A Cidade dos Corvos - Momentos de Tensão

-Oi Sra Medusa…...bonitinha…..coisa linda…..e-eu…..e-eu…...estou…...ahn…... sonâmbulo! - falei gaguejando torcendo para que colasse a idéia.

Medusa me olhou e veio na minha direção feroz:

-Como ousa entrar no meu quarto e pegar as minhas coisas?! - falou ela muito irritada.

-Eu não entrei no quarto e peguei as coisas coisas, eu apenas peguei emprestado. EMPRESTADO! E não precisa ficar nervosinho não, oras bolas, falta de cordialidade!. Cadê aquela hospedagem incrível que eu recebi? E tem mais hein?!, Não é porque a Senhora é uma entidade que pode sair gritando por aí com os outros não! Nem minha mãe grita comigo imagina se vou admitir que uma entidade antiga grite comigo!. E tem mais, toma o teu baú precioso, não consegui abri-lo. - falei jogando o bau na mão dela e ela foi toda cuidadosa para abrir.

Ela ficou quieta, imóvel, sem nenhuma reação. E eu gostei daquela reação, me dava tempo para sair dali o mais rápido possível. Foi então, que virei as costas e sai pela porta, eu havia escapado por pouco, eu precisava mais do que nunca descobrir onde as almas estavam, se a empregada pelo menos me disse-se…..não restava jeito…..eu só tinha que barganhar com ela também.

Ao chegar no meu quarto,a empregada estava sentada na minha cama, e logo quando me viu, ela abriu um sorriso,e então, veio toda preocupada ao meu encontro e disse:

-Pela Mãe Teresa!....moleque onde você estava? Não me diga que estava onde eu penso que você estava! - falou ela com as mãos na cintura.

-Ué o que está fazendo aqui? - falei curioso.

Ainda era noite.

-Eu vim trazer informações….. mas diga que não foi no quarto da Medusa?! Diga para mim! - Falou ela desesperada.

-Eu não vou dizer…..porque seria mentira. Eu fui sim, precisava devolver um negócio. - falei abaixando a cabeça.

-Foi você quem pegou o tal baú não foi?! Ah Tom! Qualé! Você precisa tomar jeito! - falou a empregada colocando as mãos no rosto.

-Calma…..eu já devolvi. Não consegui abrir...mas qual a informação que você tem? - perguntei curioso.

-Olha…..eu não deveria fazer isso….mas vou. Eu odeio Medusa! E quero vê-la morta e só você pode fazer isso. Medusa guarda a chave das prisões na escrivania do escritório dela. Porém, não sei onde fica exatamente o lugar exato, eu só sei que lá tem fogo. E que fica debaixo da terra. Só isso que sei. - falou a empregada levantando rapidamente.

-Espera!.....eu só queria…...agradecer. você tem se arriscado para mim concluir a missão e eu acho que isso não é o certo mas porém…….será recompensada com a sua liberdade, eu prometo. Prometo de verdade. - falei sorrindo e a empregada marejou os olhos de emoção.

-De nada, mas vê se não apronta!.....e tome cuidado. Esquentei a água na banheira, tome o banho e vá deitar. Boa Noite Tom. - falou ela piscando para mim.

-Ahm…...como você se chama? - perguntei curioso.

-Andressa. - falou ela.

-Boa noite Andressa. - falei sorrindo.

E ela fechou a porta atrás de mim. E eu fui tomar o meu banho. E fui planejar como eu iria pegar aquela chave, sem que Medusa suspeitasse.

*ao amanhecer*

Estava tomando o café da manhã com Medusa novamente, ela estava quieta, mas nitidamente estava desconfortável, e assim que ela olhou no relógio de punho, ela se levantou, foi para o escritório que ficava no corredor ao lado, e então, com a bolsa no ombro, ela saiu pela porta e nem se despediu. Andressa estava na cozinha, e quando ela chegou com uma bandeja de mousse de maracujá ela bufou:

-Saiu né?! - falou ela revirando os olhos.

-Saiu. - falei erguendo o ombro.

Foi então que eu após terminar o café, fui em direção ao corredor, e a porta do escritório, e empurrei a porta de correr. A porta se abriu facilmente, e eu entrei com cautela, fui em direção a escrivaninha,e Andressa chegou distraidamente e levou um baita susto.

-Tom! O que pensa que está fazendo?! - ela olhou pelo batente da porta toda a hora. - por favor,não vai querer ver essa megera brava. Volta para o quarto Tom! - falou ela suspirando.

-Não Andressa! Não posso recuar, sou um porta-voz! Não posso deixar ela me vencer e ser um bundão! Não é justo! Não é certo! E para não causar danos a você, por favor, me deixa sozinho. - falei com o tom mais sensível e sincero possível.

A empregada bufou, e então, saiu do aposento fechando a porta, e então fui a procura de tentar abrir as gavetas, quase todas abriram, apenas uma que não. Obviamente, a chave estava ali, então eu me lembrei da espada, e me lembrei dos tais poderes que eu havia dentro de mim, então fechei os olhos, e me concentrei, estiquei as duas mãos em direção a gaveta, e logo fez um barulho de trinca se abrindo, e quando abri os olhos, a gaveta estava aberta, e embaixo de alguns papéis que eu não dei a menor importância,eu peguei o que estava embaixo dos papéis, o molho de chaves, eu peguei como se fosse um troféu,e então, eu escutei barulhos de salto alto. Medusa vinha aí. Assustado empurrei a gaveta com tudo, e me escondi do lado da escrivaninha. Ela empurrou a porta e Andressa assustada vinha atrás dela.

-Senhora...hoje é o dia da faxina….. preciso que o seu escritório esteja limpo. Por favor, não entre aqui. - falou ela firme mas eu sabia que estava tensa.

-Como ousa mandar em mim? - falou Medusa com a voz mais maligna.

-Nao me leve a mal Senhora…..mas….é necessário que a casa esteja impecável. E com a Senhora passeando para lá e para cá fica difícil mantê-la em perfeita limpeza. E além do mais, a Senhora não provou o seu mousse preferido. - falou Andressa assustada mas procurando a calma.

-Maracujá?! - falou Medusa.

Parecia que ela estava cedendo.

-Sim Senhora, com bastante creme e raspas de limão, e o melhor, está gelado. - falou Andressa aproveitando a deixa da patroa.

-Onde está o menino? - falou Medusa seria.

-No quarto dele Senhora,como sempre. - falou ela engolindo a seco.

-Muito bem, deixe-o lá. Esse moleque está me causando problemas sérios, já tive desejo de trancá-lo junto com os outros, se ele não fosse tão mas tão precioso…….ande!.....quero comer o meu mousse. - falou ela e os passos de salto altos se afastaram.

E eu pude finalmente respirar, quando as batidas de passos passaram, eu empurrei a porta, e foi lentamente empurrando ela de volta para que ela ficasse fechada, foi quando,fui caminhando bem devagar para chegar até às escadarias, mas, eu tive que passar pela porta da sala de jantar,que para variar estava aberta, e a sala de jantar dava nas escadas que dava no meu quarto. Respirei fundo, e contei com a sorte, Andressa passou por mim e arregalou os olhos de terror, mas continuou com a bandeja cheia de mousse,ela se aproximou de Medusa, e ficou na frente da porta, e eu aproveitei a deixa. Fui rapidamente passando pelas cadeiras e quando Andressa saiu, eu já estava nas escadas. Suspirando e respirando aliviado ,com o pergaminho em um bolso, e chaves no outro com a espada, cheguei ao meu quarto e me joguei na cama, finalmente aqui eu estava em paz. E principalmente, em segurança.

Thatty Santos
Enviado por Thatty Santos em 10/01/2020
Código do texto: T6838902
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