Reticências (...)

Hoje você sorriu para mim e me ofereceu um café, enquanto eu fingia estar interessada nas notícias do jornal, folheando-o aos poucos, aceitei seu mimo... Então você chegou bem perto e sussurrou: ''Você é do tipo de mulher que odeia flores, né?''. Eu sem graça acenei com a cabeça positivamente, e você prosseguiu: ''Então o que eu faço com essa rosa que acabo de roubar?''. E eu amargamente retruquei: ''jogue fora!''. Você a jogou e enfurecido foi embora. E eu então apanhei a flor, guardei entre as páginas do meu livro favorito, enquanto pensava em grau de carência sublime: ''Obrigada por ter me amado''...

(E naquele dia percebi que um um texto terminado por reticências quer dizer muita coisa.)