TRÊS VIRA SEIS ACABA...(republicação)

O dedão ficava pela metade.

Era gostoso jogar dois contra dois em forma de campeonato.

Ou quem ganha fica.

Mede quatro pés, coloca duas pedras e estava pronto o gol.

Melhor atacar para baixo no primeiro tempo.

Engana-se quem pensa que para baixo o santo ajuda.

A bola corre mais.

Não vale gol antes do meio campo.

Para como está que vem vindo um carro.

De vez em quando passava um. Muito de vez em quando.

A rotina era escola de manhã e futebol na rua, à tarde entremeado por um campeonato de botão.

Nem percebíamos que a cidade e nós crescíamos.

O asfalto, de repente, substituiu o chão de terra.

O vizinho que furava bolas morreu.

Ficamos tristes com isso. Nem jogamos naquele dia.

Estávamos sentados sonhando com o que faríamos no ano seguinte...

Entrei na USP...

Eu no Mackenzie...

Vou para a FEI...

Cursinho de novo, lamentou um...

Os quatro remanescentes se olharam.

A página estava se virando.

Não sei de onde surgiu a bola.

Trocamos as duplas diversas vezes até que escureceu definitivamente

Não me lembro quem fez o último sexto gol que encerrou a última partida.

Será que alguém guardou a bola?

Depois...

Cada um para sua casa.

Cada um para sua vida.

Onde andarão os outros três?

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 13/12/2008
Código do texto: T1332667
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