[Original] We Are Young - Capítulo 10 - Parte 2

Isabel Longhi

De mãos dadas, nós voltamos pra entrada da praça no horário combinado com Emerson. Ao chegarmos lá, só encontramos Demétri encostado no carro. E parecia extremamente mal-humorado. Claro que nem eu e nem Lennon nos atrevemos a perguntar o motivo.

Um tempo depois, Emerson e Lucas voltaram. Nós seis seguimos o produtor do concurso que nos levou até um camarim. Não era o camarim que eu via em filme, mas estava de bom tamanho.

- Vocês vão dividir o camarim com outra banda, que no caso é a desafiante. – Disse o produtor e antes que pudéssemos protestar. Ele abriu a porta e saiu em seguida, com pressa.

A minha primeira reação foi de surpresa, depois de raiva. A banda de Verônica estava dividida pelo camarim, algumas meninas estavam conversando, outras comendo e a vocalista, que eu deduzi, por ser a mais de pose mais destacada entre todas, estava lendo uma revista deitada no sofá. Ao nos ver, ela sorriu. Só que não fora um sorriso direcionado a todos, era um sorriso específico a Lennon e Demétri.

- Olha só se não são meus queridos amigos.

- Verônica. – Lennon murmurou, a voz carregada de surpresa. Me afastei dele ficando próximo ao Lucas. Eu tinha que observar essa cena com calma.

- Oi, Lennon. – Ela se levantou e eu preferi que ela não tivesse feito isso, pois ela era bastante alta. As outras meninas lançavam olhares aos homens presentes. – Quanto tempo, não?

Ela era cínica. E desde que eu me conheço por gente, odeio cinismo.

- É. Última vez que nos vimos, tu estava com uma banda, mas diferente de agora, tu era a única guria. O que foi? Os caras não aguentaram sua mania colossal de querer ser superior?

Demétri cruzou os braços e deu um sorriso de canto. Ele também queria entrar na conversa.

- Bah, Leite. No mínimo ela deve ter furtado algo deles pra finalmente fazer a bandinha dela.

Verônica despreocupadamente mexeu em seu rabo de cavalo bem feito e disse:

- Isso não é da conta de vocês. O destino é muito bacana. Ele sempre dá um jeito de nos unir, perceberam guris?

As meninas da banda soltaram risinhos. Eu quis socar as cinco vadias.

- Sim, é verdade. Só que te prepara. Hoje tu vai sair do palco humilhada. – Lennon disse, tão arrogante quanto ela.

Acho que eu já sei de quem ele herdou essa arrogância.

- Ah, Lennon. Quem é que te ensinou a ser tão arrogante? – Disse ainda mais cínica. Ela se aproximou dele e tocou seu rosto com o polegar. A troca de olhares deles fez um ciúme enlouquecedor queimar dentro de mim. – Aprendeu direitinho, amor. Só que esse prêmio é meu.

Mais um “amor” e eu acabo com a cara bonitinha dela. Papo 10.

- É o que veremos. – Ele disse, piscando pra ela, que se moveu até Demétri.

- Bah, como o tempo te fez bem, Polaco. – Verônica tocou os lábios dele. – To boba.

Ele se afastou.

- Obrigado. Agora que já nos vimos. Com licença, preciso tomar um ar.

- Hum. Emerson eu já conheço. Lucas, que graça, tá ficando a cópia de cabelo cacheado sua hein, Leite? Mas... – Ela parou na minha frente. De perto, ela era ainda mais bonita e alta. Tentei não me abalar com isso. – E quem é ela?

- É a Isabel, minha namorada e guitarrista da banda.

Verônica deu uma singela risada. Depois olhou Lennon com graça.

- Terminou com a Bruna?

- Não, não. To pegando as duas. – Ele respondeu, tão ou mais engraçadinho que ela.

- Bah, Leite. Tu perde tudo, menos a piada. – Eu o fitei. Essa garota deve ter conhecido um Lennon bem diferente do que eu conheci, porque venhamos e convenhamos que ele não é muito do tipo piadista. – Muito prazer, Isabel.

- Pena que eu não posso dizer o mesmo de você, Verônica. – Respondi, sorrindo bem falsa.

- Olha só, bocuda a sua namoradinha. Já falou de mim pra ela, Leite?

- Já sim. Alertei sobre a vaca sem escrúpulos que tu é.

Novamente ela riu, inabalável. E no momento que eu a vi se aproximar de Lennon, me pus rapidamente na frente dele.

- Não ouse chama-lo de amor novamente, ou eu juro por Deus que acabo com esse seu sorrisinho. – Eu disse, tão ameaçadora que nem me reconheci. Verônica pareceu ter considerado as minhas palavras e se afastou, sentando-se novamente. – Escolha sensata.

(...)

O produtor do concurso já tinha feito a escala de ensaio geral, nós seriamos a 14º banda, depois de muitas e muitas que ensaiariam. Mais segundo ele seria coisa rápida, só pra ver se estava tudo ok com os instrumentos.

- Estou com fome. – Lucas disse.

- Eu também.

- Ow, vamos ver se descolamos algo pra comer. – E saímos do camarim. Eu dei uma última olhada para Lennon na intenção de ver se ele ficaria bem no meio daquelas vadias. Ele sorriu tranquilizador. Verônica não estava no camarim, com isso, pude sair mais em paz.

Passamos pelo corredor que estava lotado de pessoas andando por ele.

Eu estava quase saindo do espaço onde estavam as bandas, quando ouvi a voz de Demétri vinda do banheiro.

“Tu sabe que depois do que fez, merece apenas um tapa nessa sua cara cínica.” – Lucas passou na frente e nem viu que eu parei para ouvir a conversa.

“Bate então.”

“Sua sorte é que eu não encosto a mão em mulher.”

Possuída de uma fúria que não era minha, eu invadi o banheiro.

- Não seja por isso, Demétri! – Empurrei Verônica contra a parede e lhe dei o maior tapão na cara, com direito a dedo marcado e cabelo bagunçado. Foi um tapa dado por mim, por ele e por todas as pessoas que ela já enganou.

- Isabel! – Ele gritou e se pôs na minha frente, pois Verônica viera pra cima de mim como uma cadela raivosa. – Não, Verônica.

- Tu tá louca guria? – Ela perguntou, os olhos queimavam de ódio.

- Louca? Eu simplesmente fiz o que Demétri e Lennon quiseram por muito tempo, mas não podiam.

- Ah, sua vadia! – Verônica, mesmo com um homem no meio de nos duas, tentou me estapear. E eu também revidava.

- Parem as duas!!

- Para o cacete. – Eu disse, tentando empurrar Demétri, só que ele me jogou pra trás e me prensou na parede me impedindo de sair.

- Te aquieta aí, Isabel! – Mandou, agora segurando as mãos de

Verônica. - E tu, dá pra se controlar?

Ela bufou e saiu resmungando algo que eu não consegui entender.

Demétri se afastou de mim.

- Tu tá legal?

- Estou sim. – Respondi a ele, mas sem olha-lo.

- Porque fizeste isso?

- Não sei. Foi instantâneo.

Ele soltou um riso leve. Não estava irritado comigo.

- Tu não existe guria. – E saiu, rindo.

Eu queria muito poder conversar com ele, pedir desculpas por tudo, mas acho que não era hora. E é melhor não pecar pelo excesso com Demétri.

Lennon M. Dias

Quando finalmente chegou a nossa vez de ensaiar, eu me senti um tanto enjoado e tonto. Acho que estou ansioso demais. Isabel me olhava de 5 em 5 minutos, ela tinha percebido que eu não estava legal.

Respirei fundo, e quando me aproximei do microfone tentei esquecer de tudo a minha volta. Como eu sempre fazia quando cantava ou criava composições. E funcionou. Meu irmão e mais algumas pessoas nos assistiam. Tentei ver aquilo tudo da forma mais relaxada o possível. Cantar me fazia bem demais.

“Eu conheci, tava toda escorada no jardim

Não resisti

Perguntei o que ela achava de mim”

Lembrei-me do sorriso de minha mãe e a lembrança me dera paz. Quando fui ver, eu já estava até pulando no palco.

Meu irmão começou a cantar a música junto comigo, ele estava na maioria dos ensaios e sabia das minhas composições. Logo as pessoas ao redor dele estavam curtindo a música.

Finalizamos a nossa parte no ensaio com louvor e quando voltamos para o camarim, Verônica, que já tinha ensaiado com sua banda, disse:

- Viu como o que eu fiz foi útil? Tu aprendeu até a cantar melhor!

- Cala a boca, Verônica! – Eu revirei os olhos pra ela.

Era difícil me concentrar com minha concorrente e também ex-namorada dividindo o mesmo lugar que eu.

- Vai dar tudo certo. – Isabel sentou-se ao meu lado e beijou meu rosto. Eu segurei sua mão. – Tu vai ver.

- Eu espero que sim. – Ela selou seus lábios aos meus.

- A gente veio pra ganhar.

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Oieeeeeeeeee, to postando rapidinho pra vcs n pensarem que eu sumi!!!

Gente, tem coisa na história que vcs ctz pensam "de onde ela tirou isso?" dai vcs podem ter ctz que é criação minha. Porque msm sendo uma história original (inspirada em pessoas reais) é universo alternativo. Inventei muita coisa. Esses ultimos dias tem sido corrido, ainda n terminei essa história.

Segue spoiler da parte 3

Lennon M. Dias

- MANO!!!!!!!! O QUE FOI AQUILO?? – Emerson perguntou, extasiado. – Cara... Sem palavras.

Verônica lançou a nós um extremo olhar de ódio.

- Vocês! – Ela apontou pra mim e Demétri. Nós a olhamos. – Isso não vai ficar assim.

- Qual foi, Verônica? Se tu não sabe brincar, não desce pro Play. – Todos rimos com a resposta de Demétri. Ela saiu do camarim com suas fieis seguidoras.

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Comentem!!! u_u

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 16/12/2012
Reeditado em 19/12/2012
Código do texto: T4038078
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