Ibirapuera

O nosso primeiro encontro, foi em uma tarde ensolarada da movimentada São Paulo, foi como brisa fria de verão, que vem para acalmar a pele e enaltecer a alma. Eu, como sempre, tímida pelo mundo, e você, por outro lado, esbanjando palavras e gestos. Isso, esse foi o primeiro motivo pelo qual me apaixonei por ti. A forma como as palavras saiam da sua boca como um canto das sereias, calmo e hipnotizante.

Foi como um sopro no vazio sabe? Você foi pra mim, como respirar de novo. Depois de todos os amores de esquina que eu estava acostumada a viver e aceitar em minha vida, ter você presente em minha vida, foi como respirar novamente. Costumava dizer que nós éramos infinitude de sentir, e que, finalmente, o universo teria feito à peça que falta do meu quebra cabeça de sentir, juntar-se a mim. Talvez tenha sido pelo seu sorriso de canto de boca, ou como nos encaixávamos perfeitamente, que idealizei algo infinito. Nós fomos finitude, plenitude e companheirismo, isso é inegável.

Mas, nada é etéreo, e tudo bem. Antes de você, me acostumei a aceitar menos do que deveria, menos do que eu era predestinada a ter. Você me mostrou que amores são sim sobre pertencimento e não estadia. Me fez entender que alguns amores são leves e sem todo peso que o outro está carregando, afinal, nós não somos depósitos sentimentais de ninguém. Depois de você, entendi que não posso aceitar menos do que eu mereço.

Espero que você esteja bem, depois do nosso fim. Eu sei que esperávamos que o nosso Nós fosse infinito, mas o tempo, ele não perdoa grandes sonhos. Talvez se eu tivesse sido mais carinhosa ou mais compreensiva com suas crises, ou se você tivesse mais paciência com a minha insegurança de mundo.

Talvez.

Mas tudo bem, alguns amores são sobre ensinamentos e ciclos.