O semblante de uma garota suicida cap. 2
13 de agosto
È lógico que minha mãe contou ao Tom, sobre mim:
-Eu tô grávida!
-como?!?
-grávida.
-De quanto tempo?
-4 meses
-Alguém mais sabe?
- não, mas eu acho que já não vai dar pra esconder,.. não vai falar nada?- perguntou minha mãe nervosa e incrédula.
Essa pergunta teve a resposta mais exata:o silêncio.Ela apenas saiu dali.
5 meses se passaram, eu estava prestes a nascer, meu nascimento estava previsto pro dia 2 de setembro, perfeitamente calculado! mas no dia 1 de setembro, quando minha mãe se perparava pra repousar( antes de tudo é necessário eu afirmar que Allyson, morava no mesmo prédio em que minha mãe).Acho que por volta das seis e meia, minha mãe foi buscar a correspondencia, e presenciou o beijo.O beijo entre Tom e Allyson.
Não sei exatamente o que aconteceu a partir daí, só é certo que minha mãe voltou ao seu apartamento, e no ápice de sua fragilidade, tenha tomado doses elevadas de calmante.Prefiro acreditar que foi um suicídio. È possível que ela tenha olhado pra vida, pras coisas, e tenha pensado coisas que nunca vou ter certeza, mas ela teve certeza suficiente pra tornar-se apenas um corpo.
Um corpo, porém, que ainda me guardava.
Minha mãe foi encontrada inconsciente, e levada ao hospital; foram 12 horas por um parto desacreditado, e, quando ela já dava seus últimos suspiros, milagrosamente eu nasci, pelo menos foi o que disseram os médicos.Mas como isso pode ser um milagre?
A partir daí, eu fui criada por Tom, a quem agora, já posso chamar de pai. Eu não o culpo por nada, eu só tento entender minha mãe e não condenar ninguém, já que o amor se reflete também com atitudes imprecisas..,