"Meninas de Sallen" cap.1

Meados de 1692;

Trinta e quatro pessoas são executadas;

A acusação... feitiçaria;

Cidade... Salém...

Gatos, ratos, corvos e morcegos bancam os guardiães

Enquanto inflama o tacho do sortilégio

A magia negra corre à solta esta noite

O que nessa cidade não é nenhum sacrilégio

Alto lá, guerreiros eternos

Que o mestre vos aguarda

Permaneçam pois, fiéis

Que de vós será o inferno

Feitiços e pragas ardem no meio da noite

Fazendo da escuridão um presságio aflito

Mentes humanas oram e proclamam

Satã nosso Rei, venha a nós, oh! Maldito

Salém, a cidade das bruxas

Salém, os domínios do inferno

Salém, a cidade das bruxas

Salém, onde o mal é eterno

Uma carga de agouros paira sobre a cidade

Que para provar sua força malévola

Chega a desafiar a própria Trindade

Arrastando consigo legiões de demônios

Alto lá, guerreiros eternos

Que o mestre vos aguarda

Permaneçam pois, fiéis

Que de vós será o inferno

Tire você mesmo sua própria conclusão

Antes que lhe lancem um feitiço

Que o transformará de corpo e alma

Em mais um discípulo submisso

Salém, a cidade das bruxas

Salém, os domínios do inferno

Salém, a cidade das bruxas

Salém, onde o mal é eterno

capitulo 1.

"A MUDANÇA"

Mary não queria se mudar, gostava dali, porque tinham que ir para outro lugar? Mas fazer o que né? A condição da família caiu muito desde que o pai faleceu há alguns meses, então tinham que ir para uma casa menor, num lugar mais modesto, e o pior de tudo, para morar com a avó! Já era ruim o suficiente sem a avó Matilde por perto para piorar.

Não sabia porque mais Mary não gostava dela, era tão estranha, toda vez que vinha visitar a família com aquele cabelo desgrenhado, aquela cara de mal, aquela cara de bruxa... Mary se sentia estranha, incomodada, perto dela.

Ma não havia escapatória, era hoje o dia da mudança, na verdade a mudança já estava acontecendo, homens fortes e suados carregavam caixas e os móveis desmontados da família para dentro de um grande caminhão, e daqui a algumas horas Mary e sua mãe, Rita, estariam chegando na casa da avó na pequena cidade de Sallen, a alguns quilômetros de sua adorada Boston.

-Mary ande logo, ou vamos nos atrasar para o almoço, mamãe já esta nos esperando.- disse Rita tentando convencer Mary a deixar a fachada da casa.

A casa onde morou durante quinze anos, tentando convencer Mary a deixar o lugar onde fez todos os seus amigos, seus rivais, onde teve momentos de tristeza e extrema felicidade.

Olhando para o jardim, grande e com belas roseiras e tulipas, lembrava-se de quando fez quinze anos, sendo uma data muito importante não foi à escola então os amigos vieram visitá-la e trouxeram junto um grande bolo e ovos, que quebraram na cabeça de Mary e fizeram uma verdadeira farofa na cabeça da garota. Depois se seguiu uma pequena festinha em que Mary conheceu seu primeiro amor, John, foi um fracasso, jamais conseguiu algo com John. Mas mesmo assim aquela casa na rua parkson, numero 67 sempre foi o melhor lugar do mundo para Mary, e ela não queria deixa-la por nada.

-muito bem Mary venha.-chamou a mãe já dentro do carro.

-Não quero.- disse Mary sem nem ao menos sentir os lábios se moverem.

-Eu também não queria querida,- disse a mãe indo se postar ao lado da filha.- mas não temos outra escapatória, temos que ir, mas logo tudo ira melhorar e poderemos comprar outra casa para nós.

-Não quero outra, quero continuar nessa.-disse Mary agora com as lagrimas rolando pelo rosto branco.

-Não chore querida, você vai gostar de salem, é um ótimo lugar, calmo, amigável, lá todos se conhecem e se dão bem, e nós também vamos nos dar bem lá. Agora venha.

Mary deixou que a mãe a conduzisse ao carro e com um ultimo olhar para a casa onde passou sua vida, partiram atrás do caminhão de mudanças.

Viajaram por algumas horas pelas estradas de Boston até que depois de muito rodarem chegaram a entrada de uma pequena cidade.

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 01/02/2008
Código do texto: T842158