Amor, rotina e cansaço

Ah, como fui tola! Meu Deus, sou uma covarde! Tudo aquilo que guardei em mim... Eu devia ter dito que te amava? Eu devia ter lutado por uma migalha do seu carinho?

"Jovens não amam, 'ficam'!", não é o que dizem? Então não posso ser jovem, porque amei sem "ficar", amei sem provar seus lábios, amei só te olhando, amei-te em silêncio! A forma de amar mais covarde que existe caracterizava a minha.

Tive medo de te declarar meu amor... Mas se tem medo do amor? Se sentimos medo dele, como enfrentá-lo? Sem amar? Se não amamos, pra quê vai servir o amor?

O amor serve apenas para amar, para mais nada! É tão simples! Mas um abraço, um beijo, um carinho... Tudo isso deixou de ser ação amorosa. Torna-se apenas uma rotina vazia, chorosa, "solitária". E rotinas cansam.

Como seria se um beijo seu se tornasse rotina, meu amigo? Eu teria cansado de você? Talvez, porque realmente me canso de repetições. Por isso, nunca te beijei, para não cansar de repetir.

Mas houve uma rotina de que cansei e desisti de continuar: amar você! Cansei de amar em silêncio, depois cansei de amar com você e todos sabendo! E não quis lutar para que aquele amor permanecesse em mim. Já não estava mais me fazendo bem.

Te amei; isso cansou. Te esqueci; não cansou. Não te amo mais; vai ser sempre assim. Mas obrigada por não tornar minha vida uma rotina, porque você soube me dar o carinho fraternal que eu precisava algumas vezes.

Luiza Araújo
Enviado por Luiza Araújo em 01/12/2006
Código do texto: T306890
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