[Original] The Simple Plan - Capítulo 41

___________________________________________________________

Sábado III - Os embalos do resto de sábado

___________________________________________________________

Eric Mendes

Eu sei que a culpa vai sobrar pra mim, (sempre sobra) mas ter liberado a festa pra geral não foi de todo uma má idéia. Meu irmão e a fera feroz vão chegar logo. Isto é se eles não tiverem se amassando pelos banheiros do shopping ou metros da vida. Olhei Emanuella conversando com suas amiguinhas e me aproximei. Enquanto eu andava me olhava com aquela sobrancelha erguida, o que eu antigamente achava uma coisa de mulher má, hoje já é bem sexy. Babi devia estar aqui pra eu parar de ficar pensando nessa garota e ir agarrá-la, mas enfim... Quem abre a assistência se fode com a concorrência.

O clima estava legal, o som rolando, as novinhas tchutchucas dançando, os playsson encoxando e eu indo na direção da Emanuella, ok, já disse isso.

- Oi meninas! – Cumprimentei, dando meu sorriso mais lindo de todos. Apesar que todos são lindos, mas né... – Posso roubar a Emanuella um pouquinho?

Emanuella fez careta.

- Não quero ser roubada. – Ela se encostou na parede e cruzou os braços.

- Cala a boca e não faz a resistente. – Puxei a mão dele, e fomos pro meio da festa.

- Sem comentários, você deve ser surdo, qual a parte do eu não quero...

- Emanuella, me poupe.

- Droga Eric! – Colei meu corpo ao dela e tomei uma garrafa de ice da mão de um garoto que parecia ter 14, 15 anos. Emanuella fez cara feia, mas eu ignorei. Bebi o liquido gelado da garrafa e joguei em um canto qualquer.

- Onde esta Babi? – Perguntou ela, olhando em meus olhos. Do nada ela mordeu o lábio, uh, sou sexy.

- Não sei... Ela nem deu certeza de que viria a festa.

- Você devia estar preocupado com isso, não? – Devia estar preocupado em fazer sua boca colar na minha logo, mas ok, a festa mal começou.

- É devia. Se ela vir, bem, se não vir, amém.

- Uh.

Eu queria sentir mais daquela garota, tudo em Emanuella repentinamente (ou não) estava começando a me impressionar, o cheiro, o toque dela, o jeito que ela me olhava quando eu ameaçava morder seu lábio... Tudo estava se tornando especial. Ou sei lá, talvez eu esteja bêbado.

O que seria fraqueza minha. Nem comecei a beber.

Emanuella pôs as mãos em meu pescoço e começou a requebrar ao som de “on the floor” eu sabia que não era seu gênero musical preferido, mas em seu rosto, ela expressava uma alegria que me deixara surpreso, admito. Naquele momento eu me peguei cheio de perguntas, eu estava... Confuso.

- O bom disso é que... Sabemos que é só uma coisa de momento, né. – Eu sussurrei em seu ouvido. Eu queria que ela me dissesse isso, era uma maneira de afirmar o que eu estava pensando e parar de pensar outros tipos de idiotice.

- Sim. – Respondeu, baixo demais, quase que não querendo falar. – Não tem nada a ver né?

Ela forçou um sorriso.

- É.

- Já volto. – Emanuella se afastou e foi em direção a cozinha, eu não tinha nem idéia do que estava se passando na mente dela. Cerca de 20 minutos depois voltou, no rosto, estampava um sorriso mole e o jeito de andar estava cambaleante.

A música que embalou meu primeiro beijo com aquela garota foi Avenged sevenfold – Beast and the harlot, que sem duvidas era uma música muito psicodélica, combinava bem com o estado de Emanuella.

- Eric! – Sim, ela estava bêbada, de longe eu podia sentir o cheiro de vinho com Ice, (espero que ela tenha um bom estomago, misturar bebidas é foda) - Já disse o quanto você é gostoso?

Ok, eu sou convencido, mas a pessoa berrar que eu sou gostoso me deixa meio tímido, acho que...

- Emanuella, cala a boca. – De um canto vi Tiago segurar um copo com uma exagerada força. Haha, perdeu playboy.

- Me obrigue!!. – Ela me agarrou, e não foi um simples agarro, foi O agarro. – Quero que você me faça calar.

- MEU DEUS! – Exclamei, pasmo.

- Eric, me beija, vaaaaaaaaaai, beija agora. – Porra, ela quer mesmo que eu a beije nessa situação? – ANDA!!!!!!

Sim, ela quer.

E assim eu fiz...

Os lábios dela contra o meu fez todo o meu corpo sofrer um tremor esquisito, ou estava excitado (mentira) ou estava pra passar mal (mentira de novo). A sensação que tive foi esquisita, foi nova... Foi... Sei lá que diabos foi, eu acho que estou ficando muito gay.

Tive a impressão de que todos na festa pararam pra nos ver se beijar, bem, claro que isso daria uma puta bafafá na vila.

Quando Emanuella se afastou, com um sorriso muito malicioso, eu me senti meio que... Assustado, ela estava muito, muito.. Ahn...

- Vem... – Emanuella puxou minha mão, me guiando até a escada onde subia pra minha casa.

- Pra onde? – Perguntei, receoso.

- Se é pra ir para o inferno, eu quero ir com classe.

E havia como discordar dela?

Paolla Santana

- Então... Quando você disse: uma “festinha”, eu levei a sério, sabe? – Falei a Eduardo, enquanto entravamos na festa organizada por meu então cunhado, Eric.

- Eu também, tudo ficou por conta do Eric. – Ele parecia surpreso, talvez tivesse dado confiança demais ao irmão, mas não estava irritado, e nem tinha necessidade. – Vamos.

Entramos de mãos dadas como um verdadeiro casal. Todos nos olhavam, nos cumprimentavam, a maioria sempre me olhava torto na escola, agora sorriam gigante... Realmente, o que uma boca livre não faz, né? Entramos na garagem que parecia uma balada mesmo, muita luz, muita gente.

- O que é isso... – Eduardo me olhou meio preocupado. Ele sabia que ali havia muitas pessoas que não gostavam de mim.

- Na próxima eu mando a Manu organizar, porque né...

- Não amor... – Eu não queria que ele pensasse que eu não tinha gostado. Essas pessoas são tudo falsas, que engulam o próprio veneno, há há há. – Vamos procurar nossa turma.

Continuamos andando, eu retribuindo sorrisos e Eduardo atrás de mim, me amparando, até que paramos próximo a duas meninas, até que um barulho estrondoso chamou a atenção de todos.

Eric e Tiago estavam brigando. Meu cunhado estava sendo segurado pela camisa, os dois estavam com expressões de puro ódio. De início eu não entendi, mas ao ver Emanuella na escada tudo ficou claro.

Ela era o motivo da briga.

- VOCÊ VIROU O QUE AGORA SEU FILHO DA PUTA? TALARICO? TÁ LIGADO QUE ISSO MORRE CEDO, NÃO É?

- QUE MANÉ TALARICO?! VOCÊS, ATÉ ONDE EU SEI TERMINARAM, NÃO FOI? TA SE DOENDO POR QUÊ? – Eric estava tão irritado que era impossível reconhece-lo. Breno se aproximou, fitando-os com vergonha.

- Parem, vocês estão sendo idiotas.

- E VOCÊ BRENO? SABIA QUE ESSE FILHO DA PUTA ESTAVA COM ELA? – Emanuella estava calada, fitando aquilo com seriedade, acho que ela queria saber até onde Tiago iria com o showzinho.

- Ela não é mais sua namorada, Tiago. – Breno respondeu, como quem falava com uma criança de 7 anos.

- AAAAAAAAAAH, CLARO! AGORA TODOS MEUS “AMIGOS” – Ele fez aspas com os dedos. – SE VIRARAM CONTRA MIM? ÓTIMO! AGORA TODOS APOIAM O CASAL?

Eric soltou um sorriso de pura provocação. Tiago viu e quase no mesmo instante deu um soco certeiro na boca dele, tenho quase certeza que ouvi um trec de dente quebrando.

Eduardo foi amparar o irmão caído, Breno segurou Tiago, e Emanuella foi até o ex-namorado, furiosa, irada...

- VOCÊ TÁ LOUCO?

- VOCÊ É MINHA!

- NÃO USE A PORRA DO PRONOME POSSESSIVO COMIGO SEU IDIOTA! VOCÊ ME TRAIU, EU SOU LIVRE PRA BEIJAR A BOCA QUE EU QUISER! – Eu senti que ela estava querendo a todo custo esconder algo. Talvez um sentimento. Não era apenas beijo, algo físico, tinha o emocional também. Eric e ela estavam muito envolvidos.

Breno o soltou ao ver que ele queria falar com Emanuella.

- Você sabe muito bem como Eric é. – Disse, na esperança de acordar a ex dos encantos do Mendes mais velho.

- Sim, sei, e daí?

- Irá se arrepender.

- E?

- Ele não é capaz de amar você, ele só ama a si próprio, não se iluda por uma cantada barata Emanuella. – Com essa ela ficou calada. – E nem por uns beijos, você não é assim.

Sabe aquele jogo psicológico barato? Tiago sabia aplicar nas pessoas.

- Cala a merda da tua boca. – Emanuella respirou fundo e fitou Eric, agora em pé. Ela esperava que ele a tranquilizasse com o olhar, mas não. O maldito Eric lhe deu as costas e subiu pro quarto. Eduardo e eu nos olhamos, preocupados. Aquele aniversário estava saindo uma bela merda. – E me esqueça Tiago, nosso tempo passou.

- Você não sabe o que está dizendo.

- Ta, agora rala. – Eles se olharam pela ultima vez e Tiago saiu com a pouco de dignidade que lhe restava. Melissa abraçou Emanuella.

- Vou ver Eric. – Eduardo disse, mas eu segurei sua mão, o impedindo. – O que?

- Deixe que Emanuella vá.

- Ah, claro.

Emanuella respirou fundo e subiu as escadas rumo à casa dos Mendes, e a festa continuou meio tensa, mas continuou.

Emanuella

O que você esperava? Que ele dissesse que vale a pena ficar com ele? Não seja idiota Emanuella, você sabe que Tiago está certo. Eric só pensa em si, eu não passo de um brinquedo. Subi as escadas tentando por na minha cabeça que esse meu lance com Eric não daria em nada. É fogo de palha. Maldita hora que fui beber aquele vinho, eu odeio vinho, eu fico risonha ou vadia. É uma merda.

Eric estava no banheiro, lavando o machucado que Tiago provocara, tive dó, admito, mas em partes, o maldito Mendes mereceu.

- Eric. – Parei na porta do banheiro, Eric estava sem camisa... Sem camisa, exibindo aquela barriguinha sarada. Ah meu Deus.

- Não se preocupe, estou bem. – Ele disse, seco. – Vá aproveitar a festa.

- Não... Não quero. – Eu estava ficando meio sem fala.

- O que? – o canto da boca dele estava sangrando. Eu peguei uma toalha de mão que estava em cima da pia e limpei o sangue, cuidadosamente. – Emanuella...

- Vamos ser sinceros... Nós somos uma droga, eu sou complicada, você é galinha, eu estou insegura, você, confuso... É melhor nos afastarmos. – Eric não esboçou nenhuma reação. Aquilo, por mais que eu quisesse negar, havia me quebrado internamente. Eu e minha eterna mania de esperar demais das pessoas.

- É, você merece alguém que saiba expressar sentimentos. – Tiago o tinha afetado com o que ele havia dito.

- Shiu, cala a boca. – molhei a ponta do pano e passei no canto da boca dele, que se encostou na pia, sério.

- Acreditou no que ele disse, não é? – Eu procurei em seus olhos algum resquício de mágoa. E achei.

- E faz diferença?

- Não. – Toma Emanuella. – Sua opinião é a mesma de todos, já me acostumei.

- A minha opinião é formada no que você demonstra, e bem, como você demonstra isso a todos, eu penso o mesmo que todo mundo.

- Tanto faz. – Eu apertei com mais força a toalha na boca dele. – Ai.

- Você é estúpido.

- Sim.

- Idiota.

As mãos dele pousaram em minha cintura, eu amoleci.

- Sempre.

- Eric...

- Sim? – Eu odiava o fato dele estar normal, enquanto eu estava me ardendo por dentro.

Me aproximei dele lentamente, roçando meu nariz ao nariz dele, eu o queria, podia até não admitir isso, mas queria. Mordi o lábio dele bem de levinho e toquei suas costas, que fechou os olhos e selou nossos lábios.

- Eu te odeio. – Sussurrei, entre seus lábios.

- Eu também.

E então nos beijamos.

Paolla Santana

Quando tudo pareceu mais calmo. Eduardo e eu fomos namorar na rua, geral tava curtindo a festa e nós também tínhamos que curtir o nosso momento.

- Será que Emanuella e Eric tão bem? – Perguntou Eduardo, me abraçando bem apertado.

- Ah, creio que sim. Bom, não ouvimos gritos ainda, né? – Ele assentiu. – Eles estão bem, no máximo devem estar brigando.

- É... – Eduardo me pareceu pensativo, como se estivesse guardando algo pra si mesmo. – Amor, eu já te contei que Eric passou uma temporada na Alemanha?

Era uma conversa nada a ver, claro, mas ele estava estranhamente empolgado em querer me contar, e eu o deixei falar.

[...]

Eric tinha passado uma temporada de 3 meses na Alemanha, na luxuosíssima mansão da avó Mendes. A intenção dessa temporada era fazer Eric se familiarizar com seu lado alemão. O que não adiantou nada, pois ele fez desses três meses os piores de todos pra matriarca dos Mendes.

Era tipo uma tradição. Emilio, o pai dos meninos passou por isso... Eric também... E agora só restava Eduardo, era como dar uma mensagem sem ser realmente direto, ele seria o próximo a ir pra Alemanha.

- Acho que não preciso ser realmente direto, né. – Eduardo murmurou, sério. Eu assenti. – Bem, eu...

- Não fala nada. – Pedi, tentando não desabar com essa informação. – Não hoje, não agora... Só fica comigo.

- Eu não vou te deixar, para com isso. – Eduardo tocou meu rosto. – Eu nem sei se vou ir.

- Não interessa Eduardo, você vai me deixar, eu sei.

- Não... – A respiração dele se juntou a minha. – Você sabe o quanto estou feliz por finalmente estarmos bem.

- Mas você vai, eu sei que vai.

Eduardo respirou fundo, como se quisesse dizer: Eu não sei.

- E lá vamos nós, de novo.

Eric Mendes

Eu me sentei na cama que devia ser de Johnny e observei Emanuella tirar a blusa, eu queria mesmo fazer sexo com ela? Eu queria mesmo ficar com ela? Eram tantas perguntas.

- Emanuella... – Eu tinha que para-la antes que nossas ações fossem longe demais. – Escute, eu...

- O que? - Ela ficou confusa com minha reação. - Ah, você não quer.

“Bora Eric, vamos destruir mais um coração!” - O meu subconsciente dizia.

- Não, eu não quero. - Olhando nos olhos dela. Eu queria parecer convincente.

E fui.

- Ok.

Silêncio.

Emanuella pegou sua blusa que mal havia tirado e após novamente. Ela respirou fundo antes de dizer:

- Eu odeio você Eric Mendes. - Eu não me impus ao que ela disse, eu realmente queria seu ódio. - Não fale mais comigo!!!

- Como quiser. - Ela tentou engolir o que parecia um choro. Sim, Emanuella esperava demais de mim. E ai que mora o erro. Eu não mudaria por ela, nem por mim, nem por ninguém. O lado bom da família sempre seria Eduardo, e eu não quero mudar isso.

- Qual é o teu problema, hein? - Ela gritou, irritada. - você tem o prazer em diminuir os outros?

- Não.

- Parece, ou talvez o problema seja eu, não é? - Ela estava falando besteira atrás de besteira. A realidade era que eu não conseguia magoar Emanuella, não como eu fazia antes, não como fiz com Paolla, tinha algo nela que me impedia, que desarmava todas as minhas defesas.

- Você tá falando muita besteira, para.

A minha falsa calma a irritou.

- Porra Eric, como eu odeio você, como! - Ela amarrou os cabelos.

- Ódio é bom.

- Foda-se. - E ela saiu do quarto furiosa comigo. Eu teria rido se não tivesse com uma grande vontade de sumir.

Paolla Santana

- Oh, pense pelo lado bom... - Eduardo me olhou, eu esperei responder.

- A Alemanha só tem mulher feia. - Revirei os olhos e o belisquei. - Brincadeira amor!!!

- Você disse que não ia. - Lembrei a ele.

- Eu não tenho muita escolha Paolla. Minha avó quer me ver desde que fiz 8 anos, eu to pra fazer 16, essa é a idade que ela quer que eu vá pra lá.

Pensei na senhora Mendes e suspirei. Poderíamos ser boas amigas se ela não quisesse levar meu namorado pra fria Alemanha.

- Tradição familiar, eu entendo. - Na verdade eu não entendia, mas tinha que ser, ou tentar ser compreensiva.

- Hey, eu volto para o teatro, volto pra você...

Ah porra, ainda tinha esse maldito teatro, eu havia me esquecido totalmente dessa droga.

- Será? Você é o filho prodígio, é capaz que ela não deixe você voltar. - Ele me abraçou forte. Eu suspirei ao continuar. - Ou pior... Você pode gostar da Alemanha e não querer voltar pro Brasil.

- Pouco provável.

- Qual é, Eduardo?

- Paolla, não é algo que eu queira, entenda isso. Minha mãe esta desesperada, ela e minha avó não se dão muito bem.

Saudades da minha sogra.

- Você quer ir?

- Não. - A resposta dele não me convenceu.

- Eduardo...

- É por pouco tempo amor, eu volto para o teatro, pro meu aniversário também, pras festas de fim de ano, volto pra você.

- Promete? - Ele sorriu, assentindo. Eu o beijei. - Eu te amo.

- Eu te amo mais.

Ah, eu vou casar com esse menino gente... Como pode ser tão fofo??

Estávamos lá naquele clima love, love and love, quando uma moto parou em frente a casa de Johnny. Eduardo e eu nos olhamos primeiro surpresos, depois pasmados.

Era Johnny e mais duas... Duas gemêas?! Lindas e morenas, mas o que... OMG...

Elas tiraram o capacete ao mesmo tempo, exibindo os cabelos longos e maravilhosos.

- E ai galera, deixa eu apresentar a vocês minhas meninas... - Eduardo e eu continuamos pasmos. - Verônica e Marcela, meninas, esses são meus amigos Paolla e Eduardo.

- Suas? - Eu perguntei, surpresa demais.

- Meninas? - Eduardo perguntou também, quase no mesmo tempo que eu.

- Não sei por que a surpresa, eu disse a vocês que namorava, não é?

- Sim, disse, mas duas? - Parecia idiota, eu sei. Cara, o Johnny é quase um santo.

Ele sorriu orgulho.

- Sim, esse mundo moderno é mesmo uma delicia, não é?

E antes que pudéssemos responder, Johnny entrou pra festa.

- To besta. - Murmurei, ainda olhando a moto que devia ser das gêmeas.

Essas gêmeas são meio que... Inimigas de Emanuella e Melissa. Quero nem ver quando Johnny chegar com elas lá dentro.

- Cara, o pilantra bem disse que ia pegar as gêmeas, eu não levei a sério, porque né... Johnny é tão... Tão quieto. Mas sem dúvidas esse menino é meu orgulho. - Eduardo disse, eu revirei os olhos.

- Ih.

- Ah amor, você podia ser que nem elas né? - É piada. Eu, Paolla Santana dividindo meu namorado com outras? Nem que a vaca tussa chocolate em pó.

- Jamais - Balancei a cabeça, negando.

- Poxa amor.

- Cala a boca Eduardo, vem, vamos entrar.

Voltamos pra festa, que conforme passava a hora, enchia ainda mais. Eduardo foi falar com Breno e eu segui Emanuella, que estava saindo pelos fundos com uma garrafa na mão.

Ah meu Deus.

- Ow! - Chamei ela, que na primeira não me ouviu, chamei de novo. - Manu!

Ela se virou, sua expressão estava marotíssima.

- Você não deveria estar curtindo sua festa?

- E eu to... O que aconteceu?

- Porque a pergunta?

Me aproximei dela, que suspirou, parecia irritada, como se quisesse sumir e eu estivesse impedindo. Olhei pra sua mão e a garrafa que ela estava era de Vodka.

- Hey, vamos dividir isso. Sou tua amiga, to com você pra tudo, na derrota, na alegria e na cachaça também.

Ela sorriu, vencida. E fomos para o quintal beber a garrafa de vodka.

Eduardo Mendes

Eric chegou na roda de conversa onde só tinha meninos e disse:

- É uma merda, não é? Você querer e não poder. - Breno me olhou, esperando que eu entendesse meu querido irmão. Coisa que não é muito fácil.

- O que você quer? - Melissa perguntou. Apesar de já saber... Ou imaginar.

- Ela. - E então Eric apontou pra Emanuella que estava indo pra rua, rindo muito alto. Acho que Paolla esta com ela... E eu não quero nem pensar no que as duas estão fazendo.

- Ué, e porque não pode? - Breno questionou, franzindo o cenho, e ajeitando Melissa em sua perna. Esses dois estavam cada vez mais grudados.

- Porque ela não irá me aceitar como eu sou, e eu... Bem, eu não irei mudar, nem por mim, nem por ninguém.

Tá ai um tipo de pessoa que realmente não mudaria, Eric Mendes. Enquanto eu mudei tanto por Paolla, ele continuou o mesmo, sempre incorrigível, e acho que nem o amor seria capaz de mudá-lo, porque bem... Ele esta apaixonado por Emanuella, talvez ele não assuma, talvez nem tenha percebido, mas essa é a pura verdade.

- O amor nos muda. - Filosofei. Ele riu, entendendo aonde eu queria chegar.

- Que mané amor ow, te situa. - Eric empinou o nariz, tentando não demonstrar como realmente estava. Mas ele que me aguarde quando chegarmos em casa... - To de boa.

- Tá.

Ficamos em silêncio por alguns minutos até que a música da festa foi trocada e duas garotas soltaram gritos de pura empolgação.

Eu reconheci as vozes.

E ao me levantar, também reconheci as garotas.

Emanuella estava tão, mas tão bêbada (ai fica a pergunta, como alguém pode ficar bêbada duas vezes num único dia?) que eu realmente não a reconheci, não parecia a garota sensata de dias comuns. E claro, a outra, era a MINHA Paolla... Ambas estavam dançando muito, e a música (música é modo de dizer, porque né...) era aquele funk cabuloso. Paolla estava me provocando, e tipo... Ela estava super sensual e na boa? To achando tudo isso super positivo. Paolla mexia os cabelos, mordia os lábios, passava as mãos pelas coxas... Cara, ela é tão... Mais tão... Gostosa!

Enquanto uma ficava a me encarar, a outra provocava meu irmão. Emanuella olhava diretamente para Eric, ela estava tão fora de si.

E bem... Como eu não sou de ferro vou ver minha garota dançar mais de perto (bem de perto mesmo), antes eu do que esses urubus em cima dela.

- Paolla, que fogo é esse? - Eduardo perguntou, após ser empurrado pro seu quarto. Não sabia como tinha chegado ali, mas haviam chegado e era isso que realmente importava.

- Não é fogo, é amor. - Ela respondeu, abrindo com pressa os botões da blusa do namorado.

Que a bebida deixava Paolla muito mais sexy e calorosa disso não havia dúvidas, (E Eduardo aprovava isso) mas em seu íntimo ele tinha medo que a garota amanhecesse arrependida. - Du! Me segura! - Ela disse, pulando sem seguida no colo do rapaz e amarrando as pernas na cintura dele.

Ela o desejava, ele também...

Beijaram-se com voracidade, desejo. Paolla foi sendo carregada para a cama, ao deitá-la lentamente. Ele não perdeu tempo e ficou por cima dela. Eduardo trilhou uma linha de beijos que começou da testa e foi até o pescoço da garota, que já sentia seu corpo responder ao momento.

- Amor... - o rapaz sussurrou, totalmente envolvido no momento. - Você me deixa louco...

- Eu também... Vem Eduardo... Vem. - Eles trocaram de posição. Agora Paolla estava por cima, comandando o momento em que ela seria a estrela.

Eric Mendes

- Para de gritar Emanuella! – Eu tentava calar a boca da garota, que cantava alto e num tom exagerado. – Tonta.

- Porque eu to com você novamento? – Eu ignorei o “novamento” porque né... Bêbado é um ser constrangedor, tipo... - Hein? Hein?

- Shiu ow, seus pais estão em casa? – Eu estava tentando entrar na casa de Emanuella e colocá-la dentro em segurança. Pra depois não me culparem, como sempre me culpam.

- Sim... – Ela estava risonha demais, cara, bem que umas pegadas a deixariam mais feliz... É, bem que eu sabia. – Por quê? Quer pedir aos meus pais pra namorar comigo? – Emanuella riu bem alto, com tanto deboche que eu fiquei até sem ação.

- Cala a boca.

- Vem calar, vem... – Ah Deus, eu posso com isso? Eu mereço isso?

- Emanuella, controle-se. – Eu mexi nos bolsos da calça dela, tentando achar a chave da casa, a danada aproveitou pra morder minha bochecha. – Ai! Doeu ow.

- Me beija.

- Não.

- Simmmmmmmmm! – Ela queria gritar, mas eu tapei sua boca. Ela mordeu a palma da minha mão, e eu a belisquei. – Ai viado!

- Viado não! - Outra risada alta. Ela estava começando a me irritar já.

- Eric, cala a boca e me beija logo. – Eu sabia que não ia vencer essa, ela estava bêbada, estava sexy, estava... Tão, tão... Eu nunca percebi isso cara, mas eu desejo essa garota mais que demais. Beijei Emanuella até faltar ar aos meus pulmões. A porta do nada se abriu, e ela foi entrando agarrada comigo, sem deixar de me beijar, me seduzir, todo aquele momento continuou até irmos pro quarto dela. Mesmo ofegantes, ela não deixou de me beijar, de me tocar... De me excitar com seu corpo sob o meu. Na cama dela, nós não chegamos a transar, o cansaço venceu Emanuella, que relaxou por cima de mim, murmurando algo desconexo, eu só entendi duas palavras da frase: Viciada e quero. Depois sua respiração leve foi o barulho predominante do quarto dela, eu beijei sua testa e dormimos ali mesmo. Agarrados... Como um casal.

Naquela noite, Eduardo sentiu que seu elo com Paolla seria eternizado, mesmo que essa palavra tivesse um poder tão forte como tem.

Paolla se mostrará maravilhosa na primeira vez do casal, e juntos, eles pareciam um só. Eduardo se fosse possível estava ainda mais apaixonado por ela. E a garota também.

Assim, num incrível clima de paz, deu inicio ao mês de dezembro.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 19/05/2011
Reeditado em 24/03/2013
Código do texto: T2979228
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.