Comentários sobre Conversando com Deus livro de Neale Donald Walsch à luz da visão judaico-cristã em 04/06/2023

Conversando com Deus: O diálogo que vai mudar a sua vida Capa comum – 7 junho 2021

Edição Português por Neale Donald Walsch (Autor), Maria Clara De Biase W. Fernandes (Tradutor)

Sinceramente, gostei deste livro ao ler em maio e até 03 de junho de 2023, às 23:57. O livro tem 332 páginas.

Primeiro: o livro me atraiu pelo título, segundo: por minha curiosidade pessoal sobre o tema, terceiro: meu filho o presenteou a mim.

Muitos aspectos da minha vida de católico estão vivenciado pela escrita de Neale D. Walsch.

Fiz 21 anotações pessoais durante a leitura do mesmo.

Sempre tive a concepção de que podemos conversar com Deus, em especialmente na oração pessoal e espontânea.

Ao ler o livro acima, meditava à luz da Bíblia, da Tradição apostólica, da piedade católica de 2 mil anos, além de proceder paralelos de confrontação com algumas leitura minhas como Filoteia, de São Francisco de Sales, Doutor da Igreja Católica Romana.

Agora, meus comentários ou crítica:

1. 23/05/23: Em Filoteia, vi as respostas ao esoterismo, tendências platônicas, de tendências do espiritismo em geral. Vi isso na página 65-68, de Francisco de Sales. Este autor católico fala sobre Meditaqção sobre o fim do homem (cap. 10): "... foi unicamente para fazer o bem, facultando-nos, com sua graça, participar de sua glória [ de Deus] (...) deves evitar todas as ações que são contrárias a esse fim (...) Ah! eu me devia alimentar da verdade e fui saturar-me na vaidade. (...) a esse mundo, que foi feito para me servir e me ensinar a vos conhecer e amar [a Deus]. (...) Eu vos dou graças, Meu Deus, porque destinastes para mim um fim sublime e útil, qual é o de vos amar nesta vida e gozar eternamente na outra da intensidade de vossa Glória. "

2. O autor fala sobre tridimensão: Trindade, id, ego, superego na psicanálise.

3. Somos filhos de Deus, sim. não mero produto de Deus.

4. Várias oportunidades no livro afirma a evolução - termo oriental e do espiritismo europeu e americano; nós da tradição judaico-cristã afirmamos santificação, justificação e conversão da pessoa a Deus.

5. A pessoa experimenta de tudo nesta vida, emoções boas e nada edificantes... É sua trajetória aprender com suas limitações e elaborar sua personalidade, aperfeiçoando seu caráter para construir em si o bem maior e sua saudável convivência com todos.

Salmos 138,8. “O Senhor cumprirá o seu propósito para comigo! Teu amor, Senhor, permanece para sempre; não abandones as obras das tuas mãos!” ...

6. Há leituras do Neale sobre que somos deuses. Essa afirmação na tradição judaico-cristã evoca nossa condição de pertencimento a Deus. Somos seres corpóreos e não puramente espirituais como o são os anjos.

João 10:34, 35

34 Jesus lhes respondeu: “Não está escrito na sua Lei: ‘Eu disse: “Vocês são deuses”’?*+ 35 Se aqueles contra quem se dirigiu a palavra de Deus foram chamados de ‘deuses’+ — e as Escrituras não podem ser anuladas —,

“ (Salmos 8:5) Também passaste a fazê-lo um pouco menor que os semelhantes a Deus,[ Heb.: Elohim ou “deuses”] E então o coroaste de glória e de esplendor.

(Hebreus 2:7) Tu o fizeste um pouco menor que os anjos; de glória e honra o coroaste e o designaste sobre as obras das tuas mãos. ”

Salmos 82, 6 “Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós sois afilhos do Altíssimo. 7 Todavia morrereis como homens, e caireis como qualquer dos príncipes.”

“Pois, embora haja os que são chamados deuses, quer no céu, quer na terra,+ assim como há muitos “deuses” e muitos “senhores”, 6 para nós há realmente um só Deus,+ o Pai,+ de quem procedem todas as coisas, e nós existimos para ele; e há um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem são todas as coisas, e nós existimos por meio dele.”

As Escrituras às vezes se referem a pessoas reais como deuses. No entanto, uma análise mais cuidadosa mostra claramente que o termo “deus” nesses casos não tem o objetivo de apresentar essas pessoas como deidades. Em vez disso, nos idiomas em que a Bíblia foi escrita originalmente, o termo “deus” também era usado para descrever alguém poderoso, divino ou que convivesse com o Deus Todo-Poderoso.”

No original hebraico Elohim (deuseis) era aplicado aos anjos e aos homens quando representavam Deus e julgavam os povos. Inclusive, o rei era visto como deus por ser o chege da teocracia. Com o tempo, o termo deuses foi sendo aplicado aos agentes especiais de Deus ou que possuiam qualidades divinas.

7. O autor tem senso de humor. Até a concepção de Deus. Ora, estamos na mesma maneira de ver Deus: ‘Deus tem sendo de humor.” (N EALE, 2022, P. 147).

8. Viemos de Deus e estamos no mundo para aprender quem somos e por que estamos aqui. Digo isso em relação a escatologia cristã, bíblica. Estamos aqui de passagem em direção ao Paraíso ou Céu que Deus nos premiará após a morte, depois de fazermos a divina vontade, cumprindo os mandamentos e o perdão indicado nos ensinamentos do Evangelho.

Neale D; Walsch (2022), autor de Conversando com Deus (páginas abaixo se referem a esse livro), insiste sempre no Mito da Caverna de Platão quando afirma que já sabemos tudo e esquecemos ao nos encarnar nesta vida e com outro corpo, instrumento da alma.

Visão católica, cristã, bíblica: - Somos pessoas, imagem e semelhança de Deus, Nosso Criador. Somos alma e corpo, unidade perfeita e complexamente engendrada ou criados. Para a tradição judaico-cristã, o corpo não é cárcere e nem mero instrumento da alma ou da psique ou da menta. Nem transmigra a alma de corpo em corpo como carma para evoluir, purificar-se e elevar-se como energia no Todo cósmico ou transcendental.

A morte é o fim desta vida terrenal, depois vem a ressurreição do corpo (transformado, revitalizado diferentemente sem a paixão e sem as condicionantes tendências de se alimentar, dormir, trabalhar, descansar, ter filhos etc. “A vida não é ditada ou destruída, mas transformada. ” Terminada a nossa vida mortal, Deus nos dará um corpo glorioso após o juízo final. Deus conhece profundamente a pessoa humana e saberá julgar a sua destinação eterna seja na hora da morte seja no juízo universal, final.

Não “somos espíritos desencarnados” (p. 80) e vivemos habitando vidas passadas e nem futuras e nem em corpos diferentes. Nossa esfera real e criada e aperfeiçoada é a Terra ou mundo ou a sociedade e vida que aqui construímos. Teremos, em parte, a continuação da vida em uma dimensão maior, plus, celestial, uma ressurreição do corpo para os eleitos ou os condenados eternamente.

9. Gostei de sua explicação sobre Pensar, falar e fazer ao se referi ao Pensamento original ou Deus ou pensamento criativo no ser humano. p. 151.

10. A melhor palavra sobre a vida humano é a gratidão. Gostei disso no autor acima.

11. Ferir a criação é ferir o ser humano. Digo, “Destruir e prejudicar a natureza ou criação ...é dar um tiro no próprio pé.”

12. Estou em Deus e não sou deus. Veja a palavra Deus: eu dentro de Deus. Jamais seremos iguais ao Pensamento originalmente Criativo. Apocalipse 12, 4. “Qui sicut Deus” – tradução: Quem como Deus? – Podemos responder: ninguém.

13.

13. Tire o negativo e rotulações pessimistas ou só reclamação (clamar de novo o negativo). Tire a ideia-fixa de sua mente. Pela oração, boas obras, paciência consigo e com os outros, autodisciplina.

14. Gostei no que explicou o autor como: querer ser, fazer, ter. p. 153, ao dizer Eu sou. (p. 81)

Essa expressão é usada no Bíblia para designar Deus como ser supremo, senhor do universo e do mundo, da história. E Jesus também, às vezes, falou assim de si: Eu Sou....

15. Não concordamos com a afirmação de negação do pecado, da existência do diabo (anjo rebelde, decadente, obcecado por ser igual a Deus), do inferno ou morada os demônios.

Nós cristãos e católicos, pensamos diferente diante destes termos e sua aplicação bíblica e, existencialmente, verificada na vida cristã e sua destinação eterna.

16. Gostei da parte de que somos consequências de nossas opções, porque temos livre-arbítrio. P. 77, 93, 190.

17. Deus sendo Espírito perfeitíssimo não precisa de experimentações através de nós. Somos seres limitados aprendemos com nossas vivências e deficiências, analogias com os outros e com dedicação a nos tornar agradáveis a Deus pela fé, caridade, esperança, boas obras. Contudo, é por obra de Deus a nossa salvação em Jesus e a destinação eterna entre os eleitos e os anjos do céu. Contra a p. 161. Deus não precisa de nós para si conhecer como tal, Ser como fonte dos entes e da vida criada, das criaturas divinas feitas por eles. Afinal, Deus nos criou e não precisa de nos dar satisfação de si. Ele quer nos salvar de nosso egocentrismo e tendências do pecado original. Por isso, enviou Jesus para nos salvar e não nos condenar. O pecado nos adoeceu, Jesus fez de tudo como o médico bom deve fazer para salvar ou curar seus pacientes. Deus é criador e Espírito Perfeito não está preso a materialidade e aos critérios humanos e nem da natureza ou criação, que fez. Contra p. 164.

18. Gostei de “Jesus não nos curou a esmo...” Porque tinha propósito de Glorificar o Pai Eterno ou Pai Nosso, de nos salvar do pecado e nos libertar dos poderes dos demônios, nos santificar do mal e deficiências físicas, mentais e corporais, integrar-nos à sociedade como pessoas inteiras.

19. Tudo é relativo aqui, só Deus Perfeito é absoluto, jamais Deus é absurdo. O conceito de Deus na visão judaico-cristã e católica não é o mesmo conceito de religiões orientais, espiritismos, Kardecismo, santaísmo etc.

20. Sim, para nós, na visão Bíblica: há 10 mandamentos (Êxodo 20 e Deuteronômio 5), contra a p. 158 e 160 de Neale Walsch.

21. Creio na vida Eterna, é que Deus me dará após a morte. A visão de Deus para sempre como Ser supremo e perfeito, partilhando comigo sua finitude e eternidade Feliz.

22. Jesus disse que o Reino dele não é neste mundo. Muitos temam em afirmar o contrário. O céu começa aqui e agora, vai além da história. Temos as moradas eternas, não vidas paralelas ... João 14.

23. Ora se a vida humana é jornada, então começa aqui e em algum momento da vida quando nascemos e terá uma chegada além após morrer. Contra a pág. 163.

24. Nosso conhecer é limitado e se amplia com a vivência e outras fontes de sabedoria como livros, amigos, luto, sofrimentos, acertos... erros. Não podemos banalizar a vida humana como escola, experiência e construção de saberes. Somos imperfeição procurando a Perfeição, a verdade, caminho de realização e superação. Mas, nossa jornada aqui tem um fim, finalidade, morte, além da morte, julgamento divino sobre nós, ressurreição e contemplação mística de Deus só no céu.

25. Gostei quando define Deus como Puro ser, Espírito puro, Eu Sou...., Sempre É, contudo, há forte tendência esotérica com reflexão vivencial de consequências da evolução da alma, descarte pelo corpo – contra p. 185, 186, 293.

Neale defende o Nirvana... p. 188 – “cada alma escolhe o seu destino...” p. 189, contudo, o destino já está definido ou não? E Deus nos dá a liberdade de recriar, dar sentido à vida, viver de modo cada vez significativo na prática do bem, da vida, da solidariedade, do perdão etc.

26. Santidade é reconhecer Deus nas revezes e nos sofrimentos, agradecer por todos os bens, até o corpo, a morte, a doença etc. Somos contingência ontológica, Deus é Essência Divina, sensível à nossa vida e aos nossos sofrimentos.

Deus não é o Demiurgo platônico.

27. Nós nos ajudamos, fortalecemos, unimos... para o bem e contra o mal. Ninguém completa o outro, só Deus pode nos completar totalmente. O outro não é Deus, porém pode nos indicar em sua ação e seu sofrer a presença de Jesus: - “Tudo que fizerdes aos menores será a mim que vós fazeis. ”

28. A autoimagem, autoestima, autodisciplina nos ajudar a construir melhor nosso ser em sociedade. Não vivemos sós, precisamos uns dos outros para ser quem somos.

29. Amar não é deixar que outros façam o que quiser com você. Nada de abuso... O amor verdadeiro nos amadurece, liberta, enobrece, dignifica, plenifica após a morte, quando já o vivenciamos entre nós. Nosso amor é imperfeitos e exige evidências... Deus é amor perfeito, Ágape...

“Ama e faça o que queres de bom... “ Santo Agostinho.

“Ame a Deus sem medo... Amor é vida e não guerra... ” Neale D. Walsch

30. Respeitar a si e aos outros, deixar que cada um siga o caminho que quiser e escolher, pode você ajudar a orientar, corrigir e jamais viver no lugar do outro. Serenidade, paciência, caridade e bondade são essenciais para pensar, agir, sentir com prudência, querer o que se pode e deve querer, saber perder... saber valorizar o que se é e o que já tem...

31. O pior mal é negar que exista o mal. Neale – Assim, negar o diabo é pior que ele de fato existe. O mal é ausência de bem, como frio a ausência de calor, o medo é ausência de confiança, escuridão é ausência de luz... Deus é luz, amor, Salvação, Plenitude. Absoluto (p. 219).

32. Mude seu foco: mude os paradigmas: reveja os seus pensamentos, começando por agir antes de pensar com cuidado...

33. “Quem disse que Jesus é perfeito... Ele bebia vinho, álcool...” – afirmação de Neale na p. 308.

Não é pelo fato de ter bebido vinho, aliás, os judeus e o próprio Jesus bebiam vinho... Não tinha café na época deles...

Para nós que Cremos Jesus como Filho de Deus por excelência, revelador da Trindade Santíssima, Jesus é perfeito.

Neale (2022), faz suas palavras vindas de outras fontes das religiões não cristãs, é esoterismo que respira e defende em sua obra.

J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 04/06/2023
Reeditado em 04/06/2023
Código do texto: T7805552
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