O semblante de uma garota suicida cap. 3

14 de agosto

Agora, acho que já está bem claro porque eu comecei esse diário falando de morte e não de uma vida conturbada(como faria qualquer outra adolescente de 15 anos).E preciso dizer porque sequer comecei esse diario.

Meu quase terapeuta, James Horizon(uma pessoa a quem considero do meu próprio sangue) pediu que eu o escrevesse, talvez assim eu passe a me entender melhor.

Quem sabe, eu comece a escrever mais sobre mim, e deixe de lado minha mãe ou meu pai. Eu não gosto de me definir nem um pouco, mas se eu confessar tudo o que acontece comigo aqui, eu já estarei me definindo.

No colégio eu sou considerada um tanto diferente( diferente aqui significa estranha). Já que eu ainda não sai com nenhum garoto; não que hajam filas de pretendentes, mas sempre tem um ou outro pra arriscar.

Nunca me apaixonei, não com um frisson romântico. Às vezes me questiono se queria ser como uma adolescente qualquer seria, com loucuras e frustrações, ou ser quem sou. Se é pra confessar alguma coisa nesse diário, queria saber com é, por um dia, encarar as coisas com inconsequencia.

15 de agosto

Hoje, pela primeira vez, ao ouvir uma musica, eu parei pra reparar não o seu som, mas a suavidade das notas separadas. O violão dando o ritmo perfeito que a letra pede, a guitarra que consegue tornar a musica agresiva ou lhe dá um sentido além das palavras cantadas...

A única coisa que eu gosto de fazer, é compor, fora é lógico tocar violão; eu não uma exímia compositora, nem sei reinventar ritmos e toques, mas eu me sinto bem compondo pedaços da minha alma, lágrimas sólidas e poéticas, melancolias e sonhos que rimam.

Tenho a impressão que as minhas composições sabem muito mais de mim do que eu mesma.

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brenda
Enviado por brenda em 04/11/2007
Código do texto: T722497
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