[Mcfly] Ironic - Capítulo 2

É o bom conselho que você não aceitou - Capítulo 2

Dia seguinte

Daniel Jones

Eu desejei esquartejar o (a) infeliz que me ligou tão cedo e atrapalhou meu sono.

- Alô?

“Danny eu consegui uma secretaria pra você meu velho.”

Odeio quando o Tom me liga de manhã, além de eu ficar um tanto lerdo, eu fico num mau-humor de lascar.

“Danny você está me ouvindo?”

- Tom que horas são?

“7h30.”

- TOMAR NO CU TOM FLETCHER!

“Eu também adoro você amigo, muito.”

- Ah vá à merda, nos vemos na empresa, tchau.

Levantei da minha cama ainda com um mau-humor imenso e fui direto para o banho.

De dentro do banheiro ouvi meu celular tocar. Ah se for o Tom me enchendo a paciência ele vai ver.

- O QUE É TOM? - Perguntei, agressivamente.

“Daniel sou eu, seu pai!”

- Ah, oi pai.

“Onde você está?”

- Em casa.

“Venha o mais rápido o possível pra empresa, e ligue pro Fletcher...”

- O que houve?

“Tu, tu, tu, tu...”

Eu nem me abalei por ele ter desligado na minha cara, era normal. Meu pai se tornou uma pessoa amarga e fria após a morte de minha mãe.

(...)

Encontrei Tom parado em frente ao Mcdonalds, ele estava tomando café.

- Não me pergunte o que aconteceu tá OK? Sei que hoje vamos levar bronca. - falei, a um metro de distância dele. Tom deu de ombros e então atravessamos a rua na direção da empresa.

Johanne Hurt

- Johanne, você sabe que não tem experiência pra um serviço desses não é? - Mesmo eu já tendo terminado as minhas malas. Meu pai ainda tentava me fazer desistir de ir à Nova York.

- Ué, ninguém nasce sabendo.

- Nova York é perigosa filha.

- Joel vai me ensinar a viver lá.

Ele suspirou, sabendo que quando eu colocava algo na cabeça era impossível de me fazer desistir.

- Se cuida filha. - Meu pai me abraçou apertado. Ele odiava despedidas, pois sempre chorava. – Eu te amo muito, garota.

- Eu também pai! E quando eu estiver com uma casa bem bonita eu venho te buscar!

- Tudo bem.

Meu pai me ajudou a levar as malas pro táxi que me esperava em frente nossa casa.

Respirei bem fundo. Sair de casa era bom, mas deixar meu pai não era nada legal, eu sentiria muita falta dele.

Com a ajuda do taxista eu guardei minhas malas no porta-malas.

- Me ligue Joh.

- Sempre pai.

Nos abraçamos mais uma vez e eu engoli um choro que estava pronto para sair.

(...)

Daniel Jones

- COMO VOCÊS ME FAZEM ISSO? O QUE VOCÊS TÊM NA CABEÇA? - Meu pai gritava em sua sala. Eu já estava pensando em chamar um médico pra ele. Daqui a pouco o velho teria um infarto. – CHAMAR AQUELA MENINA PRA SER CAPA DA REVISTA??

- Senhor, eu achei que seria uma boa ideia. - Tom tentou dizer, eu nem me dava ao luxo de falar quando meu pai está gritando, isso só piora. Achei que meu amigo soubesse disso.

- AO INFERNO COM SUAS BOAS IDEIAS TOMAS FLETCHER! SEU PAI NÃO TINHA ESSAS IDEIAS DE GIRICO! EU ACHEI QUE VOCÊ PENSASSE NO MÍNIMO COMO ELE!

- Pai, pode deixar que vamos conversar com o pessoal do Designer & Fotografia tá OK? - Murmurei, massageando minhas têmporas.

- Espero que isso não se repita. - Ele disse, franzindo o cenho. – Saiam da minha sala.

Nem precisou o velho repetir duas vezes. Tom e eu corremos da sala.

- A ideia foi sua Tom, se vire. - Falei, indo em direção a minha sala.

- Belo amigo.

- Eu sei.

Entrei na minha sala e encontrei Dona Starley por algum milagre acordada.

- Bom dia senhor Jones. - Ela disse, sorrindo com sua bochechinha murcha.

- Está despedida.

- Não escutei senhor.

Pronto é o que faltava, agora a Starley é surda.

- Está despedida mulher.

- Ah tudo bem, eu estou mesmo descoberta, vou colocar uma blusa.

É fato, ela está surda.

Me sentei na cadeira, e peguei uma caneta e um papel, escrevi o que a velha não conseguia ouvir.

“ESTOU TE DESPEDINDO :)”

- Por quê? – Ela perguntou, abrindo a boca com espanto.

- Preciso de uma secretária, não alguém que durma em serviço. - A velhota continuou me fitando sem acreditar que eu a despedi. – Adeus.

E a senhora Starley saiu da sala, incrédula.

Johanne Hurt

A viagem até Nova York fora bem rápida, admito.

Ver a cidade pela TV não se comparava a vê-la ao vivo. Tão iluminada, tão perfeita, e agora, a minha cidade também.

Coloquei meus óculos escuros e comecei a procurar por um táxi, eu preferi que Joel não viesse me buscar. Ele então me passou o endereço de sua casa.

É, ele é apenas dois anos mais velho que eu e já tem casa própria.

Ah quer saber? Eu vou de a pé mesmo, o dia está tão bonito.

Peguei meu MP4 de dentro da minha bolsa e o liguei.

Califórnia Girls combinava com meu espírito animado de hoje.

Lendo o endereço da casa de Joel, (que não era muito longe do aeroporto, sim eu vim de avião, baby) eu comecei a procurar pela casa.

Esbarrei em uma senhora, que estava segurando uma caixa cheia de coisas que pareciam ser de um escritório.

- Oh me desculpe! - Falei, e a velha sorriu, fraco.

- Não tem nada querida, o pior já aconteceu, estou desempregada.

- Sinto muito senhora.

- Eu odeio todos daquele lugar.

E a senhora saiu, murmurando um monte de palavras desconexas.

“Eu hein, cada doido!” - Pensei, enquanto voltava a procurar pela casa.

Daniel Jones.

- Então você despediu mesmo a velha! - Tom disse, entrando na minha sala com um sorriso que dizia que o problema de hoje de manhã já estava resolvido.

- Pois é! Você marcou entrevista pra que dia mesmo?

- Pra depois de amanhã.

- Como era o nome da garota?

- Joana...? - Ele franziu o cenho, confuso. – Eu acho que não é isso não.

Tom às vezes é tão lerdo sabe? Tenho medo de isso ser contagioso.

- Boa Thomas Michael Fletcher, chama uma garota pra ser entrevistada e nem sabe o nome dela. - Bati palmas pra ele que revirou os olhos.

- O importante é que ela vai vir não é?

- É, né.

- Danny, sabe aquela sua ex-namorada a Caroline? - Ele perguntou e eu tentei lembrar dessa tal ai, já namorei tantas que nem me lembro mais. – A ruiva do bocão.

Lembrei... E que bocão MEU DEUS! Ô saudade dela.

- O que tem ela?

- Engravidou do Harry Judd.

- Sério Tom? – Perguntei aos risos.

- Pois é.

Ainda bem que eu deixei ela, a safada ia querer me dar o golpe da barriga só porque eu sou rico.

Pobre Judd, tão bobo o rapaz.

Johanne Hurt.

A próxima vez que eu inventar de procurar a casa do Joel a pé, juro que darei um tiro na minha testa. Vai morar escondido assim lá onde Judas perdeu as botas. Toquei a campainha na casa modesta de meu primo e coloquei as malas no chão.

“Não acredito que Joel vai fazer eu espera-lo na porta de sua casa!”- Pensei, ao ver que ninguém respondia.

Só me restou sentar e esperar.

(...)

Depois de uma hora de espera eu comecei a me irritar e peguei minhas malas, isso que dá confiar no idiota do Joel. Certas coisas não mudam.

Ouvi um barulho de moto e me assustei, o dono da moto tirou o capacete e me fitou com as sobrancelhas erguidas. Eu franzi o cenho e cocei atrás da orelha. É sério mesmo que vou ser assaltada?

O cara que por mais que minha mente gritasse que eu conhecia veio se aproximando.

- Sabe... Eu não pensei que te encontraria tão diferente Joh! Você cresceu!

Não, cadê a câmera? Isso é uma pegadinha de mau gosto não é? O que aconteceu com aquele garoto magricelo e todo espinhento?

Espera um pouco, faz quanto tempo que eu não vejo Joel Madden?

- Você não é meu primo. - Dei um passo pra trás e ele observou confuso.

- Sou sim.

- A voz é parecida, mas Joel é magricelo!

Ou pelo menos era.

- Eu continuo magro Johanne.

Eu não sou boa em descrever pessoas, mas vou tentar.

Joel pelos meus cálculos está medindo um 1, 80. O boné escondeu o cabelo, então fica difícil saber se ele tem cabelo ou se agora é careca. Sem contar as roupas largas, e os músculos? Ah Jesus, porque todo mundo muda e menos EU?

Agora olhando bem, ele é mesmo meu primo, esse olhar de mau caráter só ele tem.

Ah mas apesar de eu estar feliz por vê-lo foi uma puta sacanagem a dele em me deixar aqui mofando na porta da casa dele.

- Olha aqui seu babaca! - Fui na direção dele e dei um tapa em seu braço. – Nunca mais me deixe aqui criando teias na frente da sua casa.

- Desculpa prima, é que eu tive que ir à casa de um amigo! - Eu esperei ele gritar de dor enquanto eu o estapeava, mais pelo jeito eu bato MUITO fraco. – Ah Joh! Vem aqui, vem. - Ele tentou me abraçar e eu o afastei. – Eu vou fazer cosquinha hein?

Eu tropecei numa pedra e cai levando Joel comigo. O tonto aproveitou pra começar a fazer cosquinhas.

- PARA JOEL, AAAAH SOCOORRO! - Gritava enquanto suas mãos faziam cosquinhas na região da minha barriga.

- Vai me desculpar?

- VOU! AGORA PARA.

Ele se jogou pro lado, ambos caídos sobre a grama verde e rindo idiotamente.

- Aonde é mesmo que você vai trabalhar?

- Não vou trabalhar Joel, irei fazer uma entrevista.

- Que seja, aonde é?

- Jones Commercial. Conhece?

- Hum, conheço, um amigo meu trabalhava ali.

Eu me levantei e bati a mão na calça para tirar a sujeira. Joel fez o mesmo.

- É, o salário é bom lá.

- Johanne, você não tem experiência em serviços.

- Joel! Ninguém nasceu sabendo.

- As coisas ali são pesadas! Trabalho intenso lá! Se eu fosse você não faria essa entrevista.

Ele abriu a porta e pegou minhas malas.

- Eu já marquei a entrevista.

- Tudo bem, quem avisa amigo é.

Mostrei a língua pra ele. Se ele pensa que eu vou desistir está muito enganado!

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 31/08/2010
Reeditado em 15/11/2018
Código do texto: T2469389
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