rei élfico

Parte 1.

Anorie uma terra límpida, verdejante, majestosa como a mãe natureza a criou, com seus rios e lagos imensos, ligados ao oceano de Sekoork, tão azul e transparente quanto suas incontáveis bacias de água doce, tinha uma vasta paisagem ao seu redor.

Enormes árvores que davam frutos, plantas coloridas, venenosas, as que curavam , estavam por toda a parte, entre bosques , montanhas, arbustos, e matas tão fechadas, que tornavam impenetráveis.

Variadas espécies de seres vivos, desde animais a homens, duendes, fadas que voavam como vagalumes, eram tão pequenas como uma borboleta. Um gigante, raro, mas haviam poucos de sua espécie ao sul de Anorie, em meio as terras de Liandon, Lar das imensas borboletas; e ao norte, dominando vastas e belíssimas paisagens, os elfos de luz. Seres de aparência magníficos e belos, de cabelos longos prateados , caídos, por sobre as orelhas pontudas, que, ficavam sempre aparentes. Os olhos claros do azul ao azul acinzentado e o rosto fino e delicado.

As roupas eram leves, clara, e algumas brilhavam e se arrastavam pelo chão. Outras, eram mais simples, uma veste verde, parecida com um vestido curto, com um cinto envolto no abdômen uma calça, e botas.

Suas armas eram forjadas por eles mesmo, eram grandes e tão belas quanto sua aparência. Com lâminas afiadas, e muito bem desenhadas.

Os elfos da luz, eram os mais ricos, sábios, dotados de poderes, do que outros de sua espécie. eram também os chamados de; seres bondosos, que ajudavam outras espécies. Incluindo os homens e outras raças.

CKlanyvadari era o reino do rei élfico Levonhard e ficava oculto em meio a uma floresta escura, onde o sol mal conseguia tocar o seu solo.

Uma fortaleza elegante, estendia uma ponte de mármore e pedra, até uma entrada em arco brilhante, feita com cristais. Era um belo castelo esculpido artesanalmente por elfos habilidosos em construção .

Levonhard ao lado de seu único filho, Eldarin contemplava os animais da floresta. Ele o ensinava a importância que tinha cada ser, e como um dia também se tornaria rei, ele tinha de respeita-los.

Eram amigos inseparáveis e adoravam a companhia um do outro.

O rei ensinava seu filho a manusear o arco e flecha. Era um pequeno, para que ele pudesse mirar e acertar o alvo perfeitamente. A flecha atingiu um tronco morto, exatamente o que Levonhard havia dado a ele como mira . Ele assentiu ao ver o pequeno elfo olhar para ele esperando aprovação.

Seu pai o abraçou muito feliz e depois foram embora. O reino era grande demais e o rei montado em seu enorme cavalo branco com seu filho, ainda estavam longe do palácio. Essas ainda eram terras dele e se estendiam na vasta imensidão.

Foi quando Levonhard avistou de muito longe, um grupo de homens. sua visão era como de uma águia e podia ver detalhadas o rosto de cada pessoa. Ele não gostava de intrusos em suas terras e percebeu que não tinham tanta armas para apresentar ameaça. Correu o mais rápido que pode com seu cavalo até aproximar daqueles humanos.

- O que fazem em meu reino? - Perguntou o rei com seriedade.

Os homens se viraram para ele com respeito e um deles disse de cabeça baixa:

- Senhor, estamos a procura de um abrigo.

- disse o homem de barba ruiva com a voz tremida. Todos ficaram com medo do elfo pois sabiam que entrar em um reino élfico traria muito problemas a eles. E poderiam ser presos por invasão.

Levonhard levantou a cabeça, ainda sério e desconfiado.

- Muito bem, e de onde vocês vieram ? - perguntou interessado.

- Senhor, viemos de Azkar. - Respondeu o que parecia ser o líder do grupo.

- Azkar? vieram de tão longe para buscar abrigo aqui? - estranhou ele fazendo seu cavalo pisotear a terra com força como se estivesse com raiva, assustando a todos.

O rei continuou a encarar o homem e depois encarou o resto do grupo. deveriam ter umas quinze pessoas. Entre elas uma criança que chamou sua atenção. Ele a observou por um segundo e depois voltou -se para o homem com quem conversava.

- vossa majestade perdemos nossa terra natal . Foi destruída por trasgos e trolls. Eles eram muitos e grandes também.

- Trasgos e trolls ? Esses vermes só atacam por um motivo; ouro, pedras preciosas, diamantes...

Levonhard olhou com mais seriedade. - conheço aquelas terras. Existem objetos valiosos lá que é imensurável de contar. Tesouro esse que eu jamais tocaria. - disse pensativo, demorando algum tempo, mas mudou de ideia.

- Eu poderei abrigar todos em meu reino, mas com uma condição: que obedeçam às minhas regras e respeitem nossa terra e animais.

- Sim vossa majestade, nós ficamos agradecidos pela sua generosidade. Cumpriremos com as regras de seu reino.

Levonhard se virou e assentiu. - Sigam-me!.

Eles andaram atrás do rei por um longo tempo, até atravessarem uma grande ponte de pedras que dava num enorme palácio com uma entrada deslumbrante, feita com cristais, que refletia parte da floresta e do céu.

O grupo de pessoas ali, olhavam a grandeza do reino de Levonhard como nunca haviam visto antes um lugar fascinante e mágico. Nem se comparava as terras de onde vieram.

Os imensos salões do rei, tinham cascatas de água pura , límpida, caindo como um véu até o último andar. Luzes de abeto que nunca se apagavam, iluminavam todo o palácio, enganchados em pilastras ou paredes.

- Bom, Pedirei ao meus guardas que, levem vocês para os quartos de visitantes. poderão descansar e se limparem lá. Existem várias piscinas límpidas para se tomar banho. O jantar, depois um de meus súditos reais irá busca-los. O rei parou e dirigiu a palavra novamente ao homem com quem conversara na floresta. - Qual é o seu nome viajante de Azkar? - perguntou o rei.

O homem estava envergonhado e parecia ter medo do rei Élfico. Ele era muito alto e vestia uma veste de honra de cor prata, longa que arrastava pelo chão. Levonhard estranhou que o homem não lhe respondera e se irritou com isso. porém era de uma boa e educada forma de falar, mas arrogante.

- Não me disse seu nome . O rei andou até seu magnífico trono, que tinha um enorme felino deitado esculpido no final do encosto e se sentou encarando o homem. seu filho Eldarin o acompanhou.

- Desculpe senhor, meu nome é Envis Arnor.

O rei assentiu e observou ele com astúcia.

- Creio que você seja o responsável pelo seu grupo.

Envis moveu a cabeça concordando.

- Não precisa ter medo. Apenas esteja ciente que tudo aqui sem meu consentimento é inaceitável. Eu sinto e vejo tudo neste reino. Minha sensibilidade é tamanha comparada a meu reino. Todos aqui são bem vindos mas devem ter grande respeito.

- sim majestade. - assentiu Envis.

- Levonhard levantou -se de seu trono e caminhou até Envis.

- O que você fazia em suas terras? - Interrogou o rei . Ele mantinha a sombrancelha erguida.

- Eu era mercador. Transportava e vendia peixes, frutas... Um trabalho simples.

- todos aqueles que vieram com você são seus parentes?

- Não Senhor. Estou com minha esposa e minha filha.

- Então, aquela criança é sua filha? Não vejo crianças há muito tempo. Ainda mais humanos.

- Majestade, com sua licença.

- Sim. Levonhard pediu que prosseguisse.

- Se vossa majestade nós deixar ficar até encontrarmos outro lugar para morar, podemos trabalhar também.

Levonhard se interessou mas não respondeu de imediato. Ele conversou com Eldarin em uma outra linguagem que Envis não entendia. Depois aproximou dele com elegância.

- Claro que podem ficar. Eu darei toda assistência aqui dentro. E vocês podem ser úteis para mim. Podem trabalhar na adega , nos jardins e na cozinha. Amanhã vocês serão orientados pelos meus guardas reais.

Levonhard sorriu e ordenou que os guardas levassem Envis.

- obrigado majestade. - Agradeceu ele abaixando a cabeça.

Eldarin aproximou do rei quando ele sentou se em seu trono e foi para o colo .

- Pai, essas pessoas vão ficar aqui em nosso reino ? - perguntou curioso.

- Sim, eles eles vão ficar aqui por um tempo. Precisam de um lugar pra ficar porque perderam suas casas. - explicou Levonhard.

- O senhor confia neles? - Disse o pequeno elfo com expressão mais séria.

Levonhard olhou para ele admirado com sua pergunta.

- Sim. Meus instintos me dizem que eles são pessoas de bem. E se estivessem armando alguma coisa pra mim, não traria uma criança humana.

- Gostaria que ela fosse uma elfa.

mais uma vez o rei olhou para ele franzino o cenho.

- E porque diz isso? - quis saber.

- Bom, teria alguém para brincar comigo. - Disse Eldarin triste.

- Eu sei como é isso. Lembrou ele. Também vivi sozinho quando pequeno. Nosso reino não há crianças elficas. Um dia entenderá o motivo. Agora você não entenderia. Só tem quatro anos. - Explicou ele com um largo sorriso no rosto.

Eldarin por outro lado estava sem expressão. As vezes parecia com seu pai, sério , destemido e sábio. Mas ainda assim, era uma dúvida muito grande que ele tinha a respeito de seu reino, sendo o maior de Anorie, não ter nenhuma criança élfica de sua idade ou maior.

- Então o que acha de ir para a sua cama? - Levonhard sorriu para o filho acarinhando a cabeça dourada.

- Gostaria de ficar um pouco mais. - Insistiu .

- Amanhã será um novo dia. E você sabe que precisa ir.

- Eu sei. - Assentiu Eldarin obedecendo.

- Eu preciso resolver algumas coisas de nosso reino . - Disse Levonhard preocupado.

- Você poderia me acompanhar até meu lugar de descanso? - Pediu ele educadamente. Seu olhar brilhava em um azul profundo, como se implorasse a seu pai que o levasse pelo menos uma vez e ele estaria bem se o fizesse.

- Está bem. Vamos. - Disse o rei levantando de seu trono.

Os dois seguiram para os fundos do imenso palácio, até passarem por uma cascata no meio de um lindo e verdejante jardim , florido com diversas espécies de flores coloridas. As luzes de abeto, iluminaram cada parte do reino, deixando mais claro e ficavam acesas por tempo infinito.

Um maravilhoso lugar de descanso escupido entre troncos de árvores , uma cama macia cheia de panos com grossas camadas de tecido, e uma mesa com livros em idioma élficos era o quarto de um príncipe de CKlanyvadari. Era rústico e natural como elfos da luz gostavam. E como toda a família de Levonhard, desde o reinado de seu pai, Zofer e sua mãe Ullah até seus antepassados, admiravam e mantinham o lado simples de viver e usufruir da natureza de modo não a prejudica-la. Era uma regra élfica de toda Anorie.

Levonhard deixou Eldarin e foi embora. O pequeno elfo não deitou em sua cama, ele esperou até que seu pai desaparecesse do grande salão para sair de seus aposentos. Ele tinha uma ótima visão, podia ver o rei a uma grande distância. Porém não se deu o luxo de esperar muito.

Seu instinto aventureiro o fez descer até os penúltimos andares dos salões do rei, até onde encontrava-se várias portas com desenhos de árvores talhados em seu centro, todos usando a própria madeira desta que estava fechada.

Eldarin nunca tinha ido até aquela parte do palácio, pois ali era um lugar para aqueles que o rei permitira entrar em seu reino e se instalar ali por algum tempo. Apesar de Levonhard não ser muito tolerante em abrigar ou ajudar quem fosse parar em suas terras, ele abriu uma exceção.

A curiosidade do príncipe elfo acabou por assusta-lo quando a porta se abriu repentinamente. Ele deu um passo para trás ao ver o homem ruivo sair com uma criança um pouco maior do que ele.

- Oi pequenino. - Cumprimentou o homem sorrindo. Mas Eldarin não disse nada. Ficou apenas a fitar Envis desconfiado como um animalzinho com medo.

- Você é filho do rei creio eu. Eu gostaria de falar com ele. - sorriu novamente.

- Meu pai não se encontra agora. Ele está resolvendo alguns assuntos de nosso reino. - respondeu Eldarin tentando se passar pelo rei, ou ao menos imita-lo.

- Sim então eu vou esperar lá dentro. Vamos Lira. - chamou ele a garotinha ruiva.

- Ei você... - Chamou Eldarin.

A menina parou ao lado de seu pai fitando o elfo.

- Se quiser podemos esperar próximo ao salão do trono até o retorno de meu pai. - disse ainda sério.

Envis assentiu e ao lado de sua filha seguiu o príncipe. Ele estava inquieto e muito mais curioso do que o príncipe, pois nunca estiveram com elfos antes e queria saber mais sobre eles.

- E você pequeno elfo, tem quantos anos?

Por hora Eldarin parou de andar e olhou para o homem demoradamente, porém respondeu.

- Eu tenho quatro anos. - respondeu.

- quatro? E é tão esperto assim?

- O que há de errado? - Respondeu uma outra voz mais grave.

Todos olharam espantados quando viram o grande rei muito perto deles.

- pai você voltou... - Eldarin olhou assustado para ele.

- Sim, eu voltei porque está tudo calmo e sem problemas. E você está fora de seu lugar de descanso.

- Me desculpe. - pediu ele com olhar de arrependimento.

- tudo bem. - assentiu ele dando de ombros, mas parou ao notar que Envis e sua filha o seguia.

- Para onde vocês três estavam indo? - quis saber.

- Eles vinham comigo para o salão do trono do rei meu pai. O humano aqui precisa conversar com o senhor.

- Certamente. Assentiu Levonhard. - Agora está tarde, vamos deixar a conversa para o amanhecer.

Vocês parecem com fome. Pedirei aos meus guardas que levem comida para vocês. Mas se quiserem, também podem subir para comerem ao ar livre no último andar. É lá onde fazemos as nossas refeições. - explicou o rei com ar menos sério.

- obrigado majestade. Agradeceu Envis abaixando a cabeça como se mostrasse respeito.

- Estou vendo que é um homem respeitoso senhor Arnor. Amanhã quero conhecer mais um pouco de vocês. - pela primeira vez Levonhard sorriu, mas um sorriso um pouco forçado pela visão de Envis.

- pai podemos comer lá fora ? - pediu a garota muito baixo para seu pai para que o rei não a escutasse. Porém Levonhard tinha muita sensibilidade na audição e escutou tudo, para a tristeza dela.

- Criança, você pode se quiser comer do lado de fora. - permitiu o rei sorrindo pela primeira vez.

- Ei Lira, não pode ficar pedindo essas coisas. Não estamos em nossas terras.

- Eu Sei pai. Eu só queria ver como tudo é tão lindo aqui.

Levonhard ao ver o desejo que a criança tinha em conhecer seu reino, desapertou nele a curiosidade por humanos que o fez admirar a inocência infantil.

- Porque você não leva sua amiga para o banquete lá no último andar Eldarin? - Disse o rei para seu filho.

- Posso meu pai?

Levonhard moveu a cabeça e assentiu, gesticulando com a mão para que ele fosse.

- Não se preocupe Envis, ela ficará bem. São apenas crianças. Eldarin não tem amigos de sua idade aqui. Então, uma criança deve ter contato com outra mesmo que sejamos de raças diferentes.

- claro Senhor, de fato concordo se for de sua vontade. - ele parou por um instante e pediu licença antes de continuar. - Majestade...

- Sim. Respondeu Levonhard com uma expressão tranquila.

- O Senhor disse que aqui não tem crianças elficas... Só por curiosidade... O que aconteceu com elas?

Levonhard ergueu uma sombrancelha e olhou para Envis mais sério do que a primeira vez que se conheceram. Aquela não era uma simples pergunta que um rei Élfico gostaria de responder. Estava além dos limites para falar de reprodução, ainda mais com um humano que mal conhecia.

- Não sei se seria adequado falar sobre isso. Mas sua curiosidade é aceitável. No entanto, Envis de Azkar, nós elfos não temos tantas crianças iguais a vocês humanos porque nossa reprodução acontece uma só vez em nossa idade jovem. Nossa Idade de jovem para adulto é com cem anos. Mas é muito difícil gerar um filho, isso desgasta muito as mães elficas. Consome muito a energia física e acaba desgastando a alma. Nossa imortalidade não permite termos excesso de filhos por isso. É por isso que você vê aqui mais adultos do que jovens.

- Isso é incrível, eu nunca imaginei que fosse assim. Mas Senhor, então terás um único herdeiro.

- Sim. - Confirmou o rei.

- Eldarin é o único herdeiro de meu trono. Se algum dia ele encontrar alguém de nossa linhagem pura e se casar... Espero que demore muito para isso.

- Eu sei como é isso, tenho minha filha Lira e morro de medo de pensar dela algum dia se casar.

Os dois se olharam e sorriram por alguns estantes. Envis percebeu que fora bem na conversa com o rei e até fora agradável para ele ter se divertindo pelo menos um pouco. Apesar de ter conhecido um rei arrogante e firme, muito sério, ele gostou de aprender mais sobre os elfos.

- Vejo que Eldarin e Lira estão se dando bem lá em cima. - percebeu o rei ao ouvir pequenas risadas vindo do alto.

- O senhor não se importa de minha filha brincar com seu filho?

- Não. - respondeu o rei num tom leve . - Fará bem para Eldarin alguém de sua quase mesma idade.

- Majestade, obrigado por nós receber aqui. A você e vossa rainha, se eu a conhecer é claro. - ele ficou muito tímido e agradecido pela hospitalidade do rei.

- Você disse rainha? Não, faz muito tempo que eu a perdi.

- ops, me desculpe Senhor. Eu não sabia... Eu...

- Tudo bem, não se preocupe.

- Nem consigo imaginar o quão ruim é perder alguém. Eu morreria também.

Levonhard olhou para Envis achando aquelas palavras absurdas saindo de sua boca.

- Acho que não deveria pensar assim. - disse ele franzindo o cenho. - pessoas humanas não entendem o sentido da vida. Um dia todos morremos, mas para nós elfos que somos imortais, damos valor a vida mais do que qualquer ouro e prata. Cremos que quando alguém nos deixa, ela não parte totalmente. É apenas sua alma que vai viver em outro lugar longe de quem vive na carne.

A vida não termina nunca, sempre retorna. Devemos viver mesmo com nossas perdas. Enfrentar e seguir em frente.

- Vossa majestade tem toda razão. Não devemos morrer e sermos derrotados pela dor da morte.

- Exatamente. - concordou o rei. Agora vá buscar seu povo e levá-los para o jantar.

Envis assentiu e logo foi embora.

Eldarin voltou para o salão do trono do rei ao lado de Lira. Ele estava se divertindo muito. Levonhard os observava correndo um atrás do outro por seus salões enormes, sem se preocupar muito com a agitação. Fazia tempo que ele não via seu filho tão feliz. Embora eles sempre ficavam juntos e treinavam arco e flecha e lutavam com espadas, ainda assim Eldarin precisava de alguém de sua idade para brincar. E agora Lira era essa parte da diversão dele.

Levonhard viu todos se fartar no banquete da luz das estrelas, que ficava a céu aberto no último andar do palácio do rei. Era exuberante e domado por muitas plantas verdejantes e suas flores vermelhas, amarelas que desciam até chão, enfeitando as pilastras de mármore e cristal.

Parte 2

O sol mal nascia e os elfos já estavam andando para cima e para baixo por todo o palácio. Elfos vigias das entradas de CKlanyvadari, que eram três entradas apenas. Os elfos artesãos e os forjadores de armas, que era o principal negócio do rei vender as espadas mais afiadas e belas. Tinham também os elfos do exército, eram muitos e iam para os campos de treinamento, muitas vezes treinavam com o rei para fortalecer suas habilidades, força e estratégias. Alguns elfos cuidavam das plantas e outros dos animais.

Assim eram os elfos da luz. Uma raça avançada, com enorme número de exército de Anorie, no qual nenhuma outra espécie se atreveria a enfrenta-los em uma batalha.

Levonhard era um rei muito conhecido em todo continente e muito respeitado, pois não era de muitos amigos e gostava de ficar em seu reino e não ligar muito para o mundo lá fora. Muitas guerras ele enfrentou , muitas ao lado de seu pai e de sua mãe, que ambos tiveram suas vidas imortais acabadas no vale de Drisson. Tanto Zofer quanto Ullah morreram lado a lado para proteger seu filho Levonhard dos ataques de Goblins. Ele era muito jovem e acabou tendo de guiar o exército de seus pais de volta a CKlanyvadari. Logo tornou-se o rei por sua descendência familiar de governar . Estava no sangue dele, desde seus antepassados, seus avós e bisavôs . Ali estava o rei mais jovem poderoso e de sangue puro de toda a terra de Anorie. E para ele muitos olhos se voltaram, até um grande amigo de sua família o trair, por uma inveja incontrolável e incomoda. Seu nome era Sparkle Finns.

Com o passar dos anos , Levonhard se casou com uma elfa ( Ika), também de puro sangue de uma boa linhagem das raças elficas da montanha do sol, nas terras pardas de wallian. Juntos tiveram um único filho, Eldarin, ( Estrela do céu). Em homenagem as estrelas que os elfos tanto amam. Neste tempo, a guerra ainda reinava com todas as espécies de homens , trasgos, anões, fadas, gnomos, elfos, bruxos, entre outras. Tudo pela ganância e poder.

O mal entrava e se fixava cada vez mais em Anorie deixando muitas terras sucumbir na escuridão. Mas muitos se ergueram e muitas raças se uniram para exterminar a escuridão e trazer a luz de volta. Uma guerra que permaneceu por longos anos. E na última guerra, Levonhard lutou bravamente com suas melhores espadas elficas. Foi aonde sofrera uma grande perda. Sua esposa fora atingida por uma espada no abdômen em cima de um cavalo. Ele não pode fazer nada para ajudar. Mesmo que tinha o poder de curar o rei tinha de se salvar e viver, pois existia uma vida em seu palácio que precisava dele.

As lembranças ficaram gravadas em sua mente, e o rei forte e imbatível, se viu derrotado diante a sua perda. Ele não pode nem ao menos se despedir. Assim como seus pais morreram em batalha, ele não pode também entarra-la como eles.

Bruna A S
Enviado por Bruna A S em 26/07/2023
Reeditado em 27/04/2024
Código do texto: T7846341
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