Ela veste preto, mas o baile é cor de rosa. Cap4.

Por volta das 15h25min da tarde Dora ainda permanecia na frente da casa de Mell, não conseguia dar os passos finais pra tocar a campainha. Rodeava e pensava em tudo que havia acontecido e se queria continuar nesse mundo de aparências, pensava se reiniciar a guerra diária com os outros habitantes de New Park seria uma boa forma de passar a vida.

Música: Breathe (2 AM) – Anna Nelick

There's a light at each end of this tunnel

You shout 'cause you're just as far in

As you'll ever be out

These mistakes you've made, you'll just make them again

If you only try turning around

Há uma luz no final de cada túnel, você grita

Porque está tão longe aí dentro

Como se nunca fosse sair

Esses erros que você cometeu, vai cometê-los de novo

Se continuar persistindo.

– Vai logo, deixa de ser boba! – diz uma voz familiar.

– Ahhaamm! – resmunga Dora inconscientemente.

– Vai ficar aí o dia inteiro? – pergunta novamente a voz.

– Aaaahhhh!!!!! Não pode ser! – grita a garota.

– Tanto pode que aconteceu, sou eu David! – diz sorrindo.

– Você voltou? Como? – pergunta histérica.

– Talvez seja um fantasma ou só uma reprodução da sua consciência, mas o que importa é que estou aqui então vamos aproveitar. Toque a campainha e apenas deixe rolar!

Dora tocou a campainha e a amiga vendo-a pela câmera de segurança logo correu para atendê-la.

– Que bom que você veio e atrasada como manda o figurino, já chegaram umas dessas fubás no horário, pontualidade em festas é tão démodé! Será que essa gente não tem ninguém pra ensinar o básico da educação, mas agora tudo isso vai mudar porque Dorita voltou! – grita animada.

Atravessaram toda a enorme mansão de Mell rumo ao jardim onde estava acontecendo o chá, até então tudo estava tranqüilo para Dora, mas de repente a garota abre a grande porta do jardim e dá de cara com praticamente toda New Park numa enorme festa na piscina.

– Nossa, parece que caímos numa armadilha! A Mell é uma vadia! – cochicha David abraçando Dora e rindo da situação.

A garota estava pegando fogo por dentro, queria estrangular Mell, mas queria se matar também, afinal foi muito ingênua de cair no papo dela. Aquilo era New Park, ali nunca se baixa a guarda não importa o que aconteça.

Mell começa a se explicar sem parar.

– Ai amiga, desculpe pelo volume de pessoas, mas você sabe como é, começam com umas cinco pessoas que contam pra mais cinco e quando se vê todo o bairro está aqui. Fugiu do meu controle, principalmente quando souberam que você viria, eu não sei como. O que eu podia fazer, nos queimar diante de toda a galera! Você compreende, não é?

A garota estava prestes a explodir, mas David a segura pelo braço e diz.

– Vai meu amor, mostra pra ela!

Dora então respira fundo, olha pra todos os curiosos e responde.

– Não se preocupe amiga, o passado não importa e se corrige no futuro com o que fazemos no presente. O que você podia fazer? – pergunta Dorita ironicamente.

– Que bom que você entendeu! Eu te adoro! – diz Mell abraçando-a.

A garota logo se desvencilha da amiga e começa a andar por entre os convidados até que é puxada para um grupinho de meninos.

– Oi Dora, como tá indo com tudo?

– Muito bem, seguindo!

– Quando a Mell avisou pra galera que você vinha como convidada de honra todo mundo confirmou presença.

– Ah! A Mell avisou todo mundo é! – disse bufando.

– Que bom que você esqueceu aquele perdedor do David, o cara era um covarde se matando no seu baile. Sempre soube que ele não batia muito bem da idéia.

– O David não se matou, ele foi assassinado eu tenho certeza disso! – disse quase não se contendo. Que legal alguém que se dizia o melhor amigo falando uma coisa dessas! – ironizou Dora.

– Meu melhor amigo, não! Ele é que ficava me seguindo, eu só deixava rolar. – terminou um deles rindo.

– Com licença, eu preciso de ar. – terminou a garota.

Ela corre em direção a uma varanda escondida no outro lado do jardim e lá permanece respirando, com nojo e assustada com os comentários que havia ouvido.

– Os caras são demais, não são? – pergunta David reaparecendo.

– É, acho que assassinos possuem mais lealdade entre si.

– Não fica assim, você sabe como eles são. – consola.

– Acho que não sabia de nada, onde foi que estive esse tempo todo? – pergunta caindo em si.

– Deixa pra lá, eu preciso ir agora e pra sempre! – entristece David.

– Não, você não pode me deixar aqui no meio dessas víboras, o que eu vou fazer, não vou conseguir sem você! – se angustia Dora.

– Claro que vai, porque você é esperta e especial o bastante para sobreviver a todos eles, ao contrário, são eles que não estão prontos pra você, meu amor.

– Adeus! Foi um prazer te acompanhar e sempre será eternamente.

David ia caminhando para fora do jardim deixando Dora inconsolável sentada num banco de vime quando ele volta e à toma pela mão.

– Mas antes uma última dança.

Música: Everything – Lifehouse

You are the strength

That keeps me walking

You are the hope

That keeps me trusting

You are the life

To my soul

You are my purpose

You're everything

Você é a força

que me faz andar

Você é a esperança

que me faz confiar

Você é a vida

pra minha alma

Você é meu propósito

Você é tudo

Eles dançaram em meio as flores que não delatavam o amor que estava acontecendo junto a elas e não deixavam transpassar a arrogância existente lá fora. A vida seria perfeita uma última vez, a melhor tarde de suas vidas.

De repente risos e alguém se aproxima, mas Dora não percebe.

– Dorita o que você está fazendo aí sozinha? – pergunta Mell.

Dora estava de braços erguidos e olhos fechados dançando sozinha na frente de todos. E agora?

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Continua...

Como sempre, obrigada por lerem e comentem como vocês acham que ela sairá dessa. Só digo que essa história não é tão simples quanto parece, se fosse só o amor. Até ++++