Samba de Homenagem

Me disseram que o samba acabou, amor,

Mas o samba, amor, não pode acabar.

Que o samba já estava ultrapassado,

Que era coisa do passado,

Pra eu sambar em outro lugar.

Mas eu disse a eles que era mentira, amor

Que o samba jamais pode morrer

E o samba, amor, é a maior beleza

E se ele morre, com certeza

O meu povo vai com ele.

Pois o samba é a beleza dessa vida,

Dessa gente tão sofrida

Que insiste em viver.

Me disseram que o samba era mais triste, amor,

Que o samba agora é mais feliz...

Que o samba é mais alegre, eu concordo,

Mas com essa eu discordo

De que o samba é menos triste

A tristeza que é do samba a beleza,

Na favela, com certeza,

Vá ver que ainda existe.

Quando a favela virar lar decente,

E a tristeza for carente,

Aí que o samba morre, sim!

Se a tristeza do meu samba acabar, amor

Se ela acaba, não tem mais o que contar

Se acaba a tristeza da favela

O homem rico, benza ela!

Não tem onde ganhar.

Se o homem rico chora de tristeza

Há motivo, há beleza,

Mas não há o que sambar!

Se o homem rico chora de tristeza

Há motivo, há beleza,

Mas não há o que sambar!