"A Batalha de Fogo" cap. 15 -" Hometec, O Mago"

capitulo 15

Hometec, o mago.

Há dias em que acordamos pensando se a noite foi real ou não, não sabemos se as aventuras que tivemos durante o império da lua foram sonhos ou reais, e foi com essa dúvida que darla lusbel acordou no dia seguinte.

Quando seus olhos abriram ela olhou imediatamente para a janela, esperando que nela ou nos pés de sua cama, estivesse o principe noturno que a visitou; mas não havia ninguem e nada de diferente no quarto. As janelas estavam bem fechadas, nada estava fora do lugar, nada indicava a presença de uma segunda pessoa no quarto durante anoite, porém, darla

tinha certeza de que Ferilam havia estado ali. Ainda podia sentir o toque dos lábios quentes nos seus, as mãos que apertavam seu corpo, o ar quente que deslizava por seu pescoço...

Mas levantou-se e se aprontou para o café da manhã, sentia que aquele seria um dia cheio de afazeres.

Quando entrou no salão das refeições se surprendeu que não houvesse nada nem ninguém ali.

Perguntou a uma criada o que havia acontecido.

- foram todos para a grande torre srta.,- respondeu ela empolgada.- o rei convocou Hometec.

- ah sim, o mago.- disse darla.- mas o que a de tão incrivel nele? Não vai simplesmente fazer uns encatamentos para proteger as cidades?

- bem, sim. Mas Hometec é tão importante quanto o Oráculo de Ritmen, ele faz encantos para o amor, para o ódio, para o bem e para o mal. Pode desfazer bruxarias fortes, hiponize, rogar e anular pragas e maldições. É um mago e tanto. Todos querem se consultar, pedir ou perguntar alguma coisa.

- hum...

darla se interessou por Hometec, será que ele poderia dizer a ela se Ferilam havia estado ou não em seu quarto durante a noite? Ou explicar melhor o que ela achava estar sentindo por ele?

Quando ela terminou o café perguntou para a criada onde ficava a grande torre e rumou para lá. A torre ficava na ala oeste do castelo, começava numa imensa escada em caracol que subia até onde a vista alcançava. Darla já estava arfante, de tanto subir escada quando surgiu a sua frente uma grande porta dupla, sem mais opções ela bateu.

Levou um tempo para abrirem e quem o fez foi um criado completamente vestido de vermelho vivo.

- entre senhorita.- disse ele e fez uma reverencia.

Parecia que darla tinha entrado numa sala que não pertencia ao castelo, tudo ali era completamente diferente do resto: era uma sala circular, não havia janelas nem archotes e a única luz que havia, vinha dos desenhos que brilhavam nas paredes: luas, sols, letras estranhas, estrelas, pentagramas; todos prateados.

Uma outra luz brilhava fracamente numa bola de cristal que estava no centro da sala, onde havia uma mesa como doze pessoas sentadas, entre elas o rei Amintor e Finiti.

- não tente negar a si mesma as verdades que seu coração lhe diz.- disse uma voz rouca no fundo da sala.- somente voce mesma pode achar as respostas que procura.

Darla não teve certeza, mas achava que aquelas palavras haviam sido para ela.

- sente-se Lusbel, pois Hometec vai falar.- disse a voz rouca.

Darla sentou-se num espaço vazio na mesa e olhou para o outro lado, onde havia sentado uma pessoa que estava usando uma capa e um longo capuz negro que lhe cobria todo o rosto.

A pessoa levantou as mãos, que eram velhas e enrrugadas, como as de um ansião, e baixou o capuz. Darla teve que sufocar um grito de supresa.

A pessoa com as mãos velhas tinha um rosto tão jovem quanto o de darla, longos cabelos brancos como a neve, lábios finos e rosados e uma pele dourada; porém não tinha olhos, apenas dois buracos escuros.

- sou Hometec.- disse ele com a voz rouca.- filho das antigas bruxas de Holtentec e dos magos de Orgóriu. Sou da dinástia dos grandes bruxos e oráculos de Eleon, trago em minhas veias o sangue da grande bruxa Carmelon e do Oráculo de Ritmen.

“Tenho muitas coisas a dizer aos Senhores de Eleon, coisas sombrias e preocupantes.

O mal esta forte do outro lado de nossas portas, e dentro dos corações dos homens que aqui dentro estam. A traição anda com pés audaciosos aqui dentro, assim como o ódio, a fé e o amor”.

Era difícil saber para quem Hometec estava olhando, mas darla teve certeza que era pra ela.

- Hometec não precisa de olhos para enchergar.- disse ele, e darla teve certeza de que era para ela.- não vejos seus rostos, mas o intimo de seus corações e isso por vezes me assusta.

“Quando cruzei as portas desta casa preocupei-me, pois aqui todos estam focados em coisas diferentes: alguns apenas pensam na guerra e se esqueçem de que ainda a outras coisas no mundo e na vida, outros pensam apenas em seus corações e se esquecem da guerra e outros se deixam seduzir pela ambição, que cega até mesmo a águia de olhar mais certeiro. Prestem atenção em tudo o que esta a nossa volta, nunca á apenas uma coisa com que se preocupar. E cuidado, cuidado com o homens generosos, que se oferecem para serviços ardúos e perigosos em troca de nada. Parece errado o que eu digo, mas a verdade é, um homem não coloca a cabeça na boca de um leão sem uma boa recompença. Por isso cuidado, enquanto uma mão trabalha fervorosamente a outra mata despreocupada.”

Ninguém disse nada e darla engoliu em seco.

- a melhor arma contra o mal é a únião,- continuou Hometec.- pois o objetivo do mal é dividir e conquistar, unam-se então, e não deixem que nada nem ninguem os dividam, assim estarão caminhando para a vitória.

Ele fez outra pausa e passou a mão pelos cabelos.

- vejo muita vontade de vencer aqui, mas ainda a medo e falta de coragem,- darla sentiu que novamente ele olhava para ela.- mas é preciso atravessar a montanha para chegar aos belos campos do outro lado. Alguns aqui nunca tiveram qualquer relação com a guerra e por isso seus corações estam mais temerosos e preocupados, mas todos aqui possuem poderes incriveis e só depende de vocês mesmos colocarem esses poderes para funcionar a mil por hora e transpor essa berreira entre o medo e a vitória.

Ele passou a mão num bolinho de cartas que havia a sua frente e tirou uma.

- ah sim, o amor.- disse ele e um sorriso apareceu em seus lábios finos.- tão belo e preocupante é o amor, pode fazer coisas incriveis esse sentimento, coisas incriveis e ao mesmo tempo terriveis. Sempre amem o seu próximo, sem diferenças e preconceitos, o amor mantem as pessoas unidas e as faz mais forte.

“Mas não deixem que o amor os cegue, estamos em guerra, e amor demais pode desvia-los de seus objetivos, pode faze-los esquecer do resto ou iludi-los e leva-los por caminhos tortuosos”.

Ele tirou outra carta e sorriu novemente.

- mas o amor tambem pode fazer milagres nas guerras, pode fazer até a pior da criaturas se tornar a mais doce. E o amor tambem pode evitar males terriveis e atos cruéis. Mas é preciso medir tudo.

Hometec calou-se e não falou mais nada, então o rei Amintor perguntou:

- e o que pode nos dizer sobre nosso futuro, mestre?

- muito pouco,- respondeu Hometec.- Ritmen é quem faz predições e vê o futuro, eu sou um mago, leio cartas, faço encantos e desencantos, mas pelo que vejo aqui,- ele olhou brevemente a bola de cristal.- muitas surpresas aguardam Eleon.

Amintor não disse nada, apenas balançou a cabeça, parecia um tanto aflito.

- muito bem então,- disse o rei.- eu o chamei aqui para uma única missão: fazer encantamentos de proteção em nossas cidades. Você pode?

- mas é claro, meu rei.- disse hometec.- mas devo previni-los de que não sei por quanto tempo esses encatamentos podem durar, a magia negra é forte e conheçe coisas que não me atrevo a saber.

- nós sabemos, mas é um risco que devemos correr.- disse o rei.- mesmo que desfaçam os encantos, o tempo que eles durarem já será o suficiente.

Hometec ascentiu com a cabeça.

- pois bem, essa reunião esta encerrada.- disse o rei.- nos encontramos no almoço espero, meu caro mago.

- mas é claro meu senhor.

Todos se levantaram e já estavam saindo, quando Hometec chamou:

- um momento, Lusbel, fique por favor.

Darla parou a caminho da porta e voltou.

Quando todos sairam Hometec pousou as mãos sobre as órbitas vazias falou uma palavra estranha e tirou as mãos das órbitas.

Darla teve que levar as mãos a boca novamente, onde havia os dois buracos vazios de Hometec agora haviam olhos amarelos, agudos como os de uma águia.

- seu rosto é belo,- disse ele, olhando para darla.- mas revela medo e preocupação. O que a aflige?

Darla tinha certeza de que não adiantava esconder nada de Hometec, então falou o que sentia:

- já perdi um pouco do medo de batalhar, mas tenho medo é de não conseguir cumprir a minha missão. Todos acham que eu irei vencer drana e todo o mal, que irei salvar o mundo, mas eu mesma não acredito que eu tenha capacidade para isto. Todos dizem que tenho poderes incriveis, mas até agora não vi nada e além disso tenho muito medo da morte.

- medo da morte todo mundo tem.- disse Hometec, seus olhos brilhavam.- e como eu já disse, somente você mesma pode achar uma resposta para suas perguntas. Não adianta eu ficar aqui te cobrindo de conselhos e dicas, você nunca esteve numa guerra, não conhece seus poderes, acabou de entrar neste mundo conturbado. Por isso a única coisa que eu posso lhe dizer é, continue em frente, deixe que as coisas acontecam, tudo irá se acertar e você vai encontrar seu caminho, tenha certeza disso. Mas tenha coragem, ela te ajudará e muito.

Darla sorriu para ele.

- tem mais uma coisa que esta me amedrontando.- disse ela.

- estou ouvindo.

- acho que já ouviu falar em Ferilam, não? O senhor da magia negra.

- sim, não somente já ouvi falar em ferilam como já passei por alguns duelos com ele.

- sério?- perguntou darla surpresa.

- sim, mas isto não vem ao caso, continue.

- certo. Bem, desde a primeira vez em que me deparei com ferilam senti uma coisa em meu coração, não tenho certeza, mas temo que isso seja amor.

- hum...

- mas o que pode acontcer se eu me apaixonar por um inimigo?

- para começar,- respondeu Hometec.- quando voce ama uma pessoa, não importa qual a situação, ela nunca é sua inimiga. E é como eu disse, o amor pode fazer milagres, talvez você seja a pessoa que trará Ferilam para a luz, através desse amor.

- e como eu posso saber se é amor ou não?

Hometec riu.

- isso minha cara, só você pode descobrir. Eu leio corações, mas não posso desvendar seus segredos. Isso você terá de descobrir sozinha, e pode ter certeza, você descobrirá.

Darla apenas ascentiu com a cabeça, levantou-se e já estava com a mão na maçaneta da porta, quando voltou-se e perguntou:

- esses olhos são seus?

- sim, herdei-os de minha mãe.- respondeu Hometec com um sorriso.

- então por que aquela hora você estava sem eles?

- com olhos vejo rostos, sem eles vejo corações.

- ah sim. Então agora não leu meu coração?

- não, seus olhos já estam dizendo tudo.

Darla sorriu novamente e saiu.

O sol estava forte e bonito em Eleon e ninguém sentia vontade de fazer coisa alguma, somente caminhar pelos longos jardins e ficar sobre a sombra de uma árvore. Porem, isso não era possivel, havia soldados e criados para cima e para baixo, carregando coisas apressados. Darla foi se informar sobre o que estava contecendo, e soube através de uma criada que já estavam armando a defesa em torno da Cidade Imperial; mas darla não estava muito interessada no assunto e continuou seu passeio pelos jardins até que encontrou, sentado a beira de uma fonte, com muitos papéis ao lado, o cartográfo Ariaus Plemancof.

- ah, ola senhorita, a que devo a honra?- saudou ele ao ver darla se aproximar.

- estou apenas dando uma volta,- respondue darla sentando-se ao lado de Ariaus.- e o senhor, o que está fazendo?

- estou, a mando do rei, traçando as melhores rotas de viagem para nosso exército,- respondeu Ariaus mostrando a darla uma folha cheia de linhas.- onde não aja tanto perigo, onde aja menas possibilidades de encontrar inimigos.

- e isso é possivel, nesses dias?- perguntou darla duvidando que ouvesse uma rota segura.

- bom, não é total certeza de segurança, não é mesmo, mas já é uma saida mais tranquila.

- hum...mas para que precisamos de rotas, o exercito vai para algum lugar?

- bom, não sei, só estou cumprindo ordens. Infelizmente o rei não deixa que as informações passem do seu circulo de generais e conselheiros.

Então darla se lembrou de que finiti e vários outros não confiavam em Ariaus, que achavam que ele era um traidor, e se assim fosse, o rei fazia bem em não lhe dar maiores informações sobre os planos de guerra.

- pois bem, vou deixa-lo trabalhar em paz, seu trabalho é muito importante, não vou atrapalhar.- disse darla levantando-se.

- ora, mas de forma alguma senhorita.- respondeu Ariaus.- fique a vontade.

Darla acentiu com a cabeça e saiu andando, pensando se Ariaus poderia ser mesmo um traidor.

Bem, que ele tinha um rosto arrongante e uma expressão de levantar dúvidas isso darla não podia negar, mas até que era simpático e educado e darla imaginava que um traídor não seria assim.

“Cuidado, cuidado com o homens generosos, que se oferecem para serviços ardúos e perigosos em troca de nada. Um homem não coloca a cabeça na boca de um leão sem uma boa recompença. Por isso cuidado, enquanto uma mão trabalha fervorosamente a outra mata despreocupada.”

mas ela chacoalhou a cabeça e continuou sua volta.

Darla nunca tinha ido até as costas do castelo, e se surpreendeu quando chegou lá e descobriu que havia um imenso lago de aguas cristalinas. Ela caminhou até a margem e se debruçou para ver seu reflexo, mas levou um susto com o que viu: o fundo estava repleto de pedras que brilhavam intensamente, porém, não eram claras eram extremamente vermelhas, como rubis gigantes e darla se perguntou como a agua tambem não havia ficado com um brilho vermelho.

- é porque na verdade os cristais não são vermelhos, são transparentes, mas ele refletem a cor do sol, por isso ficam assim.

Darla olhou para trás e viu que hometec estava parado diante dela, ainda de olhos.

- como sabe que eu estava me perguntando isso?

- eu imagino que qualquer um que olhe para este lago vá se perguntar isso.- respondeu hometec.- eu tambem já me fiz a mesma pergunta.

- mas se as pedras refletem a cor do sol, porque a agua tambem não reflete?

- porque este é o lago das Pedras de Sol, não sei como explicar, mas é como se elas não enchergassem o céu somente o sol, e a agua não tem este dom.

- hum...e o que essas pedras fazem?- perguntou darla achando tudo aquilo interessante.

- bem, durante o dia elas são vermelhas como voce pode ver, porque estao refletindo o sol, sendo assim elas produzem calor e indicam a direção em que o sol nasce e se poem; já anoite, quando não a sol para se refletir elas ficam transparentes e emitem uma luz muito util.

- entendi. Mas não são realmente poderosas não é mesmo?

- as vezes não é necessario ter muito poder para ser muito util.

- é verdade. E o que voce pode dizer sobre esse meu colar? É o Diamante da lua, é poderoso?

- sim, extremamente.- respondeu hometec olhando a pedra.- a pedra da lua pode curar, aquecer, esfriar, proteger, atacar, ferir, dar luz, força e resistencia. E muito mais é claro, mas a coisas que somente o portador da luz pode descobrir. Mas uma coisa eu afirmo, o poder próprio do Portador, mas o colar da lua e as Armas Sagradas, podem fazer de Lusbel o ser mais poderoso do mundo.

- E onde estao essas armas poderosas?- perguntou darla, os olhos brilhando ao pensar em armas que poderiam deixa-la tao poderosa.

- bom, não sei. Sei apenas que a Espada Branca esta no castelo de Alamare e que o único que pode tira-la de lá é o Portador da Luz.

- por que?

- porque ela foi feita para que somente o Portador a manejasse, não aceita outras maos, não responde a outros chamados.

- e onde fica esse castelo?- perguntou darla.

- no centro do mundo.- respondeu hometec um tanto sombrio.

- onde?

- no centro do mundo, num lugar onde não a clima, nem dia, nem noite, é um lugar estranho se quer saber, não tem habitantes ou qualquer outra vida, é tudo cinza e sinitro, mas o mundo nasceu lá. É o coração da terra.

- como um lugar assim pode ser o coração da terra?- perguntou darla imaginando que o berço do mundo fosse um lugar radiante.

- dizem, que em épocas passadas Alamare foi o lugar mais belo da terra, o paraiso. Mas depois de muitas eras, depois de muitas guerras e conflitos Alamare caiu e o paraiso morreu.

- e como minha espada foi parar lá?- perguntou darla pasma.

- não tenho a minima idéia. Mas o castelo de Alamare é digno de guardar uma arma assim: é imenso, cinco vezes o castelo de Eleon, é feito de cristal e dizem que nos dias de sol brilhava esplendorosamente.

- e hoje não brilha mais?

- se não a mais sol ou lua em Alamare, como ele poderia brilhar?

- é verdade. E voce já viajou muito?- perguntou darla.

- por todos os cinco reinos.

- uau! Deve ter passado a vida viajando então.

- nem tanto, começei a viajar pelo mundo aos meus cem anos,- disse hometec lembrando-se de usa primeira viagem.- costumava ficar uns cinquenta anos em algumas terras, estudando encantos, magias, segredos...

darla olhou para ele abobalhada.

- séra que ninguem aqui tem mais de mil anos?

Hometec riu.

- hoje em dia as pessoas vivem pouco,- disse ele.- eu sou da época em que os sangues eram puros e misticos, as pessoas transbordavam de poder e assim viviam mais. Nasci em holtentec, a cidade dos magos e bruxas de Eleon, e com laços tão poderos, com o sangue de Ritmem e Carmelom em minhas veias, eu terei uma vida longa.

- seu rosto é jovem,- disse darla olhando o rosto dourado de hometec com admiração.- mas seus cabelos são brancos e suas maos...

- sim são velhas.- completou hometec olhando as próprias maos.- mas eu sou velho, oitocentos e quarenta e sete anos deixam quais quer maos envelhecidas, e o excesso de poder, queimaduras, ferimentos, tambem ajudam. Mas devido aos genes tive a sorte de meu rosto continuar jovem, de fato acho que ele começara a envelhecer lá pros meus tres mil e tantos anos.

- nossa! E voce acha que chega até lá?- perguntou darla boquiaberta.

- se nenhuma outra força superior me derrotar, acho que sim.- disse hometec com um sorriso.- o Oraculo de Ritmén possuiu oito mil e quinhentos anos.

- incrivel. Ele deve ser muito sabio não?

- extremamente. Foi o Oraculo de Ritmen quem teve a primeira visão do primeiro portador da luz, foi ele quem fez a profecia do portador, que descobriu o poder das armas sagradas, do diamante da lua, foi ele quem descobriu que havia uma força maligna nos confins do mundo,práticamente viu e profeciou tudo.

- incrivel!

- mas voce tambem tem um sangue poderoso lusbel, tambem poderá viver muito.- disse hometec.

- eu? Acho que não, meu pai não tem nem setenta e já esta velho.

- isso não quer dizer nada, o ultimo portador da luz viveu mil anos.- disse hometec e sorriu ao ver a expressão de darla.

- esta brincando?!

- não mesmo. Voce não tem idéia do que tras em suas veias e os poderes que ainda vai adquirir, isso trás muita força e resistencia, para muitos anos de vida.

- puxa!

- já esta quase na hora do almoço,- disse hometec olhando para o sol.- sugiro que voltemos pro salão das refeições, o rei não gosta de atrasos.

Na mansão destruida de Bordas de Fogo a rainha das trevas, Drana, fez para si um trono de ferro negro no maior salão da mansão da lei, e enquanto saboreava uma bebida escura um de seus comandantes entrou. O grande centauro negro Roldec, de cabelos desgrenhados e dentes apodrecidos.

- minha soberana,- saudou ele se curvando.- os homens de Eleon estam preparando defesas contra nós, em todas as cidades.

Drana não respondeu, refletiu por um momento.

- deixe que eles se preparem,- disse ela calmamente.- temos grandes cartas na manga, nem mesmo o mago poderá nos deter.

- sabes que o mago esta aqui?- perguntou o centauro espantado, iria dizer isso por ultimo, pois achava que sua senhora iria ter um ataque de furia.

- ora Roldec, se esqueceu que sou drana? E tambem temos nossos próprios magos e advinhos não é mesmo?

Ela sorriu, seus olhos cruéis brilharam.

- chame ferilam, roldec, agora.

- sim minha dama.- roldec fez uma grande reverencia e saiu atrás de ferilam.

Ferilam entrou sem emoção no salão de drana, não usava turbante, seus longos cabelos negros caiam-lhe sobre os ombros.

- my lady?- ele se postou de joelhos.

- ferilam...- drana levantou-se e caminhou até ferilam. Levantou o rosto do mago com sua mão cinza. - fico pensando, como um bruxo do seu porte pode ter deixado lusbel viva? Isso quando a garota mal sabe manejar uma espada.

- ela tem fortes poderes, senhora.- defendeu-se ferilam, embora não se sentisse nem um pouco culpado por não ter matado darla.- mesmo que ela não saiba. Conseguiu fugir de minha cortina de escuridão.

- infelizmente, disso eu sei.- disse drana.- mas eu quero deixar uma coisa bem clara, ferilam...- ela colocou o pé cinza no peito de ferilam e o jogou de costas no chão.- não vou admitir que uma aprendiz vença os meus poderes. Ou você acaba com ela, ou eu acabo com voce.

- mas é claro my lady.- disse ferilam no chão, as mãos deslizando pelas pernas de drana.

- espero.- disse a bruxa se colocando de joelhos e beijou ferilam.

Naquela tarde após o almoço com o rei, hometec foi até os campos que rodeavam a cidade imperial e marcou com o dedo indicador um gigantesco circulo dourado em torno da cidade, depois juntou as mãos, como se fosse fazer uma preçe e falou com sua voz rouca, num idioma que darla desconhecia:

- halabara monteirés gunentec protegos more imperiul.

E uma grande cupula dourada envolveu toda a cidade, brilhou por uns minutos e então desapareceu.

- a Cupula Dourada protegerá a Cidade Imperial.- disse ele.- mas não dependam somente dela, ela pode cair com os poderes do mal, preparem-se e estejam sempre atentos.

O rei concordou com um aceno.

Aquela tarde hometec partiu da cidade imperial, ele iria passsar por cada cidade de toda eleon, conjurando sua cupula dourada; mas o trabalho na cidade imperial não parou, e até mesmo darla e finiti estavam ajudando. Junto com os soldados prepararam grandes catapultas atrás do muros da cidade, grandes cercas de feno que pegariam fogo caso algum inimigo passase por ela e várias outras proteções.

Mas se por um lado os habitantes de eleon se preparavam ao máximo para o inimigo, este mesmo não estava dando a minima para eleon.

A rainha das trevas, drana, estava sentada em seu trono improvisado na mansão destruida da lei de fogo, quando roldec, o centauro, entrou novamente.

- minha senhora, o mago hometec esta conjurando a cupula dourada em todas as cidades de eleon, minha escura dama, o que devemos fazer para derruba-las?

- nada.- respondeu drana indiferente.

Roldec levantou a cabeça, que estava curvada para o chão, e olhou drana sem entender.

- não entendo minha senhora.- disse ele.

- não vamos mais atacar as cidades de eleon, roldec.- respondeu drana, os olhos brilhando.

- não, senhora? Então o que vamos fazer?

- vamos pegar a força suprema de eleon, sem ela nem toda a magia do mundo poderá ajuda-los.- ela sorriu.

- a senhora está se referindo ao...

- sim, a ele mesmo. O trabalho de verdade vai começar, e quanto mais o povo daqui ficar distraido com suas armadilinhas, mais chances teremos de agir sem sermos descobertos.

- compreendo, é brilhante minha dama, brilhante!

- o fogo sagrado já é nosso, roldec!

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 14/11/2008
Código do texto: T1283956