A afirmação surgiu implacável:
_ Ilmar, esse seu bigode não está com nada!
 
A gata parecia decidida e, jogando as frias palavras sobre meu bigode, trazia um grande desabafo que alcança gerações.
Até hoje a imensa maioria desaprovou meu bigode, porém eu fiz todos engolirem essa opção na marra.
 
Sempre aplaudi as barbas longas, bem desenhadas, envolvendo o rosto que assim conquista um aspecto fascinante, no entanto a minha barba cresce demais irregular, falha, não consegue agradar.
Para pirraçar ou compensar, teimei em guardar o bigode.
Ele, também falho e confuso pra caramba, jamais convenceu.
 
Sem ter barba, nem sequer um bigode, eu penso que o homem contraria as regras da natureza, apaga o brilho, afasta o vigor masculino, forma um vazio imperdoável.
Decidi, então, tornar habitual ter bigode, mas as fofas reclamam, nunca aceitaram, vivem insatisfeitas, revoltadas, querem Ilmar sem bigode.
Pode?
 
Recordo que minha mãe não era a exceção.
Apesar de seguir os gostos da flor Anita, dessa vez eu preferi contrariá-la, deixando ficar exatamente do jeito que eu aprovo.
 
* Sorri escutando a frase.
 
Valeu o desabafo, é muito importante conhecer a opinião dela, respeito o julgamento alheio, contudo no meu bigode ninguém coloca a mão, dá palpite ou insiste, portanto, se a rima boba permite, desiste.
 
Um abraço!
 
Ilmar
Enviado por Ilmar em 30/08/2015
Reeditado em 30/08/2015
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