O Jasmineiro e o Junquilho (APÓLOGO)

À beira de um riacho viviam um Jasmineiro e um Junquilho, ambos em pleno verão.

O Jasmineiro era frondoso, com suas flores aromáticas… e o Junquilho sem viço, com as folhas ressecadas pelo sol.

O Jasmineiro imponente sempre se incomodava com a companhia do mirrado Junquilho que, à sua sombra, diariamente se escondia dos raios do sol.

Certo dia, ao amanhecer, o Jasmineiro ao ver o Junquilho aproximar-se de si, a fim de vir abrigar-se, repeliu-o, dizendo: Que falta te faz a primavera que te fazia florescer hein, magricela…! Olha-te! As tuas folhas ressecadas andam espalhadas pelo chão para serem pisoteadas pelo homem. Onde está a seiva que te alimenta…? Queres sugar a minha…, parasita? Oh, tu tens inveja de mim, pois à minha sombra deleitosa, em minha folhagem, ouço gorjeios de pássaros. As minhas flores são as mais cheirosas desse lugar…!

O pobre Junquilho respondeu ao ríspido Jasmineiro: Ai, você com esse “coração de pedra” e vive a zombar de mim, sempre que chega o verão…! Cuidado por ser narcisista, assim…!

O Jasmineiro desdenhoso, que de si vivia a orgulhar-se, dizia ao Junquilho: Jamais serás como eu, viçoso, florido, perfumado e robusto. Do jeito que estás mirrado…, morrerás, em breve!

Certa noite, veio uma ventania e abateu o soberbo Jasmineiro e o Junquilho escapou à força do vento, por ser pequeno.

Os dias se passaram e o humilde Junquilho, agora sozinho e exposto ao sol, já ficando sem forças, clamou à Natureza: Ó Mãe Natureza, apieda-te de mim e ajuda-me a recobrar as forças…! Envia lágrimas do céu para que eu reverdeça!

A Natureza, ouvindo o clamor do Junquilho, enviou lágrimas celestes, em abundância, por longos dias e este tornou-se viçoso e começaram a surgir suas flores…

O Junquilho reverdeceu e todos os dias vinham buscar o néctar desejado no cálice de suas flores!

quartzo rosa
Enviado por quartzo rosa em 04/08/2018
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