Sai dessa, escorrega...

Se não basta o que já disse

Não perderei mais tempo em repetir

Calo e não falo mais

O que já estou cansado de sentir...

Eu te aperto, te esmago

Eu te espremo, te comprimo

Fecho os olhos para não te ver...

Te disfarço em mil artimanhas

Perco o rumo, perco a manha

Pela manhã, és meu mal querer

Por você sou motivo de riso

Por você está em mim...

Quando vens, aos poucos, aflorando

Do meu rosto se apossando exultante

Frente ao espelho me desespero

Me vejo um outro ser.

O meu rosto não é moradia

De inquilino parasita.

Vê se te enxerga, me erra

Vaza, escorrega, sai dessa

Vê se percebe quem te fala

E não amola que não dou mole

Me erra, escorrega, sai dessa

Dá licença, preciso passar...