O MAGICO DE OZ

Welington Almeida Pinto

OBRA-PRIMA DA LITERATURA INFANTIL

NO FINAL do século XIX, escritores e produtores de livros infantis da Europa, lideram um movimento propondo histórias menos violentas e sanguinárias; defendiam que duendes, gênios e fadas já não despertavam tanto interesse nas crianças. Lyman Baum, escritor norte-americano, também pensava assim. Para ele, o conto de fadas moderno devia conservar apenas a novidade e o bom humor, descartando tristezas e pesadelos. Se as crianças precisavam de morais severas, que as aprendessem em casa ou na escola. Histórias eram para divertir.

Em maio de 1900, Lyman lança com sucesso sua obra-prima, O Maravilho Mágico de Oz, ricamente ilustrado por W.W. Denslow. Considerado o primeiro grande romance da literatura de fantasia norte-americana, vende mais de 100 mil exemplares em apenas dez meses.

O livro empolga crianças de todas as idades com as fabulosas aventuras de Dorothy, a menina do Kansas, levada por um ciclone para uma terra mágica, onde encontra personagens incríveis como o Espantalho, o Homem de Lata, o Leão Covarde e o Mágico de Oz.

O Maravilhoso Mágico de Oz foi lançado em 1900 com sucesso de vendas. Em 1902, Lyman produziu, em Chicago, um musical inspirado no livro. O êxito foi tanto que logo foi para a Broadway, o centro teatral de Nova Iorque. Em 1925 virou um filme mudo, hoje lembrado por ter Oliver Hardy, da dupla o Gordo e o Magro, como o Homem de Lata. Depois, em 1939, a Metro produziu o grande musical estrelado por Judy Garland. Foi o filme mais visto de todos os tempos no cinema e na televisão com mais de um bilhão de espectadores.

Existe mesmo uma força muito especial na obra de Lyman. Para sentir, vire a página e viaje com Dorothy e seus companheiros pela surpreendente estrada de pedras amarelas.

O CICLONE

DOROTHY VIVIA feliz com os tios, Henry e Ema, no coração do território do Kansas, nos Estados Unidos. A casa, feita de madeira, tinha apenas um cômodo. Dentro, um velho fogão a carvão, um guarda-comida, uma mesa, quatro tamboretes, a cama de casal e um estrado para Dorothy. Não havia uma flor, um ornato; o único livro era a velha Bíblia. Numa das paredes, o retrato de Tia Ema ao lado do marido, tirado no dia do casamento; já acinzentado pela ação do tempo, mas ainda dando idéia de como eram jovens e belos; estava ela com dezoito anos e prendia, entre os dedos, um pequeno buquê de flores campestres.

Tia Ema envelheceu em pouco tempo. Com o sol e o vento castigando seu rosto perdeu o rubor dos lábios e das faces, a pele acinzentou-se. Os cabelos, que eram arruivados, ficaram brancos, sempre enrolados sobre a nuca, presos por um antigo pente de tartaruga.

Como também mostra a fotografia, tio Henry era um tipo bem-apessoado, cerca de vinte anos, o rosto rapado, apenas um bigodinho ralo pegado ao nariz. Passados 50 anos, transformou-se num senhor pesado, sobrancelhudo, mal vestido com um macacão velho de lona e as botas de couro sujas de tanto pelejar no estábulo; a toda hora pitando o cigarrinho de palha preso entre os dentes.

Dorothy tinha doze anos. Mocinha de pele clara e olhos de um azul polar. Forte e cheia, vivia apertada num vestido puído de chita. Os cabelos, amarelos como cachos de trigo, feitos em duas longas tranças eram o orgulho da tia Ema, que a chamava de mocinha bonita. A única diversão da menina era brincar com Totó, um cãozinho bastante alegre, sempre ao seu lado.

Na casa, não havia sótão nem porão; só o enorme buraco cavado no chão, onde a família se abrigava durante os furacões. Era um buraco anti-ciclones, como dizia tio Henry. Para se esconder ali, desciam pelo alçapão num canto do cômodo.

Em torno da casa, a extensa campina acinzentada, coberta por relva com as extremidades de suas hastes sempre torradas pelo sol. Nada de árvores, nada de verde, tudo muito árido! Nenhuma vila, nem mesmo uma casa vizinha. Tudo era cinzento; até a casa de Tio Henry, pintada há tempos de branco, tornou-se cinzenta e melancólica, como tudo em volta.

Quando Dorothy foi morar no Kansas, Tia Ema levou muito tempo para se acostumar com a jovialidade da sobrinha. Admirava a menina ser tão alegre em lugar tão triste, tão cinza!

Certo dia, o céu amanheceu carregado, mais cinza. O vento arrastava ondas de capim para todos os lados. Tio Henry permanecia desde cedo sentado na soleira da porta, examinando o mau tempo. Em pé, ao seu lado, Dorothy com o Totó nos braços, também olhava o céu, enquanto tia Ema, lá na pia, lavava louças. De repente, tio Henry levanta-se e observa:

- Mau sinal, gente! Vem aí ciclone – e virando-se para a mulher - Ema, tome conta da garota que vou cuidar dos bichos.

O velho corre para o curral, já berrando pelo nome os animais. Tia Ema, assustada com a violência do vento, larga o trabalho, e desce para o esconderijo, gritando:

- Dorothy!... Dorothy!... Depressa, menina, corra para o porão.

Totó escapa dos braços de Dorothy e se esconde debaixo da cama. A menina tenta agarrá-lo, suplicando:

- Totó, venha cá. Depressa, seu maluquinho!

Quando Dorothy finalmente segura o cachorro e corre em direção ao alçapão, uma rajada de vento abala tudo com violência. A casa desprende-se do chão, rodopia duas vezes no ar e, como balão, começa a voar.

- Trem mais esquisito! – murmura a menina, quase morrendo de medo.

Dorothy sem saber como agir, acha melhor ficar quietinha num canto da casa. Totó latia feito doido correndo sem parar pelo cômodo; passava tão perto do alçapão que, de repente, foi tragado pelo vento para fora da casa.

A menina entra em desespero. Chora e grita pelo cão, imaginando que pouco ou nada poderia fazer pelo amigo. Logo se anima ao avistar as orelhas de Totó aparecendo e desaparecendo na boca do alçapão; a forte pressão do vento fazia o corpo do animal flutuar. Imediatamente, limpa as lágrimas com as costas das mãos, engatinha-se até ele, pega firme em suas orelhas e puxa-o para dentro. Feliz, aperta o cãozinho no colo e pula para a cama, pensando dormir um pouco e o tempo passar logo.

- É isso aí! – murmura.

Agarradinha a Totó adormece, apesar do balanço da casa e do barulho do vento.

O PAPO COM OS ANÕES

...

Desperta Dorothy com o choque da casa pousando no solo, tão brusco e repentino. Não fosse a maciez do colchão, teria se machucado. Totó salta da cama, latindo.

- Psiu! – faz Dorothy, meio espantada.

Senta-se na cama, desconfiada. Mas logo fica encantada com um risco de luz do sol, entrando pela fresta da janela. Pula para o chão. Abre a porta e depara com uma bela paisagem na sua frente.

- Santo Deus!... Não acredito no que estou vendo!

Era mesmo uma visão maravilhosa! Logo na porta de casa descia um pomar de dar água na boca, produzindo maçãs, laranjas, pêras, tâmaras e ameixas. Abaixo, reluzia um riacho cortando um campo florido. Um sonho. Dorothy, acostumada com a planície seca e cinzenta do Kansas, se deslumbra com o colorido das flores, o canto dos pássaros e o sussurro melodioso das águas do regato.

Enquanto admirava a beleza do lugar, avista quatro anões que vinham ao seu encontro. Totó começa a latir. Dorothy ralha:

- Psiu! Quieto amor.

O cão obedece e fica, da porta, com os olhinhos pretos bem atentos, espreitando aquela gente esquisita: três velhos e uma mulher de cabelos grisalhos, trajando uma túnica estrelinhas faiscantes ao sol. Todos usavam chapéus redondos terminando em bico, com mais de trinta centímetros acima da cabeça; dependurados nas abas, um monte de sininhos que tilintavam ao menor movimento.

Sorrindo, a mulher faz reverência a Dorothy:

- Benvinda à Terra dos Anões, ilustre Bruxa!

Dorothy dá um passo atrás, assustada.

- Hã!... O quê?!...

- Não se acanhe. Parabéns por ter acabado com a Bruxa Malvada do Leste. Seu gesto de coragem libertou nosso povo da escravidão.

Dorothy, ainda sem entender:

- Eu!... Deve haver engano, minha senhora. Nunca matei nem um mosquitinho de nada!

- Não há engano nenhum.

- Juro. Não matei ninguém. Nem sou Bruxa.

- Bem, se não foi você, foi sua casa. Dá no mesmo.

A velha anã insiste:

- Veja, existem dois pés aparecendo por baixo daquela viga que sustenta a casa.

Dorothy arredonda os olhos de espanto.

- Santo Deus!... Quem era?

- A Bruxa Malvada do Leste – repete a mulher.

- Trem esquisito!... Não tenho culpa, foi acidente. A casa caiu em cima da coitada. Mas...

- Não se preocupe. Ela era má. Dominou os anões por longos anos. Livres, querem agradecer a você.

- Quem são eles?

- Os habitantes deste lugar.

- A Senhora é a rainha deles?

- Não, apenas amiga. Ao saber da morte da Bruxa Malvada do Leste, corri para cá. Sou a Bruxa do Norte.

- Uma Bruxa!... Bruxa de verdade?

- Sim, a Bruxa do Norte. Mas sou uma Bruxa boa. O povo me adora.

- Então você é uma Fada?

- Bem... prefere me chamar assim? Sou pouco menos poderosa que a Bruxa Malvada que acaba de morrer, é verdade... Agora, existe apenas uma Bruxa má na Terra de Oz.

- Cadê a outra? – quis saber Dorothy.

- Mora além, muito além daqui. É a Bruxa Malvada do Oeste.

- Ela é tão má assim?

- Nem lhe conto!

- Quantas Bruxas boas ainda existem por aqui?

- Duas. A Bruxa do Norte e a do Sul.

- Você é uma delas?

- Sim – responde a outra com uma pitada de orgulho.

Dorothy pensa um pouco e revela:

- Engraçado!... Tia Ema sempre me disse: - As bruxas más morreram há muito tempo.

- Quem é tia Ema?

- Mora no Kansas, o lugar de onde venho.

- É um lugar civilizado?

- Ah, é sim.

- Então é por isso. Nos lugares civilizados não há mais Bruxas, nem Fadas. Muito menos Feiticeiras ou Mágicos.

- Mágico eu garanto que tem – se apressa a menina.

- Esses não são verdadeiros. Mágicos de circo são mágicos de mentirinha, só para enganar.

- Bem!...

- No Reino de Oz, sim, ainda há Bruxas e Mágicos de verdade. Oz é o mais poderoso de todos. E vive na Cidade das Esmeraldas.

Dorothy ia fazer pergunta, quando um dos Anões grita e aponta para a casa.

- O que foi? – apressa a Bruxa, curiosa.

- A Bruxa Malvada do Leste desapareceu – mostra o homenzinho.

A Bruxa do Norte dá uma gargalhada:

- Coitada!... Era tão velha que se evaporou logo! Ficou apenas seu par de sapatos de prata.

Assim falando, caminha até os sapatos. Agacha-se e pega-os; sopra a poeira e diz:

- Agora são seus, minha pequena. Podem ser úteis a você.

- São poderosos!... – interveio um dos Anões.

Dorothy agradece o presente e leva os sapatos de prata para dentro da casa. Retorna num instante e pergunta:

- Podem me ajudar a encontrar o caminho de volta para casa? Tia Ema e tio Henry já devem estar preocupados comigo.

Os anões e a Bruxa entreolham-se, balançando negativamente a cabeça. Um deles garante:

- Impossível atravessar o deserto pelo leste.

- A mesma coisa acontece no sul – alerta o outro.

- Ao norte fica minha região – explica a Bruxa Bondosa. O mesmo deserto impede qualquer um de atravessar para além.

- A oeste, também não dá. A Bruxa malvada faria de você escrava para sempre – previne o terceiro anão.

- Você poderia viver com a gente – sugere a Bruxa, rindo.

- Não posso, preciso voltar para o Kansas – lamenta a menina.

Dorothy, como se atingida por um novo ciclone, começa a soluçar com medo de não poder voltar para o Kansas. Suas lágrimas comovem os anões.

- Não chore, menina – pede um deles em tom de consolo. - Acho que a Bruxa do Norte pode ajudá-la. Ela adora tanto as crianças que em nossa cidade, quando passa pelas ruas nossos filhos correm para ela; adoram receber o carinho de suas mãos macias e ouvir de seus lábios historinhas encantadoras do mundo encantado das bruxas.

A Bruxa bondosa, também comovida, começa a andar de um lado para o outro com as mãos entrelaçadas atrás das costas. De repente, pára. Puxa a ponta do chapéu para junto do nariz e começa a contar:

- Um!... Dois!... Três!...

Surpreendentemente seu chapéu vira um quadro negro. Onde se lê:

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Enviado por Welington Almeida Pinto em 24/05/2005
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