"Anos Irresponsaveis" cap.9

Capitulo 9

“TRIBE HOUSE”

- chegamos!- gritei.

- uhuhu!!- gritaram Aline e Mauricio em um coro.

Entramos na fila e quando estávamos chegando na entrada a Aline perguntou:

- tudo bem sermos menores de idade?

- bom eu olhei na internet e lá tava mostrando que era livre.-respondi displicente.

- que sorte!

Quando chegamos lá o segurança nos olhou de cima abaixo e disse:

- oh, calouros!

- Ah, não embaça cara.- falei. – como é?

- São quinze da cada.- responde ele.

Eu olhei para Aline e Mauricio que franziram as sobrancelhas, que diziam claramente: “ih, dinheiro?”

- vocês vão me pagar.- respondi, tirando do bolso quase todo o pouco dinheiro que eu trouxe.- aqui esta.- falei para o segurança.- quinze de cada um.

- ok, tenham,uma boa noite calouros.-falou ele sarcástico nos dando licença.

Quando entramos paramos extasiados com a visão que contemplávamos: estávamos no alto de uma bela escadaria, e lá embaixo se estendia um imenso salão de duas pistas onde milhares de pessoas dançavam uma musica agitada, do lado direito havia um bar que ia de ponta a ponta e ao redor de tudo havia milhares mesinhas onde varais pessoas conversavam, bebiam, fumavam, comiam, faziam sexo... EPA! FAZIAM SEXO? ISSO NÃO CONTAVA NO ESCRIPITE! SANTO DEUS, SÓ TINHAMOS VISTO SEXO NOS FILMES DO MAURICIO, epa, vocês não sabem de nada. Mas ainda sim aquilo era incrível, e não tinha só homem com mulher não , também tinha mulher com mulher e homem com homem. Incrible!

Assim que nos recuperamos do choque descemos as escadas ainda com as pernas tremendo, e nos perguntamos: e agora?

- vamos procurar o Asdac.- falei respondendo a pergunta de todos.

- Você sabe quem ele é?-perguntou Aline.

- Bem, ele disse que ia estar vestindo uma jaqueta jeans e nas costa esta escrito “dark Angel” e que ele ia estar no bar.

- Ótimo, então vamos procura-lo.- falou Aline entusiasmada.

Saímos pelo bar a fora procurando o tal asdac ate que eu avistei a jaqueta cujo dono, de costa, aparentava ser alto, forte e CARECA!

- Ai puta que pariu!- exclamei ao me dar conta da coisa.- eu não credito que é ele! Eu nunca vou conseguir falar com ele, ele vai pensar que eu sou uma otária! Ai! Como não vi o que estava escrito na jaqueta quando ele passou por nós??

- Qual é Anne, -falou o Mauricio.- você não sabia que era ele e vice e versa; e se ele pensar que você é uma otária...ele vai estar certíssimo!rsrs.

- Mauricio você não esta ajudando.-falou Aline se irritando com ele.

- Ah, não?- perguntou ele sarcástico

Ela não deu atenção a ele.

- olha Anne, não se preocupe, vai dar tudo certo. Eu vou com você ok?

- Ah, ta bom. Vamos.

Aproximei-me dele, primeiro pensei em cutuca-lo mas ai me ocorreu uma idéia melhor: e tendo mais coragem agora do que quando fui falar com o ruivo, tapei os olhos dele com as mãos e cochichei no ouvido dele:

- adivinha quem é?

- pelas mãos suaves é a Dani.- respondeu ele rindo.-mas se eu for avaliar pela bela voz é a Glau, mas se eu lembra que só marquei com uma gata eu devo dizer que é uma gata chamada Anne. Acertei?

- Acertou!- falei sorrindo, quando ele se virou.- e quem é Glau, heim?

- Ninguém tão gata quanto você.- respondeu ele.- esta sozinha?

- Não.-respondi.- estou com dois amigos.

Virei e chamei a Aline e o Mauricio.

- este é o Mauricio e esta a Aline.- apresentei.

Quando eu falei Aline o banco ao lado rodou e apareceu o belo loirao com um sorriso de cristal.

- oi.- cumprimentou ele com uma voz de elfo de senhor dos anéis, porem, no fundo da voz suave e cristalina havia um tom malicioso.

- oi.

- oi.

- oi.

- pessoal, esse é meu amigo Gustavo.- apresentou Asdac.

- sentem-se.- convidou Gustavo dirigindo-se mais precisamente a Aline. Mas Asdac nos deu assento. (Nossa, que frase feia).

- então, tudo bem?- perguntou Asdac querendo ser simpático.-querem beber algo? Ah, sim, Mauricio né? Eu fiz uma surpresa para você, só não sei se você vai gostar.

- O que é?- perguntou Mauricio intrigado.

- Oh jeni! – gritou Asdac.

Uma garota da nossa idade apareceu usando um shortinho com meias arrastão e botas.

- Mauricio, esta é a jeni.- apresentou Asdac.- Jeni este é o Mauricio. Divirtam-se!

Mauricio a olhou de cima a abaixo, e ela fez o mesmo.

- oi.- disse ele por fim.

- olá.-respondeu ela com uma voz sedutora demais para sua pouca idade, mas que combinava com suas roupas atrevidas, a maquiagem que a deixava mais velha e sedutora e com seu corpo abundante. Entendem? Ela não era gorda, mas tinhas seios e bumbuns grandes, coxas grossas e cinturinha fina.

Ele a convidou a se sentar, nossa estou falando difícil, né?

Mas em todo caso, eles, assim como a Aline e o Gustavo, conversaram por algum tempo ate que resolveram entrar no ritmo do rock eletrônico e foram dançar.

Eu e o Asdac ficamos no bar conversando por algum tempo:

- você é mais bonita do que eu pensei, - disse ele.

- Obrigada. Você também é lindo e parece ser muito gostoso.

“Santo Deus, eu falei uma obscenidade dessas?!”

- se você quiser pode me provar.- respondeu ele com um sorriso safado.

Eu sabia do que ele estava, obviamente, falando de sexo, mas eu não ia entrar nessa: eu só tinha quinze anos e provavelmente nunca mais eu o veria. Eu não sou muito feminina sabe, não tenho aquelas frescuras das outras garotas, mas assim como elas, pelo menos as decentes, eu não queria dar para um cara qualquer. Não, eu queria que minha primeira vez fosse com alguém que ficasse comigo para sempre, ou ao menos por mais tempo que uma noite. Não um qualquer.

Mas eu não ia perder a oportunidade de prova-lo. Então o beijei.

Ficamos presos nesse e em outros beijos por um bom tempo, ai então com nossos espíritos já aquecidos fomos dançar.

Dançamos por algum tempo, entre amaços e beijos, e também umas pegadinhas aqui e ali. Os olhos dele não desgrudavam de mim, e eu resolvi dançar da maneira mais sedutora possível, jogando meus cabelos de um lado para o outro, balançando os braços e mexendo os quadris. Eu queria deixar ele louco. Nos beijamos muito durante a dança e assim ficamos, em uma dança quente e sedutora por horas sem conta.

E quando a vigésima, trigésima, quarta musica acabou eu tive que ir ao banheiro, pois o excesso de liquido fazia efeito.

No caminho adivinhem só que eu encontrei vermelha como uma camarão, suada feito corredor da São Silvestre e mais feliz que criança no natal? Bingo!

- Aline mona, o que aconteceu com você? Que cara é essa menina?

- ah, é a cara da felicidade menina!- respondeu ela dando pulinhos.- eu nunca me diverti tanto na vida, nunca dancei tanto, nunca vi pessoas tão maneiras e nunca BEIJEI tanto!

- Aaahhh!!! Vocês se beijaram?!?!

- E muito! Nossa, ele é maravilhoso: estávamos dançando ai ele me puxou pela cintura, me olhou nos olhos, falou que eu era linda e Vuallá! Me beijou! Aahh!!!

- Ah, parabéns garota, é isso ai, hoje a noite é sua, beije MUUUITO!!

- Ah, obrigada! Onde você estava indo?

- No banheiro.

- Ah eu também vou. Vamos. Mas e você, o que fez com o Asdac?

- O mesm...

Mas o que eu e o Asdac fizemos ficou só entre nós, porque quando entramos no banheiro quase quebramos o salto e perdemos o dom da fala. Na grande pia de mármore havia de tudo: mulheres retocando a maquiagem, fumando, conversando, se beijando, penteando os cabelos e também havia uma loira que estava sentada na pia de pernas abertas fazendo caras e bocas de prazer. MEU DEUS! Uma mulher de cabelos verdes estava CHUPANDO ela! Oh my god!

- eu vou nesse aqui!- disse Aline entrando rapidamente no box vazio ao nosso lado.

Eu fui ao lado.

Quando saímos procuramos uma pia “vaga” para lavar as mãos, porque não íamos sair daquele banheiro sem lavar as mãos.

A única livre ficava ao lado das lésbicas, fomos lá né, fazer o que?

- primeiro você.- falei para Aline dando a passagem a ela.

Eu fiquei logo atrás dela observando as lésbicas.

A coisa ali parecia estar boa, a loira gemia alto e estava com uma cara de prazer extrema. Toda vez que eu via uma cena dessas nos filmes do Maurício, opa falei de novo, eu me perguntava se era bom; mas pela cara da loira com certeza era.

Mas eu acho que olhei demais porque de repente a loira olhou para mim e disse:

- quer um pouco?

- Que?! Não, não, me desculpe,não queria atrapalhar, eu só estava olhando. Desculpe!

A mulher de cabelos verdes levantou a cabeça e me olhou.

- é claro que ela quer.- disse ela.- olha só a cara dela.

- Não. Por favor não. Eu já disse, só estava olhando. Desculpe!

- Venha aqui.-chamou a loira.

Primeiro eu não me mexi, ai dei dois passos para ela.

- tem namorado?-perguntou ela.

- tenho.-respondi de imediato.

- que pena!-suspirou ela melosa.

E antes que eu pudesse fazer algo ela me puxou pela cintura e me beijou.

Eu já havia beijado uma mulher antes: na verdade tinha sido minha prima. Foi horas depois do meu primeiro beijo, eu disse a ela que não tinha gostado do beijo, que meninos beijavam mal, ai ela disse que meninas beijavam bem e nos beijamos e foi muito bom. Porem, daí veio o medo de ser lésbica, o que minha mãe diria se eu fosse lésbica? A vergonha? A zoeira? Céus, eu não podia ser lésbica, eu gostava de homens, estava decidido, e meus desejos de ter mais e outras coisas que ficassem quietos.

Mas em verdade voz digo, eu não tentei escapar do beijo.

Ela beijava bem, a língua dela era experiente e sabia como agarrar a minha; porem, antes que eu pudesse degustar melhor o beijo uma outra língua entrou em minha boca e nos deliciamos em um delicioso beijo triplo. E cá entre nós, esse beijo triplo foi um dos melhores de minha vida cheguei a conclusão de que não importava o que iam dizer ou pensar, desde que eu gostasse (e eu estava amando), os outros nunca iriam importar.

Quando eu voltei ao bar a Aline não estava lá, ela não ficou me esperando.

- nossa finalmente!- exclamou Asdac sorrindo ao me ver.- tudo bem?

- a Aline não falou o que aconteceu?-perguntei.

- Não, ela não disse nada.

“Ótimo, se ela não contou, eu também não ia contar.”

- é que umas mulheres chapadas me encurralaram e desataram a contar caso. Mó saco.

- Só...então, quer beber algo?

- Quero, claro.

- Ei me dá duas vodcas.-pediu ele para o cara do bar e tirou um cigarro do bolço.

- Você fuma?-perguntei.- ah, é claro que fuma. Dar!Tem cada pergunta.

- Rsrsr. É fumo sim. Quer um trago?

Minhas antigas tentativas com o cigarro foram vergonhosas: eu sempre me engasgava com a fumaça só faltava morrer de tucir. Mas dessa vez eu não ia me engasgar, não ia pagar esse mico na frente dele.

Peguei o cigarro e puxei, quer dizer, traguei, (isso não é maconha) prendi e soltei. BINGO!

Consegui. Aproveitei a boa fase e fumei o cigarro todo, e depois mais uns ...ah, sei lá, alguns.

Bebemos, conversamos, beijamos e amaçamos e fomos dançar mais um pouco.

Vocês devem estar se perguntando o que aconteceu com a criatura denominada Mauricio, né? Bem, quando estávamos indo para a pista eu o vi agarrado com a “prima jeni” num vulco-vulco daqueles.

“AH MOLEQUE!”

A música estava extremamente dançante e eu e o Asdac dançamos até o dia raiar, só nos beijos e demos umas pegadas ao puts-puts do rock eletrônico.

Eu e o Asdac rodamos a pista inteira, e em uma dessas rodadas fomos parar perto das mesinhas,e em uma delas estava Aline e o Gustavo. Estavam em uns amaços monstros, ela sentada no colo dele e ele pegando nos cabelos dela, um vulco-vulco danado, eu só espero que eles não tenham ido muito longe nisso.

Dançamos por muito tempo e antes de irmos embora tomamos mais uns drinks para refrescar; e usando esse pretexto, de excesso de liquido, fui novamente ao banheiro, na esperança de ver e me despedir das “minha amigas”, mas elas não estavam lá. Que pena!

Quando saímos a avenida já bombava de carros, e o sol estava forte, apesar de ainda ser cedo.

- ai meus ouvidos !-exclamou Mauricio tampando os olhos.

- Ouvidos?- perguntou jeni.

- É, eu tenho miopia, meus olhos não enxergam nada.

Não dando atenção a eles, Asdac me chamou a um canto e disse:

- Foi uma noite maravilhosa. Eu devo te confessar que no começo eu só estava interessado em sexo, mas foi bem melhor ficar assim: só nos amaços e beijos, e também foi muito bom conversar com você. Espero que algum dia possamos repetir a dose. Você é muito legal!

- Claro.

E ultimo beijo para fechar a noite.

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 04/02/2008
Reeditado em 06/04/2009
Código do texto: T845604