Sonho de Menina

A história discorre referente aos sonhos imaginários de uma menina, um mundo desenhado ao seu redor cheio de criatividade, criando lugares e fatos que a fazia ser feliz, vivendo em simples lugar, cria um mundo onde solta sua imaginação.

Era uma vez uma menina que vivia a sonhar, seu maior sonho era aprender a voar.

Sabia que não tinha asas, mas mesmo assim queria voar!

Quando clareava o dia corria para o quintal e passava momentos observando as borboletas, os pássaros, tudo que podia voar.

Como a joaninha pode voar?

Vai para todo lugar, tem asas tão pequeninas e voa, voa sem parar.

A menina vê um grande pássaro na árvore do seu quintal, corre e chama para a mãe ver antes que voe para longe dali.

A mãe da menina olha e diz ser um gavião, que tem asas grandes, fortes, que são aves caçadoras, mas logo parte voando bem alto.

O quintal da menina era grande, vivia fazendo explorações e tinha o gato da vizinha que saltava de um muro tão alto que parecia voar, mas não voava não, era suas perninhas fortes que o fazia saltar.

A menina era curiosa, ficava perto das flores esperando as borboletas, elas iam e vinham, passavam de flor em flor, como se provando o sabor de cada uma delas.

As borboletas eram lindas, de todas as cores, vôo suave, delicadas, dóceis, tamanha leveza que o vento soprava e as empurrava, mas batendo suas asas, voltavam para a flor.

Nesse mesmo lugar de seu quintal, pelo perfume e néctar das flores também vinham outros visitantes, os beija-flores.

Era muito curioso como podiam fazer um vôo sem sair do lugar, batia muito suas asas, mas parados no ar.

Com seus longos bicos e suas plumagens cintilantes eram muito espertos, não podia aproximar, saiam tão rápido sumindo no ar.

Passava o dia e o sol se escondia, a noite chegava e a menina cansada de tanta exploração, quando se deitava em sua cama era apenas tempo de fazer sua oração.

Depois de uma noite tranqüila, mais um dia de descobertas para a menina, acorda como todos os dias com o canto do galo da vizinha.

Corre para a janela do seu quarto e vê na roseira de sua mãe uma pequena abelhinha, ficando a observar, pensando em seu desejo de voar.

Troca suas roupas e depois dos afazeres corre para o quintal.

Seus olhos brilhavam quando via algo no ar, voar era seu maior sonho e queria aprender como fazer, para um dia seu sonho realizar.

Vestida de gente grande, com os sapatos de salto de sua mãe, colar de pedrinhas brilhantes, meio que desajeitada, caminha para seu lugar preferido, o grande quintal da sua casa.

Era um dia chuvoso e os pássaros fugiam, as borboletas deviam estar escondidas.

A menina na espera de seu beija-flor deita no chão, olha para cima, observa o movimento das nuvens, quando vê formas, nuvens que pareciam joaninha, passarinho, borboleta e muitas outras aves no céu.

Mas, todos iam embora, o vento os desfazia e novas formas surgiam trazendo novos seres voadores.

Elefante voa?

A menina vê no céu um elefante de tromba muito grande e fica encantada em descobrir o que ela tinha no céu do seu quintal.

E mais animais iam surgindo, todos sem asas, mas, voando, viu um urso grande com seus ursinhos enfileirados, um leão, uma girafa e uma bota.

Bota?

No céu do quintal da menina até bota voava e por onde a menina olhava via nuvens dando formas em tudo.

Os animais se juntaram e colados uns aos outros a menina não os via mais e logo o céu do seu quintal escurece e a chuva cai.

A menina dentro da sua casa pega um papel e vai desenhar, faz desenhos de tudo que viu até à hora da chuva passar.

Descreve tudo que viu para nunca mais esquecer, pois seu quintal era tão grande, tinha tantas lembranças que queria guardar para quando crescer.

E assim, alguns anos passaram e a menina curiosa não deixa de sonhar, mesmo mais velha com outras preocupações, continua com seu desejo de um dia voar.

Cresceu, estudou, trabalhou e muita coisa aconteceu assim, os anos foram passando e aquela menina cheia de imaginação cedeu lugar a uma mulher madura.

Uma tarde sentada em uma praça, agora amadurecida com o passar do tempo, observava os pombos que vinham comer migalhas encontradas no chão. Então, as lembranças de menina voltaram em sua memória, relembrando do sonho que tinha de voar.

Agora não mais menina, retorna para casa e vai remexer em alguns de seus pertences de criança que guardara com carinho.

Encontra um papel amarelado, amarrotado devido o tempo, abre e vê vários desenhos.

Era uma grande floresta com grandes árvores, pássaros, borboletas, elefantes, ursos, leões, girafas, muitos outros animais, escrito meu quintal.

No desenho havia uma menina que estava deitada ao chão e rodeada de flores olhando para cima todos os animais vistos por ela ficavam no céu.

A mulher fica surpresa e relembra de quando foram feito os desenhos, dos animais no céu e teria desenhado para que suas lembranças não se perdessem.

Nesse momento, não mais criança, tem a certeza que realizou um sonho, sem perceber alçava vôos tão altos que naquele tempo não percebia o quanto tirava os pés do chão.

Na verdade a casa não tinha quintal, era dois cômodos pequenos, o quarto muito apertado, havia uma pequenina janela bem no alto, vivia a menina e sua mãe e tudo o que a menina viveu na sua infância era sua imaginação.

Depois de tantos anos a menina já crescida, revendo todas aquelas lembranças, viu que suas fantasias quando criança não pertencia ao mundo real, que voou para tão alto e para tão longe que um simples sonho de menina cabia dentro de um pequeno quarto e sua imaginação.

Essa história nos mostra que a felicidade esta dentro de cada um de nós, e para se viver um sonho, seja o de uma menina, ou de um adulto, basta acreditar para voar rumo ao destino desejado.