"A Batalha de Fogo" cap. 20 -"As Fadas de Fogo"

No meio da noite Darla acordou com um barulho engraçado nos ouvidos, ou estava muito enganada ou podia ouvir vozes cantando. Imaginou que talvez fosse alguns soldados sem sono. Saiu para espiar.

A noite estava simplesmente linda, o céu totalmente salpicado de estrelas brilhantes e um vento agradável soprava, mas não havia ninguém lá fora, nem se quer os animais noturnos estavam a vista. Estava tudo deserto do lado de fora.

Mas ainda sim Darla podia ouvir uma cantoria, tinha certeza de que ouvia vozes, ainda não estava biruta. Fechou os olhos e tentou localizar o barulho, seus pés foram guiando-a na direção de uma clareira próxima, onde as árvores carregadas de flores tapavam as estrelas.

Darla parou, a cantoria agora suficientemente alta, ela abriu os olhos.

A sua frente estava não uma clareira comum, parecia mais um salão natural: um grande espaço onde o chão era coberto por folhas secas e pétalas de flores, as árvores formavam uma grande parede ao redor da clareira e dançando e cantando no meio de tudo estavam pequenas criaturas que por um momento Darla pensou serem passarinhos, mas então percebeu que eram pequenas mulheres de asas, que usavam fitas ao redor do corpo que esvoaçavam conforme elas rodavam no ar, tinham longos cabelos e todas estavam envoltas em pequenas chamas vermelhas vivo.

Eram elas que estavam cantando, eram pequenas mas suas vozes eram altas e bonitas, era como ouvir sereias. Uma delas estava dançando próxima de Darla, eram lindas, pareciam feitas de fogo, pareciam estrelas vivas.

A criaturinha, fosse o que fosse, deu uma pirueta encantadora no ar e parou cara a cara com Darla. Foi uma cena engraçada até: a criaturinha olhou Darla de cima a baixo, seu olhar parou um momento no colar da Lua de Darla, então ela arregalou os olhinhos miúdos e começou a berrar, numa voz muito aguda:

- LUSBEL! LUSBEL! LUSBEL!!

Todas as criaturinhas pararam a cantoria e a dança, todas olharam para darla e começaram a dar gritos agudos que fizeram Darla tapar os ouvidos.

De repente, no outro lado da clareira, onde Darla mal enxergava, uma luz avermelhada brilhou e as folhas que estavam no chão começaram a rodopiar no ar. As criaturinhas pararam com a gritaria.

De trás das árvores próximas saiu uma mulher alta e esbelta, longos cabelos feitos de fios de fogo vivo, o corpo envolto em fitas vermelhas, como as criaturinhas, ela possuía longas asas que eram feitas de uma chama tão viva que os olhos de darla arderam um pouco. Ela se aproximou a passos lentos, tinha um rosto delicado, parecia um anjo feito de fogo.

Ela parou cara a cara com Darla, observou a moça por um momento, com seu olhar profundo e místico, e então sorriu e disse, sua voz era doce como das outras criaturinhas:

- seja bem-vinda a Clareira das Fadas de Fogo, Portadora da Luz.

E se curvou para frente e deu um beijo na testa de Darla. A jovem sentiu uma onde de calor reconfortante invadindo seu peito, e sentiu-se como num banho quente.

- eu sou Minfelis, a fada de fogo.- continuou a fada.- o que a trás a nossa clareira?

Darla estava numa espécie de transe, olhava a beleza da fada boquiaberta, foi preciso Minfelis repetir a pergunta pra ela chacoalhar a cabeça e voltar à vida real.

- ah sim, eu ouvi vocês cantando, queria saber de onde vinha a música, e meus ouvidos me guiaram até aqui.

- oh, você ouviu a musica?!- perguntou Minfelis surpresa.

- Sim, vocês estavam cantando bem alto.- disse darla, sem entender a surpresa da fada.

- Mas não são todos ouvem o canto das fadas,- disse Minfelis, e fazendo um gesto com as mãos, fez as folhas do chão se transformarem em um trono alto, em que ela se sentou.- somente pessoas especiais ouvem nosso canto, pois a musica guia aqueles que a ouvem até aqui, e não é qualquer pessoa que pode entrar neste lugar sagrado.

- Este é um lugar sagrado?- perguntou darla olhando a simples clareira.

- Sim,- respondeu Minfelis.- veja.

E acenou para as outras fadinhas que voavam de um lado para o outro.

De repente todas pararam, começaram a rodopiar, as folhas no chão se agitaram, as fitas das fadas aumentaram, agora arrastavam no chão, e no meio delas começavam a aparecer fadas altas, como Minfelis, longas asas de fogo, cabelos compridos, porém, cada uma tinha uma fita de uma cor variada, poucas eram vermelhas.

- as fadas com fitas verdes fazem todas essas árvores e flores brotarem neste vale. As de azul cuidam das águas, da chuva, para que nunca falte e nem tenha em excesso. As de amarelo cuidam do sol, lilás da harmonia entre os seres daqui, as de branco cuidam da paz e da calma e as de vermelho são as guardiãs, cuidam da segurança desse vale.

Darla não falou nada, ficou admirando a beleza de todas as fadas. Era como estar em outro mundo.

- eu nunca imaginei que podesse haver fadas em Eleon.-comentou.

- Existem tantas criaturas nessas terras que você não poderia contar.- disse Minfelis.- mas se você ouviu nosso canto é porque a um propósito maior sobre você. O que a trás a estas Matas?

- Eu estou atrás de sinais de Drana e do inimigo, preciso saber o que esta acontecendo. Eles estão quietos demais pra quem esta em guerra, desconfiamos que estão fazendo algo horrível. Eu tive pressentimentos.

- Hum...pressentimentos de Lusbel são como visões de Ritmen.- disse Minfelis.- mas aqui no Vale das Fadas você não vai encontrar nada de suspeito. Eu mesma cuido para que o mal não chegue nem perto deste lugar.

- E onde posso encontrar alguma pista? Precisamos saber de algo, não podemos ficar a deriva.

- La em cima, nos Pântanos Fercs, sempre passa um ou outro suspeito, talvez seja possível conseguir alguma informação por lá.

- Ah, muito obrigada! É pra lá que iremos amanha então.

- Mas tome cuidado Portadora da Luz, sua morte é cobiçada por muitos. Esteja sempre alerta. E se precisar de ajuda nas horas de perigo ou medo, toque a marca de meu beijo em sua testa e eu e minhas fadas iremos a seu auxilio.

Darla passou a mão na testa e sorriu.

- obrigada rainha das Fadas, nunca me esquecerei.- e com uma reverencia Darla Lusbel saiu da Clareira das Fadas e voltou a sua barraca.

*******************CONTINUA*********************

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 09/01/2009
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