"A Batalha de Fogo" cap. 14 "Um beijo na noite"
No salão do rei, a princesa Finiti estava sentada diante do trono e o rei Amintor lhe falava, numa voz severa:
- estou decepcionado com você finiti. Como pode se comportar dessa maneira? Você não parava de falar em mostrar o seu melhor, de vencer o inimigo, de salvar nossa terra...voce pôs tudo a perder finiti. Por sua irresponsabilidade perdemos Bordas de Fogo, o inimigo esta em nossas terras, perdemos nossos Conselheiros...
- mas foram eles quem nos trairam por ambição, meu senhor!- exclamou finiti.
- sim, mas você teve culpa nessa história.- falou Amintor.- uma princesa não trata seu povo com arrogancia e prepotencia, uma princesa, uma senhora do povo, deve tratar seu povo com o mesmo respeito com que eles nos tratam, pois a realeza não esta aqui se não pela escolha do povo. Sua mãe teria ficado decepcionada.
Finiti olhou para o rei, seus olhos lacrimejaram ao ver a expressão severa no rosto do pai, então abaixou a cabeça e lagrimas correram.
- talvez tenha sido a falta dela que me tenha deixado assim.- murmurou a princesa.
O rei se levantou e ajoelhou-se na frente da filha, com uma mão levantou o rosto de finiti e com a outra alisou-a.
- eu tambem tenho sentindo uma saude inimaginavel dela,- disse Amintor bondosamente.- mas se quer saber, o que elas mais desejava era a paz e o amor, ela os pregava acima de tudo, voce sabe como ela era carinhosa e respeitava a todos, independente de sua posição. Seja como ela, ame e respeite a todos, se sinta parte do povo, pois diante do Fogo Sagrado somos todos iguais.
Então ele abraçou finiti e ninguem falou mais nada.
Quando o dia seguinte amanheceu todos já estava curados, não havia dor nem cansaço e todos agradeceram e reverenciaram Mestre Gili antes de irem embora da Ala da Cura.
Finiti ainda tinha um ar deprimido e decepcionado, não ficou muito tempo com Bóreas e nem parecia mais tão apaixonada ou guerreira; na verdade parecia terrivelmente desolada, como se estivesse perdida.
Naquela tarde darla a encontrou sentada no jardim, usava uma tunica branca, o que resaltava ainda mais seus cabelos cor de fogo e seu rosto rosado.
- ola, como está?- perguntou darla sentando-se ao lado dela.
- estranha.- respondeu finiti com o olhar distante.- falhei em minha tarefa, na tarefa que obriguei a mim mesma concluir com sucesso. Me sinto horrivel.
- sabe o que eu aprendi desde meu casamento?- perguntou darla. Finiti balançou a cabeça.- a vida nem sempre é como esperamos, mas sempre a uma saida e o que não podemos fazer é nos entregar as decepções e entrega nossos sonhos e esperanças ao léu.
Finiti a olhou e sorriu.
- voce realmente ficou mais sabia desde que nos conhecemos, srta. Lusbel.
- obrigada, mas devo todo esse aprendizado a uma sabia princesa, Finiti Elga Eleonora, que nunca teve medo de desafios ou de fracassos, ao contrario, ela sempre chacoalhou a cabeça e continuou em frente, sempre disposta a reconquistar a vitória.
Finiti sorriu ainda mais.
- você é uma grande amiga darla lusbel.
Darla sorriu elas se abraçaram.
Aquela noite houve uma reunião no salão do rei, muito generais estavam lá, assim como Finiti, Darla e Bóreas.
- muito bem senhores,- começou o rei Amintor.- estamos aqui para discutir nossa situação. Como todos sabem perdemos a cidade de Bordas de Fogo para o inimigo, o poder deles esta forte, contam com a presença de drana e o bruxo Ferilam, sem contar o grande exército que possuem. Estamos aqui para decidir o que vai ser feito, se vamos nos concentrar na proteção do próximo alvo ou se vamos preparar algo para todas as cidades ou ainda se vamos reunir todo nosso exército e atacar e tentar expulsa-los de nossa terra.”
- primeiramente majestade,- falou um general de rosto duro.- onde estam nossos Doze Conselheiros?
- meu caro general Hadma, perdemos Bordas de Fogo porque nossos Conselheiros nos trairam.- respondeu o rei.
- OQUE!?!- exclamaram muitos dos homens que estavam na mesa.
O rei contou a eles toda a história dos Conselheiros e todos pareciam incrédulos.
- inacreditavel!- exclamou o general Hadma.- como poderam?! Traidores! Por algumas moedas de ouro...inacreditavel!
- sim, mas agora não adianta mais gritar ou amaldiçoar, eles se foram e o inimigo continua aqui.- disse o rei.- precisamos é decidir o que será feito.
- eles estam na porta desta cidade,- falou um outro homem, de ombros largos. General Álvaro - acho que temos que organizar a defesa daqui, acho que será o primeiro lugar que atacarão.
- desculpe, mas acho que não.- falou darla, sentindo-se nervosa ao contrariar um homem daquele tamanho.- acho que eles não atacariam a Cidade Imperial, não com todas as outras ainda são e salvas por ai. Porque para começar o rei esta aqui, aqui esta concetrado um forte poder não é mesmo?
- sim, é verdade.- respondeu Álvaro.
- e tambem se atacassem aqui todas as outras cidades poderiam vir e acabar com eles aqui dentro, estariam perdidos. Eu acho vão atacar as outras cidades e por fim, quando o poder de Eleon já estiver bem fraco, eles vão vir para cá e finalizar tudo.
Ninguem falou nada, todos fitaram darla com admiração, como se ela fosse uma muda que falou pela primeira vez.
- voce é Lusbel, não?- perguntou o general Hadma
- sim, sou.- respondeu darla encolhendo-se.
- é inteligente.- disse o homem.- isso é bom. Então eu sugiro o seguinte, que cada cidade prepare sua proteção, a mais forte que conseguir e caso alguem precise, outra cidade enviará tropas de ajuda.
- mas só isso ainda é pouco.- falou finiti, sua voz ainda estava desolada.- fizemos isso em bordas de fogo, formamos a proteção e perdemos, depois vieram mais tropas para ajudar
mas perdemos novamente.
- mas não se esqueça que só perdemos da segunda vez porque fomos traidos.- disse o soldado inteligente que esteve na tropa de darla, a jovem descobriu que afinal ele era um importante comandante.- se não o tivesse sido teriamos vencido.
- será mesmo, comandante Asfor?- perguntou um outro general.- com um exército tão forte contra nós, e ainda por cima Ferilam e Drana, fico pensando se teriamos vencido mesmo.
- eu acredito que sim,- respondeu o rei.- eu acredito acima de tudo que o poder do Fogo Sagrado sempre irá nos ajudar e tenho certeza de que se não fosse por essa traição teriamos vencido.
- EI E O FOGO SAGRADO!!- exclamou darla de repente.
- o que tem, srta?
- quando finiti e os outros me encontraram, me disseram que Drana estava atrás dos Seres Sagrados dos cinco reinos, para rouba-los e se tornar a pessoa mais poderosa do mundo. Mas o fogo sagrado esta protegido? Ela não esta perto dele não, né? Não esta correndo perigo, está?
- não senhorita, não está.- respondeu o rei sorrindo para darla.- fico feliz que se preocupe tanto, mas posso lhe assegurar de que Drana nem ninguem não esta nem perto de nossa Chama Sagrada. Isso é certeza.
- por isso que estamos mais preocupados com o que pode acontecer com nosso povo e nossas cidades, sabemos que a Chama Sagrada está bem protegida.
Darla balançou a cabeça num sinal de que entendeu.
- pois bem, então é isso,- disse Álvaro.- vamos armar a proteção de todas as cidades e caso alguma precise, os outros enviam ajuda.
- mas ainda é muito pouco capitão,- protestou Hadma.- seria bom armar algum tipo de armadilha em torno das cidades, barreiras sabem, e talvez um pouco de magia, só pra dar uma forca extra, ajudaria bastante.
Amintor franziu o cenho e pensou.
- talvez possamos cerca todas as cidades com magia,- disse ele devagar.- talvez Hometec possa fazer isso.
- quem é Hometec?- perguntou darla.
- o mago de Eleon.- respondou Finiti.- muito sábio e poderoso Hometec, fez estudos com magos de Madic, sabe muitas coisas.
- e onde ele vive?
- em toda Eleon, ele não tem um lar ficço.- explicou a princesa.- anda por ai obeservando as pessoas e a natureza, adiquerindo poderes e estudando coisas, é um andarilho.
Darla não fez mais perguntas.
- pois bem então,- concluiu o rei.- vou convocar Hometec, vamos fazer barreiras mágicas em nossas cidades e vamos deixar exércitos aramados de sol a sol. Não vamos baixar guarda em nenhum momento, vigilancia constante.
- sim senhor.- responderam todos em unissono.
A reunião com o rei acabou tarde da noite, darla largou-se na cama e deixou o sono domina-la sem lutar, não queria pensar em nada, queria apenas dormir.
Darla dormia profundamente, não sonhava com nada, apenas descarregava todo o cansaço dos ultimos dia. Havia tempos que não dormia numa cama confortavel como aquela.
O vento que entrou pela janela bagunçou seus lençõis, ela se mecheu na cama, um friuzinho a incomodou. O frio cessou e o vento não soprou mais dentro do quarto, um ar quente chegou até o rosto de Darla, uma respiração puxava o ar levemente e uma mão acariciava o rosto da jovem. Darla se mecheu, sentiu alguma coisa no rosto.
Abriu uma brecha dos olhos.
- AAH!
Uma mão gélida tapou sua boca, ela tentou enchergar na escuridão, tentava gritar.
- silêncio, não vim lhe fazer mal.- sussurrou o invasor ao seu ouvido.
Darla conseguiua distinguir as formas na escuridão, um rosto branco com olhos intensamente negros e brilhantes estavam a sua frente, o homem usava um turbante negro e uma longa capa.
- sou Ferilam, e não venho em nome do mal,- disse ele.- apenas vim admirar tua beleza a luz da lua.
Ele tirou a mão da boca de darla.
- o que quer aqui?- perguntou ela assustada, sentando-se na cama.
- apenas admirar teu rosto, nada mais.- falou Ferilam num sussurro.
- como entrou aqui?- perguntou darla.
Ele apontou para a grande janela que dava para os jardins do palácio.
- sua precaução é misera.- disse ele.- vim pelos céus e abri tua janela.
- e como sabia que eu estava aqui?
- simplesmente senti.
Ele foi se aproximando de darla alisando seu rosto, seus olhos brilhavam muito e darla se perguntou como um homem tão belo e com um olhar tão encantador podia ser o Senhor da magia negra.
Seus rostos estavam a centimetros, ela simplesmente não conseguia se afastar, era como se ele a chamasse em silêncio. E bem lá no fundo...ela não queria se afastar.
Os lábios se encontraram.