BAITA, O ELFO

BAITA, O ELFO

Nasceu no meio da floresta, um elfo com pouca testa. Era tão miúdo este elfo, que cabia dentro de um elmo. Seus pais por este motivo nomearam de Baita, sugestivo.

Baita, o elfo desmedido. Baita, o elfo crescido.

Mil anos escorreram na ampulheta, mil anos se passaram no planeta Todos tiravam sarro do moleque, que era esperto como serelepe. Este período transforma o Baita num milenário, que para humano seria adolescente ordinário.

Um dia houve um encontro na floresta, todos os encantados para a festa. Era a festa de aniversário do Baita, mil anos e nem sabia tocar gaita. Batia no joelho dos da sua idade, mas para os pais era uma preciosidade O povo élfico tem pouca fertilidade, são considerados eternos pela longevidade.

Chegam os elfos e suas fadas, todos dando gargalhadas. Você não sabia? Elfo e o marido da fada, ele terrestre e ela é alada.

Alem deles tinha ondinas, anões de todas as minas, salamandras coloridas, unicórnias oprimidas, Gárgulas alados e dragões mal amados.

Eram convidados de todos os continentes, no clã do Baita todos eram sorridentes.

Não foram convidados os seres híbridos, pois eles têm sentimentos torcidos. Veja bem, hibrido com os homens, eles são os vampiros, mulas sem cabeças e lobisomens. Também não foi convidado nenhum humano, afinal o povo elfo não é insano.

Todos os súditos de Oberon estavam presentes e todos estavam contentes

A última delegação veio da America do Sul, vieram todos em um raio azul. Sacis pulando numa perna só e os caiporas ralhando com as queixadas sem dó. As lindas Iaras com escamas lilás e curupiras pintados como tupinambás. A última a descer do raio foi uma fada, alta, esquia linda e alada. Vestia um vestido branco de teia de aranha, enfeitado com gotas de orvalho presos numa artimanha. Seu cabelo fino e liso com traças pequenas, enfeitados com as mais delicadas penas. Seu clã tinha o símbolo o ingazeiro, clã real e no Brasil guerreiro. A fada Morpha do clã era a princesa, era da sua espécie a de mais beleza.

Até Oberon ficou de queixo caído com tal beleza, sem contar que harmonizava com todos com sutileza.

Ali naquela clareira, longe da luz da fogueira, havia um grande e morto carvalho, em seu oco escondido esta Merlin o grisalho, diz que este humano da arte da magia era soberano. Ele tinha mais que trezentos anos de idade, como explicar tal longevidade? Isso era facilmente explicável, ele conhecia um encantamento abominável. Ele ia às festas e reuniões sejam de palacianos ou de aldeões e recitava o encantamento, se ouvido e visto no mesmo momento, a vítima de sua vida perdia um segundo, este segundo ia a Merlin cada vez mais fecundo.

Merlin ficara sabendo da festividade há umas duas décadas atrás na ingenuidade.

Ele namorava a bela fada Morgana, ela comentara com ele em sua cabana, pois não sabia como ir à festa do Baita, se com os seus trajes negros ou como sirigaita.

Merlin aconselhou-a da simplicidade e em sua memória guardou tudo na maldade. O que seria dele roubar um segundo da vida de um imortal? Merlin passaria a ser assim um ser divinal?

Merlin só não contava a uma aparição, Morpha na hora mexera com seu coração.

Ele tinha que conquistá-la a qualquer custo, nem que fosse por um ato muito injusto

Lá de longe a confusão, até parecia uma explosão, era o tal do Baita, desastrado, que estava com os convidados todo atrapalhado. Ele era o elfo de tão pequena estatura vestia a cor cinza salpicado da brancura. Cumprimentava todos dando piruetas lembrando um bando de felizes borboletas.

Ali próximo do ponche de maçã, temperado com folhas de hortelã, ele esbarrou na fada de maior beleza, seu corpo parara por um minuto numa fraqueza.

O encontro do olhar inevitável, algo ocorria, este algo inexplicável. O tempo parou de escoar na ampulheta, uma explosão invisível de felicidade no planeta, em todos os cantos a paz por um segundo e até o demônio sorriu no canto mais profundo.

O amor despertado era algo visível e assim era até mesmo para a pedra insensível.

Baita sorria para a Morpha a princesa A princesa para Baita correspondia para de todos à surpresa.

Oberon no trono de violetas púrpuras anuncia a dança comum em todas as culturas:

“Que a dama tire o seu parceiro”

“Que este lhe traga um bom herdeiro.”

Morpha correu para o Baita, destemido. Eles bailaram de modo tão bem resolvido.

Morgana correu para tirar Merlin para o bailado, no esconderijo não tinha nem recado pregado. Onde estaria o seu bem-amado? Onde estaria aquele humano safado?

Ela triste acabou dançando com um caipora, que era engraçado e chamava-a de senhora. Ela descontava sua ira no caipora que a deixou só sem demora.

O baile corria alegre pela floresta, afinal mil anos são dignos mesmo de festa. Merlin num feitiço muito sutil assumiu a forma de uma fada juvenil. Transformou sua veste em roupa de cristal, sua bengala num olho astral. Com este negro encantamento, seu plano ele colocou em desenvolvimento

Aproximou de Oberon, o monarca.

Oberon casado com Titânia tinha a gentileza como marca.

Apresentou-se com a fada Cristal vinda do país da luz boreal

Aceitou Oberon, dançar com a fada misteriosa, ela o conduziu no salão de maneira harmoniosa. Oberon estranhou o cheiro da guria, bonita, mas cheirava humano que ironia. Oberon também estranhou a maneira dela dançar, sempre a frente do ritmo a avançar.

Acabou a musica para Oberon um conforto, ser rei em eventos o deixava morto.

A fada rapidamente leva ao trono uma taça de vinho, este desceu suave deixando o rei num torvelinho.

Oberon começou a perder a gentileza. Titânia observava-o com estranheza. Ele gargalhava de modo vulgar, mexia com todos de seu lugar. Ao seu lado a fada de cristal, parecia ter controle no rei de modo anormal.

“Silencio para a profecia!”

Na mesma hora parou a sinfonia.

A misteriosa e bela fada de cristal levanta ao alto o olho astral. Dele começou a sair um enorme clarão, parecia Morpha com Baita como uma ilusão. Eles riam sobre um caixão e brincavam com um real bastão. Bastão com o símbolo élfico da realeza Oberon grita com toda a sua braveza.

Titânia tentava em vão algo falar

“Mulher a todos mandei calar!” grita o rei irado

“Vocês são um casal safado?”

“Meu rei Baita é o culpado! Puna-o ou será o senhor assassinado”

Era a voz da fada de cristal, sendo falada como um general.

Oberon um ataque de fúria recitou a injuria:

“Que seja eterno meu encantamento

“Para sempre deste este momento”

“Baita, elfo anão taciturno”

“Seja um inseto noturno”

“Morpha do clã do ingazeiro”

“Seja borboleta no país brasileiro”

“Não! Ela não tem culpa alguma!” gritava a fada cristal soltando espuma

“Deixe-a em sua forma normal sob minha tutela!” gritava a fada sem nenhuma cautela

“Oberon, que você veja através da neblina”

“Malefícios e venenos queimem na lamparina”

Na mesma hora que Titânia lança este encantamento, o efeito do veneno foi embora num esquecimento.

A fada de cristal torna-se humano e o mal já estava feito por engano.

Todos estavam inconformados na clareira, todos choram na fogueira.

Titânia fala com toda lucidez.

“Não podemos reverter tal estupidez, mas podemos unidos amenizar, talvez. Pensem sem nenhuma languidez”

Fala de um canto uma cuca velha e banguela

“Venham os insetos para eu dar uma olhadela!”

“Sei o que fazer, já fiz uma maldição em uma cidadela, funcionara se ela ainda for donzela.”

“Corram me tragam um caldeirão e uma vela.”

Oberon chorava inconsolado em seu canto.

Merlin estava sendo quase linchado para espanto, linchamento é atitude de humanos ou de seres mágicos totalmente insanos.

A cuca brasileira começa o encantamento

“Não posso fazer o quebramento”

“Que noite não é noite é dia ainda”

“Que o dia não é dia é noite ainda”

“Que a mariposa vá embora ao nascente”

“Que a borboleta vá embora ao poente”

“Que a mariposa vá embora ao poente”

“Que a borboleta vá embora ao nascente”

“Que nessas horas eles sejam gente”

“Que assim eu possa estar contente”

Mal acabou a cuca de recitar o encantamento o galo começou a cantar para o sol em nascimento borboleta e mariposa voltava a suas formas. Oberon coloca-os sobre duas plataformas. Pede desculpas mil para o casal Ele tentara reparar tamanho mal.

Morpha perdoa Oberon em sua bondade, agora ela será “Morpho Laertes” pela eternidade.

Baita também perdoa a todos por ser especial, desde o nascimento não era elfo normal, o importante é que ele veria todos os dias o seu amor, nascia ai a “Thysania agrippina” a mariposa imperador e está também moraria no tal país Brasil, falam que lá tem um povo bom e varonil.

Muita gargalhada de quem conhece o brasileiro

E assim acabou este conto muito verdadeiro.

Fim

Ah... Ia me esquecendo do tal mago, com o meu cérebro um tanto vago.

Oberon castigou o Merlin o intrometido, aprisionou-o num cristal como merecido. Mandou-o para dentro de uma montanha, bem lá fundo de sua entranha.

“Que a sua consciência se permaneça”

“Que Merlin jamais morra ou envelheça”

“Mas só saíra dali para o útero materno”

“Quando ele aprendesse o amor fraterno”

“Que amar não é ter posse do outro ser”

“Amar é se doar e pertencer a outro ser.”

Agora sim é fim

Então Fim!

Se Merlin voltou?

A Cuca para o Brasil voltou?

Talvez conte outro conto noutra vez.

A “Morpho Laertes” , Borboleta branca ficou sendo conhecida, a “Thysania agrippina” é mariposa imperador e assim que é reconhecida, estes insetos vivem felizes até hoje aqui no meu Brasil, são toques de beleza que Deus nos deu de maneira sutil.

Agora resta a nos conservar a nossa natureza, pois nela existe tudo o que há de beleza

André Zanarella 07 09 2011

Oberon e Titânia, personagens imortalizados pelo mestre William.