O bicho

     O menino chegou devagarinho e se aproximou o mais que pôde do inseto.
Era horrível. Simplesmente horripilante. As anteninhas tortas peludas na ponta deviam servir pra alguma coisa. O que será que esse bicho estranho come? — pensou o garoto cheio de nojo. Mexeu no bicho e ele pulou: susto!
O menino foi atrás dele e chegou tão perto que quase encostou o nariz nas antenas. O bicho continuava ali, imóvel, grudado no chão, lambendo as patinhas.
     O garoto examinou, examinou, examinou. Foi até a estante, puxou um livro grande onde estava escrito ENCICLOPÉDIA e folheou. Voltou até o bicho que parecia estar esperando para ver o que o garoto queria.
     O menino olhou pro bicho e olhou pro livro. Olhou de novo.
     — Ricardoooooooooo! — a mãe chamou: era hora do banho. Não vacilou: segurou firme no livro fechado e plaft! Acertou em cheio o objeto de estudo.