Noite Santa (Coisas da Vida)

É nessa hora

Tão crucial

Que a gente cresce,

Vira um mortal.

Juntando os cacos,

Curando as feridas:

Coisas da vida.

É quando o vento

Da triste madrugada,

Nos fazem homens,

Nos fazem quase nada.

Juntando os cacos,

Curando as feridas:

Coisas da vida.

Noite Santa,

Sede é tanta,

Dor tamanha

Pra juntar.

É quando a mágoa

Não te abandona

E o medo insiste

Em vir à tona

Juntando os cacos,

Curando as feridas:

Coisas da vida.

É quando o apelo

Não é ouvido;

Não há mais graça

E nada faz sentido.

Juntando os cacos,

Curando as feridas:

Coisas da vida.

Noite Santa,

Fome é quanta,

Mais que tanta

Pra levar.

A voz envelhece,

A razão adormece

E haja prece pra rogar

Pelo teu juízo

Pra reclamar

O meu prejuízo.

Juntando os cacos,

Curando as feridas:

Coisas da vida.

Noite Santa,

Sede é tanta,

Dor tamanha

Pra juntar.

Noite Santa,

Fome é quanta,

Mais que tanta

Pra levar.

Bento Verissimo
Enviado por Bento Verissimo em 08/10/2008
Código do texto: T1218133
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