JUSTINO E ANTÔNIO

Antônio brincava no quintal. Ele morava num lugar, que antes era uma senzala. A sua avó contava histórias dos tempos de escravos e de como eles sofriam nas mãos dos senhores.

Um dia, olhou à casa “mal assombrada”. Teve curiosidade de entrar nela. Quando entrou, percebeu que estava toda empoeirada e arruinada pelo tempo.

Subiu uma escada velha, que quando pisava no degrau, fazia um barulho que iria desabar a qualquer momento. Entrou no primeiro quarto que viu. Lá, tinha uma cama antiga toda comida pelos cupins e sem colchão. Antônio, com medo, decidiu ir embora. Quando estava saindo do quarto, escutou uma vós de menino; – Espere negrinho!

Antônio assustado viu um menino com uma roupa esquisita. Tinha os cabelos cacheados e uma olhar desafiador. Antônio perguntou: – Quem é você menino? Nunca te vi mais gordo.

O outro disse agressivamente: – Negrinho abusado, mandarei o capataz da fazenda te dar vinte chibatadas no tronco.

Antônio ficou furioso: – Você tá cheio de marra. Vou embora, não precisa dessa frescura toda!!

– Fica aonde está. Eu mesmo irei lhe castigar.

– Quer me bater, vem logo. Vou dar uma lição.

O menino de roupa esquisita pegou um chicote pequeno e correu para cima de Antônio. Ele conseguiu pegar o chicote e deu um safanão no outro garoto.

– Bem feito, quem manda ser metido.

– Vou falar com meu pai: O Conde das Serras Verdes.

– Espera aí, já ouvi falar nele, minha avó falou que ele era uma senhor muito malvado.

– Ele não é malvado. É um homem forte.

– Mas, ele viveu a mais de cem anos atrás.

– Como a assim, estamos em 1826.

– Não seu idiota, estamos em 2005, século 21.

Os dois meninos perceberam que havia algo errado. Estavam vestidos diferentes.

– Então, você não é um escravo?

– Não, sou livre. A princesa Isabel assinou a Lei Áurea e libertou todos os escravos negros. Você não sabia disso?

– Não.

– Qual é seu nome?

– Justino.

– É um fantasma. Não pode estar vivo.

– Claro que não, vou chamar meu pai. Pai!!! Pai!!!

A casa continuou silenciosa. Ele percebeu que o outro estava com razão.

Depois da briga, ficaram conversando.

Com o passar do tempo, começaram a trocar de informações sobre suas respectivas épocas. Antônio mostrou a TV, o computador e o videogame. Já, o Justino mostrou seus livros prediletos e seus brinquedos artesanais.

Eles acharam muito complicados o que um mostrava para o outro. Antônio disse a Justino que os livros de sua época tinha uma linguagem mito difícil. Justino falava que achava a TV, o rádio e a Internet passavam as informações com muita rapidez e ao mesmo tempo, que ele ficava com a cabeça embaralhada.

Começaram a ficar amigos. Trocavam idéias e brincavam bastante.

Agora, que irá acontecer com eles? Continuarão a ser amigos? Inventem um final para essa história. Não tenho a mínima idéia de como acabará a história. Tenho que ser franco.

dudu Oliva
Enviado por dudu Oliva em 20/05/2005
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