A Terra dos Dragões

A Terra dos Dragões
Jorge Linhaça

Na terra dos dragões tudo é possível, não há contendas entre seus habitantes.
Quando vem o inverno os ovos se rompem e dão origem a novos dragões.
Os dragões crianças brincam na neve, satitam, e aos poucos aprendem a voar.
Mamãe dragão a tudo acompanha, orgulhosa de sua nova prole.
A lua, a brilhar, silenciosa, no céu, assiste à celebração da renovação da vida.
O céu, salpicado de estrelas, recobre a cena, pisca-piscando em seu explendor.
No reino dos dragões, cercado de florestas, a mão humana ainda não tocou.
A harmonia, entre todos os seres, existe e persiste, tornando esse reino mágico, um oásis de paz e amor.
Quando me canso da soberba humana, do descaso dos homens com seus semelhantes e da destruição da natureza causadas pela sua eterna ambição, faço meu encantamento, volto a ser criança e, viajando nas asas de minha fantasia, vou visitar meus amigos dragões.
Dragul me recebe no portal do reino e conduz-me em minha visita de renovação de forças. Montado em seu dorso percorro a terra dos dragões,
visito antigos amigos e conheço os novos e jovens habitantes.
Ah, quanta sabedoria existe na simplicidade de sua maneira de ser, de respeitar as diferenças e cuidar de seu reino que é um bem comum.
Quem dera que os homens pudessem voltar a ser crianças e, de tempos em tempos, visitar a terra dos dragões mas, nem a todos é permitido adentrar aquele portal, apenas aos que ainda guardam dentro de si os sonhos de uma infância cada vez mais distante e deturpada pelo desejo de tudo ter.

Volto à realidade do reino dos homens, já saudoso de meus amigos dragões.


Arandu, 28 de junho de 2010