Diario de uma Nova Vida Parte 16

Diário de Uma Nova Vida Parte 16

Aquela voz não era conhecida. Quando olhei para dentro da boate, um garoto baixo de calça de grife. Nunca o tinha visto em local algum, mas, não podia deixar aquela piranha e aqueles seguranças mal pagos darem um sorrisinho. Entrei naquela zona com ar de superioridade. O cara sorriu para mim e me cumprimentou para não dar bandeira de que não nos conhecíamos. Dentro da espelunca ele se distanciou de mim e perguntei:

- Valeu cara! Mas porque fez isso?

- Digamos que você é um velho amigo.

- Cara na real! Eu nunca faria isso por alguém que não conheço. Quem garante que não sou um bandido?

- Bandidos não estudam no melhor colégio da cidade e muito menos moram no metro quadrado mais caro dessa cidade.

- Caralho! Você me conhece cara? O que quer de mim? Não acredito em fadas madrinhas e você está longe de ser uma delas. Moleque se tu quiser briga , to avisando que vai ter.

- Calma! Te conheço da casa do Salsicha e também tenho um parente no seu prédio. E só t ajudei porque odeio essa Hostess e esses seguranças de merda. Agora deixa ir, mas tu ta me devendo uma e eu costumo cobrar.

Nossa! Cada louco que aparece na minha frente. Mais um desses otários tirados a bons samaritanos. Fui para pista porque tunz, tunz não saia da minha cabeça. As pessoas me olhavam, mas nem dava trela e continuava a dançar. Dancei ate esgotar minhas forças e precisava de água. Estava grudento de suor. Olhei para os meus bolsos e lembrei que estava sem grana. Fui ao banheiro dar uma mijada e não resisti e bebi a água da torneira da pia do banheiro. Aqueles mauricinhos filhos da puta começaram a me olhar como se fosse um leproso.

Sai daquele lixo de boate e resolvi ir para casa. Já passavam das quatro da manhã e fui andando lentamente. Naqueles trajes era mais fácil eu assaltar alguém do que correr algum risco. Até que minha noite não tinha sido tão ruim e pela manhã queria ver a cara do imbecil do meu pai. Caminhava na minha quando ouvi um barulho estranho, nem dei trela devia ser algum mendigo fudendo alguma cachorra em situação igual ou pior a sua.

De repente um carro esportivo prata deu um cavalo de pau e acelerou. Achei estranho e quando virei à esquina. Vi aquele corpo estirado ao chão e quando vi o rosto gelei.

- Você?

Guto Angélico

Guto Angelico
Enviado por Guto Angelico em 25/08/2008
Código do texto: T1145978
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