"A Batalha de Fogo" cap. 17- "O silêncio antes do grito"

Cap 17

Ao por do sol longos campos floridos começaram a se materializar diante dos olhos cansados de darla e do exercito da cidade imperial. O horizonte vermelho, de sol poente, de repente coloriu-se de um violeta e um azul tão profundos que por um momento darla pensou estar mergulhando no mar. Mas na verdade eram apenas vastos campos de flores, que se erguiam belos e imponentes entre o inimigo e o exercito de eleon.

- eles não se atreverão a passar pelas Orquidias de Len.- disse finiti tirando o elmo, quando pararam rente aos campos.

- por que não, elas também pegão fogo, como as flores de Lis?- perguntou darla também tirando o elmo.

- não. As Orquideas de Len são altamente venenosas, podem matar até mesmo Ferilam, o senhor da magia negra.- disse finiti satisfeita.- são muito mais poderosas do que as flores de Lis.

Mutios soldados fizeram acenos positivos com a cabeça, mas darla engoliu em seco, ainda estava em duvida com relação a ferilam, não sabia se de fato ele era um amante ou um inimigo.

- vamos armar acampamento aqui.- falou julius.- o inimigo ainda não passou pelos campos, e se passar pelos campos terá que passar por nós.

Os soldados desmontaram os cavalos e começarama armar o acampamento, na altura em que terminaram a lua já começava a aparecer no céu.

- será que devemos acender uma fogueira?- perguntou darla a julius.- sempre é bom não acha.

- sim é verdade. Acendam uma fogueira.- gritou julius para os outros soldados.- mas eu queria saber onde eles estão, o que estao fazendo, se estam perto ou não...

- hum...acho que talvez eu consiga dar um jeito.- disse darla se lembrando da outra vez que espiou o exercito inimigo com a ajuda de seu colar da lua e nevasca.

E fechando os olhos ela se concentrou com todos os seus pensamentos para tentar acender sue colar de luz, e antes que notasse ou sentisse os outros ao seu redor soltaram grandes exclamações.

- uau darla, isso é incrivel!- gritou finiti de boca aberta.

Darla abriu os olhos e olhou pra si mesma, era como se fosse uma das fenix de Eleon, mas ao contrario deles, não tinha chamas vermelho vivo, eram brancas, feitas de luz, e emanvam do seu corpo como se fosse uma tocha celeste, e quando tocavam o chão se deretiam como se fossem feitas da mesma coisa que a lua.

- puxa! O que é isso?!- exclamou darla, mas sorriu de satisfação.- eu vou tentar ver onde eles estam.

E montando nesvasca, que na hora também se contagiou com as chamas de luz, darla saiu voando atráves do campo de Orquideas de Len, e procurou uma mancha negra a distancia. Porem, a mancha negra que sempre aparecia onde o exercito inimigo estava, não apareceu em lugar algum, darla voou para bem longe do acamapamento e mesmo assim não achou nem se quer um orc velho e ficou em duvida se aquilo era bom ou ruim.

- ora, não estam em nenhuma parte por aqui?- perguntou julius pasmo.- entao onde estaram?

- não entendo, o próprio rei nos mandou para cá.- disse finiti.- ele tinha certeza de que eles estavam por aqui.

- será que foi mais uma traição?- perguntou um soldado quase apavorado.

- é claro que não césar, não diga besteiras.- ralhou um outro soldado.- com certeza eles estão em algum lugar por aqui, aposto que estao usando magia negra para se esconder. Eles estao aqui.

Todos trocaram olhares apreensivos, será que o inimigo estava ali mesmo? Talvez escondido sob algum desfarçe. Ou será que foram novamente vitimas de uma traição suja?

- bem...vamos esperar pela manha, talvez voce não os tenha achado.- disse julius a darla.- talvez estejam escondidos mesmo. Vamos esperar pela manhã.

Quando amanheceu o dia seguinte, o céu estava azul claro, havia poucas nuves e o sol estava agradavel. O dia estava ótimo, as orquideas emanavam um aroma maravilhoso, que fazia a pessoa relachar. Estava tudo calmo, nas condições perfeitas, os passaros cantavam e ainda não havia nenhum sinal do inimigo. Darla, finiti e outros voaram pelas redondezas mas não acharam nada, nenhuma pista e assim ficaram por tres longos dias, em que o clima estava sempre bom e tudo na mais perfeita paz.

- tem algo errado aqui, sei que tem.- falou julius preocupado.

Apesar do tempo bom o clima no acamapamento estava tenso, nenhum sinal do inimigo fazia coisas horriveis passarem pela cabeça de todos ali.

- essa calmaria não esta certa. Esta acontecendo alguma coisa, eu sinto.- disse finiti também agoniada.

- pelo fogo sagrado, espero que isso não tenha sido outra traição.- falou o soldado que a tres dias atras havia repreendido cesar por dizer isto.

Julius olhou para todos ali, todos os rostos estavam tensos, o céu limpo, a brisa e o sol agradavel, a calmaria no horizonte, tudo parecia falso, irreal, perigoso...

- vamos voltar!- gritou ele de repente.- vamos voltar para a Cidade Imperial agora.

- tem certeza senhor?- perguntou um soldado.- o rei nos mandou para cá.

- sim, e não há nada aqui. Ou estao preparando algo realmente horrivel para nós ou algo esta acontecendo ou já aconteceu em algum outro lugar. E o fogo sagrado queira que nao tenha sido na cidade imperial. Desarmem o acampamento!

O acamapamento foi desmanchado rapidamente, todos estavam anciosos para voltar ao lar, anciosos e temerosos, pois já começavam a pensar que talvez encontrassem o pior.

- ouçam todos.- pediu julius quando todos já estavam montados e prontos para partir.- não sabemos o que vamos encontrar quando voltarmos ao nosso lar, mas fiquem firmes, precisamos ser fortes. Estejam preparados para a luta, talvez precisemos mostrar nossa verdadeira força em nossa própria casa. Para o alto!

Os cavalos de eleon levantaram voo e dispararam como trovoes silenciosos para a cidade imperial. Cada coração mais pesado que o outro, mas todos com a esperança de estar tudo bem.

O dia já estava acabando quando os cavalos começaram a descer nos campos ao redor da cidade imperial, galoparam rapidamente para dentro dos portoes e seus corações deram um salto.

Estava tudo bem.

Havia crianças correndo pelas ruas, rindo e brincando, as mulheres passavam com cestas de frutas e homens carregando ovelhas gordas ou carrinhos com legumes. Estava tudo normal, como estava no dia em que sairam.

- vamos ao palacio do rei. - mandou julius.

Os soldados ficaram nos jardins do palacio do rei Amintor, e finiti, julius e darla foram ao encontro do rei.

- majestade!- exclamaram se ajoelhando diante do rei Amintor.

- ora, mas o que meus tres generais estao fazendo aqui?- perguntou o rei com curiosidade.

- nossos corações estavam pesados majestade, tivemos que voltar.- falou julius.

- estava tudo calmo papai, tres dias e uma calmaria de pesar no coração.- falou finiti.

- o céu estava limpo e bonito, o sol brilhava, senhor.- disse darla.- mas o inimigo não estava em parte alguma, os procuramos por toda a redondeza, fomos além dos campos de Orquideas, mas não havia ninguem, ninguem.

- sim. Tres longos dias e nem sinal de um misero orc.- falou julius.- ficamos preocupados, pensamos que talvez tivessemos caido nas garras de outra traição, que talvez o inimigo estivesse aqui ou em outro lugar. Nossos corações estavam pesados, entao voltamos.

- entendo. Mas por aqui não ouve nada tambem.- disse o rei com um olhar pensativo.- nada aqui e nem em nenhum outro lugar. Recebi mensagens das outras cidades, esta tudo calmo, parado, nada.

Ninguem falou nada por um minuto, entao julius perguntou:

- senhor, será que isso é um bom ou mau sinal?

- mau com certeza.- disse o rei.- primeiro porque sei que drana e seu exercito ainda estão aqui, e estão preparando algo horrivel, para estarem tão quietos assim. E segundo porque alguem mentiu para mim: as informações eram de que ferilam e uma grande tropa estariam pela região dos campos de flores. Mas voces dizem que não havia ninguem. Isso pode ser outra traição.

- Mas o que faremos agora?- perguntou finiti.

- Esperaremos. Vamos esperar e recolher o maximo de informações que conseguirmos, temos que saber o que eles estao fazendo, para ai sim fazermos algo também, não podemos andar as cegas.

- e vamos ter que voltar para os campos?- perguntou darla torcendo para que a resposta fosse não, era muita mais reconfortante estar no castelo sob a proteção do rei.

- por hora não, já que voces passaram cinco dias lá e nada aconteceu, acho melhor ficarem aqui até que cheguem novas informações.- disse o rei.

Nos dias em que se passaram no castelo de Eleon tudo continuava incomodamente calmo, as pessoas do lado de fora achavam isso bom, continuavam levando suas vidas normalmente, e até que felizes por nada de ruim estar acontecendo. Porem, dentro das paredes brancas do castelo os corações estavam pesados, nenhuma noticia chegava, batedores e mensageiros que chegavam sempre diziam a mesma coisa:

- esta tudo normal, não a um único orc por várias milhas.

O rei estava tenso e a toda hora convoca reuniões.

- eu tomei uma decisão, vai ser arriscado, mas vejo que é necessário, não podemos ficar aderiva nessa guerra.- disse ele numa reunião.

- o que meu rei?- perguntou finiti que também já estava aponto de um ataque de nervos.

- vamos colocar espiões dentro do circulo negro.- falou o rei com um certo esforço.

Ouve um momento de silencio, todos os generais na mesa e finiti, darla, julius e boreas se entreolharam nervosos.

- o senhor tem certeza?- perguntou julius.- pode ser perigoso e como vamos fazer uma pessoa de eleon se infiltrar entre o inimigo? Com certeza vao suspeitar, somos faceis de identificar se é que o senhro me entende.

- sim, mas pretendo colocar uma pessoa que talvez não seja reconhecido tao facilmente.- disse o rei e um sorriso brotou em seus lábios.- com certeza é o melhor para a missão.

- quem?- perguntaram todos em unissono, loucos de curiosidade.

O rei deu um leve sorriso.

- Ariaus Plemancof.

- O QUE?!- exclamaram finiti, julius e boreas.

- ora o senhor só pode estar brincando,- disse finiti boquiaberta.- Ariaus não é confiavel, é capaz de se torna espião de Drana também, de tomar gosto pela coisa e nos prejudicar. Aposto que era a decha que estava esperando.

- sabe senhor, finiti tem razão.- falou julius.- Ariaus é um sujeito suspeito, eu não confiaria tal missao a ele.

- mas eu sim.- disse o rei decidido.- voces fazem um pessimo julgamento do rapaz. Ele vai ser sim nosso espião e vamos ver até aonde conseguimos ir assim.

- não muito longe senhor.- disse finiti.- o senhor vai ver, infelizmente, ele realmente não é confiavel. O senhor nunca reparou, ele é um bisbilhoteiro, sempre expreitando por ai, tentando ouvir nossas conversas ou abrir portas trancadas.

- ora mas isso é melhor ainda.- disse o rei num tom animando.- significa que já nasceu com talento para espiar.

- meu senhor...

- finiti, chega. Minha decisão esta tomada, eu sei o que estou fazendo. Será que ainda existe um comandante aqui que confie em seu rei?

Todos concordaram com a cabeça e não falaram mais nada contra a decisão do rei.

Naquela noite todos os comandantes foram dormi preocupados com a nova decisão do rei e finiti falava muito angustiada com bóreas, a caminho de seus quartos.

- não sei o que meu pai pretende, tenho certeza de que Ariaus andou falando coisas a ele para faze-lo tomar tal decisão. Estou muito desconfiada Bóreas, estou sim.

- eu também achei a idéia meio absurda no começo,- disse boreas.- mas sabe, o rei Amintor é um homem sabio e não cairia em truques assim tão facil. Acho que devemos mesmo confiar nele, tenho certeza de que ele sabe o que faz.

- não sei, já fomos enganados uma vez...- falou finiti meio deprimida.- mas vou confiar em meu pai, mesmo que não confie nesse tal de Ariaus. Agora vou me deitar, estou me sentindo meio enjoada.

- sim, vejo que voce esta ficando um tanto pálida.- comentou boreas.- sente-se bem?

- ah sim, é só um leve enjoo. Passa com uma boa noite de sono.- respondeu finiti virando-se para entrar em seu quarto.

- certo então, boa noite cara princesa.- disse boreas e foi-se embora.

Darla por outro lado estava confiante de que o rei Amintor sabia o que estava fazendo. Desconfiava um pouco de Ariaus sim, era verdade, mas tinha certeza de que o rei tinha tudo planejado e não ia cair nas armadilhas de um simples cartógrafo, com certeza tinha um plano em cima de tudo isso.

- confio nele.- disse enquanto trocava de roupa para dormi.

Todos se deitaram no pálacio de Alamare em eleon, as casas estavam escuras e as ultimas brasas das lareiras começavam a se apagar. Por outro lado, além, muito além dos campos de Orquideas de Len o exercito negro se levantava.

Centauros ameçadores gritavam ordens para milhares de orcs, harppias berravam preparando armas e organizando aguoros, todas as criaturas andavam de um lado para o outro berrando, afiando espadas, pegando capacetes e escudos, os touros maléficos que puxavam as carruagens estavam sendo preparados e a soberana das trevas vestia uma aramadura de metal negro, preparava uma espada que parecia ser feita de fumaça negra e vestia uma capa preta com uma garra vermelha estampada.

- orfne!!- berrou drana com uma voz gélida e aguda.

Em poucos minutos uma grande harppia, talvez a maior e mais forte de todas, de longos cabelos vermelhos e pretos emaranhados, olhos vermelhos agudos e cruéis como os de uma águia perversa, garras de 10 centimetros, asas longas e pesadas, dentes ameaçadores e usava uma armadura cinza.

- orfne minha senhora.- disse a capitã das harppias se curvando diante de Drana.

- prepare sua tropa orfne, hoje teremos carne fresca.- falou drana com um sorriso cruel brotando em seus lábios.- vamos até as Montanhas Vermelhas, a pouca gente por lá, com certeza não têm uma forte proteção. Faremos uma carnificina, nenhuma criança sobreviverá.

- será extremamente...prazeroso, minha senhora.- disse orfne.- vou preparar minhas harppias, elas estao loucas por carne fresca, vão se deliciar.

- então vá e mande Roldec vir ao meu encontro.

- pois não minha senhora.- disse orfne e mergulhou pela janela.

Pouco deposi de orfne sair Roldec, o centauro, bateu na porta da sala de Drana.

- cara senhora?

- roldec, prepare seus orcs e centauros.- disse drana.- voces vão marchar até as praias do sul, um amigo os encontra lá. Voce saberá quem é.

- como quiser minha nobre senhora.- disse roldec com uma reverencia.- mas afim de que iremos para o litoral?

- por hora não é necessário saber roldec.- respondeu drana.- como eu disse um amigo lhe encontrará lá, voce não sabe quem ele é, mas ele saberá quem é voce.

- como mandar minha senhora. Partiremos o mais rápido possivel.

E com uma reverencia Roldec saiu da sala.

- Ferilam!!- berrou Drana.

Uma nuvem negra surgiu no centro da sala e foi se dissepando a medida que Ferilam, o senhor da magia negra se materializava.

- minha dama?

- ferilam...- Drana virou-se do espelho para encarar Ferilam.

O olhou atentamente dos pés a cabeça e o encarou com certa desconfiança.

- ferilam.

- senhora?- ferilam estava frio, seus olhos negros brilharam ainda mais.

- você ficará no comando enquanto eu estiver fora.- falou drana um tanto relutante.- estarei nas Montanhas Vermelhas e Roldec nas praias do sul, você ficará com as rédeas por aqui. Não faça nada, somente garanta a ordem e que esses orcs incopetentes não se matem de uma vez.

- não se preocupe. Mas o que farão tão longe assim?- perguntou Ferilam com interesse.

- não seja curioso maguinho.- disse Drana com um sorriso maldoso nos lábios, deslizando a mão pálida pelo rosto de Ferilam.- voce logo saberá.

E estava saindo da sala quando girou nos calcanhares e disse:

- a propósito, espero que você não resolva ir se encontrar com o seu casinho e deixe isso aqui virar uma zona.- disse drana.- e nem começe a espalhar nossos planos por ai.

- por acaso vossa graça desconfia de minha lealdade?- perguntou Ferilam num tom ameaçador.

- Sim desconfio e não se atreva a falar-me nesse tom novamente ou cravo uma faca em seu coração podre!- berrou drana e deu as costas a Ferilam.

O mago não falou nada mas desejou que drana queimasse em algum campo de Lis Flamejante.

****************CONTINUA*************************

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 14/12/2008
Reeditado em 14/12/2008
Código do texto: T1335240