As Aventuras de Nick James 4 - Nick James arruma uma assistente

Nick James arruma uma assistente

Eu, office-girl de uma próspera empresa, estava um dia trabalhando tranquilamente e o meu chefe me mandou ao centro da cidade fazer um anúncio nos classificados de um jornal. Procurei a loja e, quando entrei, vi um sujeito esquisito, de uns 18, 20 anos, de boné, bermudão e sobretudo, um tanto estranho, mas tudo bem. Entrei na fila atrás dele.

Quando chegou a sua vez, ele disse à balconista que procurava alguém para dividir o apartamento, sendo que ele próprio pagaria as despesas da casa e que, para tanto, a pessoa só precisaria ter um emprego fixo aqui mesmo em Porto Alegre.

Na mesma hora, pedi para a balconista suspender o anúncio porque o rapaz já tinha encontrado a tal pessoa: EU. O rapaz aceitou, eu fiz o anúncio do meu chefe e fomos para o apê.

No ônibus, puxei conversa:

— E então, tchê, como é o teu nome?

— James. Nick James. Mas pode me chamar de Nick.

— OK. E o que você faz da vida, Nick? Parece um detetive, acertei?

— Mas que curiosidade. E acertaste. Como descobriste?

— É que eu tenho uma certa “vocação” para descobrir as coisas, sabe?

— Ah, sim, sei. E como é o teu nome?

— Tu acabaste de dizer que é detetive. Descobre o meu nome, ora!

— Tá bom. Eu vou tentar.

Chegando ao apê, vi que esse Nick tem bom gosto: o apartamento era muito bem arrumado e também muito bem decorado. Perguntei se podia usar o telefone e ele respondeu que a casa era minha.

Telefonei para o meu chefe explicando a situação, ele entendeu e ficou tudo bem. Aí o Nick me mostrou a casa e eu larguei minhas coisas no quarto e fiquei por lá pensando:

“Esquisito este rapaz. Não perguntou nada. Será que ele está querendo alguma coisa de mim? Bem, é claro que está. Ninguém daria casa e comida de graça. Preciso saber mais sobre ele.”

Aí ele apareceu na porta do quarto:

— E então, guria? Gostaste do quarto?

— Gostei, mas vem cá, me diz uma coisa: por que tu resolveste dividir este apartamento com alguém? Não foi só porque ele tem dois quartos, não é?

— Não, não foi. Eu te explico: no meu último caso vi de perto como está a situação do pessoal que não tem casa pra morar. Isso me fez refletir profundamente, e eu quis fazer a minha parte. Tu não tinhas casa para morar, não é?

— Não exatamente. Eu morava na casa do meu chefe, mas foi muito bacana esse teu gesto. — eu acreditei no Nick. Ele foi sincero.

— Se todo o mundo pensasse assim...

— É mesmo... Mas me diz: como é esse teu trabalho?

— É assim: acontece um crime por aí e alguém logo telefona pra cá pedindo ajuda. A polícia às vezes também me chama. Aí eu vou até o local, procuro informações, saio atrás de pistas, etc. até solucionar o mistério.

— Puxa! É tri mesmo. Eu também adoro essas coisas.

— Que bom ouvir isso. Eu vou te falar: eu estava procurando alguém assim que nem tu, que gostasse disto e tivesse alguma facilidade para descobrir as coisas. E isso eu já vi que tu tens. Mas tu deves ser esperta e corajosa.

— Nem te preocupa porque isso eu sou. E aí? Quando eu começo?

— Quando acabar o teu expediente. Vai pra lá agora, tá legal? Pega aí uma ficha. Até mais, futura auxiliar-informante de detetive.

— Até mais, comandante Nick James!