Relato corriqueiro de uma viagem desgraçada

Mais uma do diário de transcol:

eu sempre tive a sorte, ou o (azar) de ser sempre o primeiro a chegar quanto todos os bancos do ônibus já estão ocupados.

Não adianta.Não sei que força estranha move a matemática dos instantes das filas de ônibus.

enfim;

Num certo dia em que essa tradição não se cumpriu, em eu consegui driblar essa macabra estatística e as pessoas mais lerdas que estavam subindo os degraus do ônibus,cheguei sentei-me no primeiro lugar que eu vi.Eu não perdi tempo olhando para outros lugares, porque certamente correria o risco de ir em pé.

Enfim;

Sentei-me nesses bancos virados perto da porta de trás.

Nisso chega um sujeito,e me fala boa tarde. Respondi cordialmente.

Não sei se o sujeito era vesgo, se ele estava olhando para mim ou para a janela, ja que eu estava entre ele e a janela,mas o fato é que o sujeito começou a olhar na minha direção e conversar.

Fazia perguntas sobre a sexta feira, sobre o trabalho,sobre o fim de semana, essas coisas.

Ah sim, esqueci de mencionar acima que uma outra sina minha dentro dos ônibus é sempre aparecer gente doida, bebada ou carente para se sentar ao meu lado. Casualmente quem pegar um onibus comigo e ficar olhando de longe vai me ver conversando com alguem que não conheço e puxa conversa do nada.

O fato é que esse sujeito começou a falar comigo.

ele fazia perguntas olhando na minha direção, e sempre antes de eu terminar de responder, ele mudava de tema,tipo:

_ E ae voce esta trabalhando com o que?

eu respondia educadamente:

_Ah! estou indo lecionar. eu dou aula em ...(interrupção dele)

_E a sexta feira?

_É sexta ta ai, mas no sabado eu vou...(denovo ele me interrompia com outra pergunta)

foram varias perguntas como essas.Eu respondo porque nao gosto de contrariar gente doida.

As pessoas olhavam, curiosas essa conversa.

derrepente, o sujeito se despede.

_Ah, beleza entao.Falou mano(foi mais ou menos isso que ele disse, nao me lembro com precisao)

depois de dizer isso ele ficou sentado. Achei aquela cena mais estranha ainda.

Algum tempo depois, o cara tira o fone de ouvido do celular da orelha que eu nao conseguia ver, enrola os fios e da sinal do onibus e salta.

O pessoal do onibus nao estava reparando nele.

¬¬

coloquei a cabeça no vidro , fechei os olhos e fingi que estava dormindo.