III. 3º Grau do Ensino Médio

III.3º Grau do Ensino Médio

Mais um ano se passou e agora seria o último ano.

Os professores sempre falavam no segundo ensino médio que o terceiro ano passava muito rápido.

No entanto o ano tão esperado chegou. O ano a qual muitos prestariam vestibular e a partir daí cada um seguiria um rumo diferente.

As aulas começaram e desta vez não foi a primeira aula de matemática. A primeira aula era de português. A aula de matemática na segunda-feira era a segunda e a última. Na terça-feira, a terceira e a quinta, na quarta-feira, a segunda e a quinta, na quinta-feira e sexta-feira era Física.Na quinta-feira, segunda e a quarta aula,na sexta, também a segunda e a quarta, mas teve algumas modificações e os alunos acabaram tendo duas aulas dobradinha de Física.

Imagine só. Eles “adoraram”...

É claro, alguns tinham pavor, uns nem queriam ter aula de matemática e física. Uns não chegavam na primeira aula de propósito. Outros apesar de não serem bons mal podiam esperar para que essas duas aulas chegassem. Não pelas aulas, mas sim pela professora.

Os professores, ou melhor, coordenadores já haviam feito o mapeamento da sala. As aulas mal haviam começado e o mapeamento estava pronto. Tudo isso para evitar conversas entre os alunos.

Então logo cada aluno foi destinado ao lugar que constava no mapeamento.

E...Acabaram esquecendo da aluna Merari. Todos já estavam em seus lugares e Merari estava em pé esperando para ver onde iria ficar.

Quando deram conta que haviam esquecido de colocá-la no mapa todos já estavam acomodados, então a colocaram na primeira fileira, na última carteira.

Merari não teve como escapar. Pegou seu material e foi até o local em que a haviam colocado.

É claro que ela estava descontente com o local. Ali, sozinha... Estava no meio de grupinhos recém formados onde só havia conversa paralela.

Não importava se ela sentasse perto de suas amigas ou não. Ela não costumava ficar conversando durante as aulas. Ela trocava algumas palavras, é claro, mas com moderação.

Ela estava no fundão, suas amigas lá na frente. Sentia uma vontade de sair dali.

Certo dia, na aula da professora Mônica, uma aluna andava conversando muito com um colega, então a professora pediu para que aquela aluna trocasse de lugar com a Merari.

Havia dias que a professora estava arrumando uma forma de ajudar a Merari. Tirá-la dali.

Então, não perdeu a oportunidade para colocá-la mais à frente.

A aluna disse que não ia mudar não. A professora falou para que a Merari pegasse suas coisas, porque a aluna iria mudar de lugar sim.

A aluna ainda retrucou. Merari ficou indecisa, se com toda aquela encenação ela iria ou não mudar de lugar.

A professora disse que ela poderia pegar suas coisas e mudar para lá. Merari não teve como agradecer tanta gentileza. Saiu, flutuando, mas não tentou demonstrar muito para que os colegas não percebessem, mas era impossível, pois ela acabou sentando ao lado de sua melhor amiga.

A professora não poderia tê-la ajudado melhor.

Merari ficou radiante. Pelo menos lá poderia prestar melhor atenção às aulas.

A professora Mônica fazia de tudo para ajudá-la.

Merari estava agora sentada entre dois garotos, que estes por sinal também não paravam de conversar.

Ela ficava ali no meio e parecia que ela estava atrapalhando a conversa deles. Eles conversavam de tudo que você possa imaginar. Agiam como se ela não estivesse ali.

Ela tinha que fazer de conta que não estava ouvindo certas coisas, mas era impossível, ela estava ali, estava ouvindo.

Às vezes quando era chamada a atenção dos garotos, eles ainda brincavam que era a Merari que estava falando. E a professora Mônica dizia: “Que isso rapaz, a Merari não abre a boca!”.

Era assim.

A Merari tinha um trauma no primeiro colegial e um pouco no segundo também, quando a professora de matemática a chamava para ir à lousa resolver algum exercício.

Números nunca foi seu forte, então... Tinha medo de ir à lousa e errar. Afinal, ela não era uma boa aluna de matemática.

Certo dia estava marcado prova de matemática e para surpresa de todos a professora deixou que os alunos fizessem a prova em dupla. Os alunos sempre pediam para ela deixar e quando perguntavam quando seria, ela dizia: “no futuro.”

Então, Merari só ficou esperando para ver com quem ia sentar.Ela gostaria de sentar com sua amiga Michelle.Mas...Para sua surpresa a professora pediu que Michelle sentasse com a Aninha; pois estavam mais próximas.

Merari ficou em apuros. Se sua amiga já estava com uma dupla, o que seria dela agora?Com quem iria fazer a prova?

Mas...Como a professora era tão atenciosa e tudo o que ela fazia era para ajudar, num determinado momento ela virou para Merari e disse:

-Merari, você pode sentar com a Michele.

Essa era uma outra Michele.Merari se dava muito bem com ela e Michele tinha facilidade na matéria de matemática.Merari não sabia como agradecer a professora.

Todo aquele peso que havia ficado sobre ela e o medo de ficar com alguém a qual não pudesse ajudá-la saiu de repente e Merari logo pegou seu material e foi sentar com sua amiga.

Merari ficou muito grata pelo modo que a professora agiu para ajudá-la.

A professora sim, era maravilhosa. Tanto física como matemática. Ela explicava tão bem a matéria... A melhor parte era física. Ela usava os exemplos do dia-a-dia e tudo ficava mais fácil.

Ela tinha um jeito tão amável, um carinho tão intenso por aquilo que fazia. Ela amava o que fazia. A pessoa quando faz o que gosta, faz com amor e tudo sai perfeito.

Essa professora era assim. Ela era sensacional.

Ela chegava com um humor... Dava até gosto de ver. Ela chegava a todo vapor.

E ainda dizia: “Vamos gente, vamos lá. Trabalhando, ânimo, ação!”.

Alguns alunos diziam e ainda dizem que estar com a professora Mônica não é estar apenas com uma professora, mas sim, com uma ajudadora, companheira e amiga.

(Merari Tavares, 2009, Minha Querida Professora)

Merari Tavares
Enviado por Merari Tavares em 09/12/2010
Reeditado em 15/12/2010
Código do texto: T2661707
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