A menina do Sabão

A MENINA DO SABÃO

Marília L. Paixão

Eu fico espalhando poemas pela casa.

Se ela não é bela, azar é dela.

Eu fico conversando com minhas teorias

Não tomaria veneno de rato, nem por um dia.

Eu fico lendo a Simone e fico com vontade de fazer arte.

Vou acabar me batendo

Simone não pode morrer não me vendo.

Não tomaria banho de Omo com ela

Não faria regime na mesma churrascaria

Acho que a gente não daria certo...

Simone deve ser um bichinho muito esperto.

Imagine se Simone de menininha morasse na minha esquina

Ela passaria toda arrumadinha

Eu olharia para ela toda quietinha

Ela nem ia notar que eu existia.

Mas se ela jogasse uma mãozinha de Omo no meu olho

Eu morreria de raiva e talvez não gritasse por socorro

Talvez jogaria terra nela do alto do morro

Não poderia contar para mamãe sobre a menina do sabão

Não poderia chegar em casa com as cores da terra e do chão

Teria que resolver meu problema com a menina sem pedir licença

Quisesse ela ou não

-------- Para Simone Mottola com carinho.

Para ela saber que ela também me inspira.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 11/12/2007
Reeditado em 14/12/2007
Código do texto: T773923
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