerem muito efeito, seus olhos pareciam cheios de teia de aranhas.

- vamos Bóreas, agüente mais um pouco, estamos quase lá.- exclamou Marlim apertando o braço de Bóreas.

Darla olhou para frente e viu onde estavam chegando.

Logo a frente se estendia uma grande cidade, as casas camponesas, de telhados colmo, algumas mais altas e outras compridas, moradores andavam para lá e para cá, puxando carroças ou conduzindo gado para os grandes prados que se estendiam ao redor da cidade.

Mas eles não pararam e Darla descobriu para onde estavam indo, logo à frente, no lado norte da cidade, se erguia um gigantesco castelo, com dezenas de torres e torrinhas, milhares de janelas, portas que levavam a belas varandas, querubins esculpidos aqui e ali, rosas se entrelaçavam cobrindo todo o imenso telhado. O castelo era cercado por um imenso muro branco, onde a hera crescia solta, e havia um imenso jardim que de tão grande parecia mais um pequeno bosque, com arvores, fontes, flores maravilhosas que Darla nunca havia visto antes e até um pequeno lago em que a água tilintava a luz do sol. Havia um pequeno caminho, ladeado de arbustos em forma de grandes pássaros, que dava entrada para o castelo, apartir de um imenso portão dourado que se abria para a vila.

- chegamos!- gritou Marlim para Darla.- ao palácio de Golden Eden, na Cidade Imperial de Eleon, onde vive o Rei Amintor.

Os cavalos foram descendo até que pousaram com um leve baque no maravilhoso gramado verde.

- socorro! Depressa!- berrou Marlim tirando Bóreas do cavalo.- homem ferido! Homem ferido!

Algumas pessoas que estavam no jardim correram para ajudar, todos vestidos com longas túnicas brancas, a maioria de cabelos vermelhos e pele levemente rosada.

- o que feriu o homem?- perguntaram enquanto levavam Bóreas rapidamente para dentro.

- Vens, nos Montes Sombrios.- respondeu Marlim.- ele esta muito mal, se não receber socorro irá morrer!

Uma mulher correu á frente a abriu as grandes portas do castelo e eles entraram por um imenso corredor, onde havia um longo tapete vermelho no chão de mármore, as paredes decoradas por grandes quadros de homens altos, fortes, com ar sábio, todos sentados em tronos, usando lindas coroas e segurando o cetro real.

De repente o corredor se abriu e eles entraram correndo num grande salão, onde havia janelas que iam do chão ao teto, esculturas de mármore, quadros e lindas cortinas vermelhas. No fundo do salão, à frente de um imenso quadro, onde haviam homens envoltos por fogo e montados em cavalos alados, que também estavam envoltos em chamas, havia um grande trono de ouro maciço, com pedras de rubi contornando sua cabeceira, e sentado nele achava-se um homem forte, de idade madura, olhar sábio, tinha cabelos e barba ruiva, olhos azuis e usava uma maravilhosa coroa de outro branco em que retiniam diamantes e rubis.

O rei Amintor se levantou.

- senhor, majestade...- Marlim se jogou de joelhos afrente do homem.- Bóreas, de Ventos Soprano, senhor...ferido...vens...nos Montes Sombrios.

O rei adiantou-se até Bóreas, que ainda era segurado por seus servos.

Sua aparência estava inda pior, agora sua pele estava ficando amarelada também, sua boca envolta numa pus nojenta, seu olhos cobertos por teias.

O rei esticou a mão sobre ele e disse palavras estranhas, Bóreas arfou profundamente, como se engaçasse com o ar e seus olhos se abriram repentinamente.

- levem este homem para Mestre Gili.- mandou ele com uma voz retumbante.- ele o curará.

E os homens correram para uma grande porta a esquerda do trono.

- ah, obrigado senhor!- exclamou Marlim ainda de joelhos.- viva Amintor, rei de Eleon!

- levante-se Marlim, filho de Merlim.- mandou o rei sentando-se novamente.- e não se preocupe, seu amigo esta em excelentes mãos.

- é claro senhor, confio em seus Mestres.- disse Marlim levantando-se, os olhos cheios de lagrimas.

- e quem é esta?- perguntou o rei olhando para Darla.

- oh sim meu senhor.- exclamou Marlim dando um tapa na testa.- esta é Darla Lusbel, filha Agenor, a Portadora da luz, senhor.

Os olhos do rei se alagaram, ele olhou para Darla com surpresa e admiração e então se levantou.

- bem vinda à terra de Eleon, Lusbel.- disse ele inclinando a cabeça para Darla, numa pequena reverencia.

- oh!- Darla se jogou no chão como Marlim.- não sou digna de reverencia meu senhor, mas tu és, pois salvou a vida de nosso amigo.

- mas tu poderás salvar o mundo.- disse o Amintor estendendo a mão para Darla e a erguendo.- mas onde esta Argo e Ectavios, e onde esta... minha filha?!

Ele olhou repentinamente preocupado para Marlim, que baixou a cabeça quando respondeu:

- ficaram, senhor...para enfrentar os vens.

Amintor pois a mão no peito e se sentou no trono, os olhos fixos no colo.

- quem é a filha dele?- sussurrou Darla para Marlim.

- Finiti.-respondeu o jovem fixando no rei um olhar de pena e admiração

- Finiti?!- exclamou Darla bem na hora que a porta do salão se escancarou.

Finiti entrou correndo, seguida por Argo e Ectavios, os três muito sujos e suados. O rei levantou-se bruscamente.

- minha filha!- exclamou ele abraçando a filha.- como você esta? Foi ferida?

- não meu pai, estamos bem.- respondeu Finiti arfando e agarrando o pai com força.- mas onde esta Bóreas? Como ele esta?

- o mandei para mestre Gili, ele saberá cuidar do ferimento, Bóreas ficará bem.- disse o rei.- e vocês bravos cavaleiros, como estão?

- estamos bem majestade.- responderam Argo e Ectavios fazendo uma profunda reverencia.- mas realmente foi por muito pouco, estávamos atentos a qualquer perigo, mas não acreditávamos que ele iria realmente acontecer.

-sim, os tempos estão funestos, é preciso contar com o perigo a qualquer hora e em qualquer lugar.- disse Amintor sabiamente, voltando a seu trono.- mas e a Escolhida, eles a viram?

- não temos certeza, senhor, mas acho que sim.- respondeu Argo preocupado.- Marlim a cobriu com sua capa, mas acho que antes disso já tinham visto.

- se estam falando daqueles homens verdes, sim eles me viram.- disse Darla.- antes de atingirem Bóreas eu olhei bem na direção de um e ele me viu. Mas por que não poderiam me ver?

Todos se entreolharam e foi o rei quem respondeu:

- ora, porque você é lusbel, a Portadora da luz, e eles poderiam tentar mata-lá.

- o que?!- exclamou Darla olhando para as janelas e portas de repente.- ninguém me disse que o lado negro sabia da minha existência nem que poderiam me matar! Por que não me falaram?!

- exatamente por isso, -respondeu Finiti.- entraria em pânico e não viria conosco.

- mas vocês disseram que eu vinha se eu quisesse.- retrucou Darla aborrecida.

- e assim foi, não é mesmo?- disse Marlim.- não a obrigamos, você veio por vontade própria.

- mas se eu soubesse não teria vindo!- disse Darla ficando tão vermelha quanto Finiti.

- ora, por que não viria senhorita?- perguntou o rei.

- porque eu não iria para um lugar onde corro risco de vida!- respondeu Darla contendo a voz.

- mas você não pensou por nenhum minuto,- disse o rei.- que se você não fosse correr risco de vida aqueles que ama, iriam realmente perder a vida? Sabe senhoria, às vezes é preciso esquecer de nossas próprias vidas para podermos salvar outras; dá medo e é aterrorizante é claro, mas se formos ver bem, vale a pena: por cada criança que continuara correndo, por cada pessoas que continuara sorrindo, por todos aqueles que amamos e que continuaram vivos e felizes. É preciso fazer sacrifícios às vezes, se quisermos chegar em um propósito maior.

- ela se sacrificou...- disse Finiti, com um olhar distante, fixando um quadro do outro lado da parede onde havia um cavaleiro com armadura, montado em um cavalo branco com grandes asas e empunhando uma espada.

- sim, ela se sacrificou...- suspirou o rei também olhando para o quadro.

- quem é el...- começou Darla a perguntar, mas Marlim lhe deu uma cotovelada no lado e fez sinal para ela não perguntar.

- mas bem,- disse o rei saindo de seu transe.- não pretendemos prende-la aqui senhorita, fique à vontade para partir quando quiser, mas fique consciente de que a uma guerra lá fora e você sozinha não sobreviverá por muito tempo, mesmo que tente voltar para seu lar.

Mas saiba também que nas terras de Amintor tu poderás gozar de total segurança, protejo meu povo melhor do que a mim mesmo.

Darla não respondeu, apenas fez uma reverencia. Realmente não pretendia partir.

- agora eu sugiro que os senhores tomem um banho e se alimentem direito.- disse o rei.- você estava mais forte quando saiu daqui Finiti.

- experimente comer apenas frutas e peixes por semanas, senhor.- disse a garota enquanto saiam por uma porta no lado direito do salão.

Eles seguiram por mais um corredor de mármore, que como o outro tinha muitos quadros, mesas com flores, armaduras reluzentes e algumas estatuas aqui e ali. Saíram em um salão,menor do que o outro, na verdade nele só havia uma comprida mesa de madeira lisa e portas que davam para todos os lados.

- vou para meu quarto.- disse Finiti.- e Darla venha comigo, a menos que queira dividir seus aposentos com algum desses cavaleiros.

Darla então olhou para Argo, mas de repente sentiu o rosto corar e correu atrás de Finiti.

Seguiram por outro corredor e subiram uma longa e maravilhosa escada em espiral que havia do lado direito, ao lado de uma mesa com flores e um quadro de uma mulher de olhos verdes e cabelos intensamente vermelhos, que lembrava alguém a Darla. Seguiram por outro corredor até o final, onde Finiti parou diante de uma grande porta dupla. A abriu.

O queixo de Darla caiu.

Estava parada á porta do maior quarto que já viu, dava sua antiga cozinha e sala todinhas e mais um pouco. Na parede do outro lado havia uma imensa cama de balaústres, com lençóis cor de vinho, ao lado esquerdo da cama havia um imenso guarda-roupa de madeira entalhada, na parede da esquerda havia uma mesa cheia de papéis e uma grande janela que dava para o imenso gramado do castelo e do lado direito havia um lindo divã branco e atrás dele uma porta de vidro que dava para uma pequena varanda.

- vamos entre.-convidou Finiti.

Quando Darla entrou reparou que ao lado direito da porta havia uma maravilhosa lareira esculpida em mármore e no seu console havia uma grande espada, que repousava num pano vermelho.

- bom, este é meu quarto.-disse Finiti.- fique à vontade nele enquanto mando alguém preparar um para você. O banheiro é aqui ao lado da lareira, lá tem uma banheira e tudo que vai precisar para um excelente banho. Fique à-vontade.

E dizendo isso saiu batendo levemente a porta.

Darla olhou a volta, primeiro pensou em pular na cama que parecia ser muito macia, mas concluiu que não seria uma boa idéia, então foi tomar um banho.

O banheiro era tão espetacular quanto o quarto. Este dava realmente o tamanho do antigo quarto de Darla, era todo branco mas tinha uma grande banheira de mármore negro, no centro, em volta dela havia vidros com sabonetes líquidos extremamente cheirosos e velas que estavam apagadas.

Darla se despiu e quando foi entrar na banheira reparou em uma coisa: como iria enche-la? Não havia torneira alguma, exceto uma pequena cabeça de querubim na ponta da banheira. Darla procurou a volta mas não achou nada, então se sentou perto do querubim se perguntando como se enchia a banheira. Distraidamente bateu a mão no querubim, que para sua surpresa abriu uma grande boca e começou a derramar uma água deliciosamente quente na banheira.

Depois de um bom banho Darla se sentiu muito melhor, seus pés não doíam mais e seu corpo estava mais leve, todo o nervosismo e tensão da viagem desceram por água abaixo e a única coisa que a incomodou foi quando de repente, se lembrou de sua família. Do quanto o major ficaria satisfeito por ver que a filha estava num lugar um milhão de vezes maior do que todas as terras de Ullmam juntas, que poderia aproveitar a vida, ali naquele lugar, sem ter que pagar nada e nem fazer nada que não quisesse. Talvez ele finalmente sentisse orgulho da filha que tinha.

Mas Darla não teve tempo para pensar muito no assunto, pois Finiti entrou, acompanhada de uma mulher que usava avental e trazia uma grande bandeja com uma comida maravilhosamente apetitosa.

Enquanto Darla comia quase desesperadamente, Finiti se banhava e quando as duas acabaram desceram para o salão do rei. Argo, Ectavios e Marlim já estavam lá, muito bem arrumados.

- muito bem, agora que já estam todos aqui vou passar os últimos acontecimentos.- começou o rei Amintor se endireitando em seu trono.- bem, vamos começar por Ventos Soprano, onde a coisa esta mais séria.

Todos se calaram, ouviam apreensivos.

- a cidade de Tumarall caiu,- disse o rei sobriamente.- o exercito negro atacou de repente e não houve tempo para uma boa defesa, e além disso harppias praticamente massacraram os soldados da cidade.

- harppias?!- exclamou Ectavios.- pensei que elas não fossem mais aliadas das trevas.

- ah meu caro Ectavios, esses seres nunca abandonam as trevas.- disse o rei.- praticamente já nasceram malignos.

- e foram coordenados por Drana em pessoa?- perguntou Marlim.

- ah é claro que não, foram guiados por Orfne, a Ninfa dos infernos.- respondeu o rei.

- deus! Orfne? ela é horrível!- exclamou Marlim ficando pálido.-Mas e Madic? O que aconteceu em minhas terras?

- por enquanto nada, o Mal esta apenas rondando Madic, é um reino muito bem protegido.- respondeu o rei.- por outro lado,- ele se virou para Argo.- Atlântida não anda bem rapaz, as grandes muralhas estam cedendo e alguma coisa esta contaminando os canais.

- o que?!- exclamou Argo de repente.- os canais de água contaminados? Céus, se água ficar contaminada metade da população morrerá rapidamente. Usamos a água dos canais para tudo!

- sim, estamos ficando encurralados, nós mesmos aqui em Eleon já estamos de exercito pronto,- continuou o rei.- sabemos que seres malignos estam se agrupando nas florestas a nossa volta, não sabemos que horas podem atacar, isso pode ser a qualquer momento, por isso sugiro que todos estejam preparados a qualquer hora.

Darla sentiu um grande arrepio.

- e eu?- perguntou.

O rei a olhou, os olhos profundos.

- só você pode decidir o que fazer de sua vida.- disse ele.- se quiser pode lutar, se não...mas como já disse, não da para fugir da guerra. Principalmente quando ela vem bater em nossa porta.

Darla engoliu em seco.

- pois bem, eu sugiro que vocês três voltem a suas terras,- disse o rei se levantando.- acho que cada um deve ficar em sua casa para ajudar no que for preciso. E acho que os príncipes devem sempre estar presentes em seus reinos na hora do perigo.

- príncipes!? Que príncipes?!- perguntou Darla olhando a volta.

- nós.- respondeu Marlim displicentemente.

- vocês são príncipes?!- perguntou Darla de boca aberta.

- ora você ainda não notou?!- perguntou Marlim.- eu sou Marlim, filho de Merlim, herdeiro do trono de Madic. E estes são Argo, filho de Atlas, herdeiro do trono de Atlântida, Ectavios, filho de Erigli, herdeiro do trono de Gaia e tem o Bóreas, filho de Fulgi, herdeiro do trono de Ventos Soprano; a Finiti você já conhece né?

Darla não respondeu, ficou olhando para os homens ainda boquiaberta.

- pois bem, voltem a suas terras com máxima cautela, seus soldados ainda estão aqui, eles podem acompanha-los, mas desejo que nada de mal aconteça.- disse o rei.- e digam a seus reis que Lusbel esta conosco e que se preparem, talvez a hora da grande guerra esteja chegando. E agora se me dão licença, tenho uma reunião com meus generais de guerra.

- mais é claro majestade, e obrigado por sua hospitalidade e os sábios conselhos.- agradeceram os príncipes fazendo longas reverencias.

- sou eu quem agradece a vocês, por trazerem Lusbel até nos.- disse o rei e saiu por uma porta lateral.

- muito bem então,- disse Ectavios se adiantando até Finiti.- foi um prazer tê-la por companheira princesa Elga e desejo-lhe sorte.

- o mesmo para você Ectavios.- respondeu Finiti e os dois se abraçaram fortemente.

Todos se despediram de Finiti e Darla, porem foi Argo quem disse as melhores palavras a Darla:

- que a luz te acompanhe Darla Lusbel, e que você fique insenta de todo perigo.Acredito em você e creio que quando chegar a hora certa você vai se mostrar melhor do que pensamos. Que Poseidon esteja com você!- e se curvou para beijar a testa da jovem e lhe dar o abraço mais apertado que ela já recebeu.

Darla e Finiti levaram os três príncipes até as grandes portas do castelo, onde os viram partir montados cada um num cavalo estranho mas anormalmente forte e veloz. Quando finalmente passaram pelos grandes portões do castelo e sumiram de vista, Darla se virou para Finiti e perguntou:

- quem é Poseidon, Finiti?

A outra riu mas respondeu:

- deus Poseidon, o rei dos mares, aquele quem comanda as águas e as tempestades. É armado de um poderoso tridente e dizem que é o criador de Atlântida. Na ilha o cultuam arduamente.

- que ilha?- tornou a perguntar Darla, a cada resposta apareciam novas duvidas.

- ora na ilha de Atlântida.- respondeu Finiti impaciente.- Atlântida é uma ilha simplesmente imensa, cercada de ilhotas, que são suas outras cidades. O rei Atlas, pai de Argo, é o rei de tudo aquilo e muito mais e coordenar os mares de todo o mundo. Ele possui o tridente de Poseidon. Dizem que o tridente deve ser passado de rei para rei, até que a linhagem se acabe e o tridente volte a pertencer a Poseidon.

Darla não fez mais perguntas, mas Finiti entrou e ela a seguiu.

- aonde você vai?- perguntou Darla.

- vou ver Bóreas.-respondeu Finiti.

- ah, boa idéia, também quero saber como ele esta.-disse Darla seguindo Finiti.

Mas esta parou e olhou com uma cara estranha para Darla.

- é...bem, você se importa se eu vê-lo sozinha agora?- perguntou Finiti ficando fortemente rosada.

-ah, claro.- respondeu Darla, mas pareceu entender o que a garota pretendia.

**********************CONTINUA***********************

AI PESSOAL VAMOS COMENTAR, QUERO SABER A OPNIÃO DE VOCÊS PARA PODER DESENVOLVER O TEXTO O MELHOR POSSIVEL.

VALEU!!!!

BJOSS

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 28/07/2008
Reeditado em 28/07/2008
Código do texto: T1101778