Cine Largo

E sigo meu caminho tão atento ao som de um blues,

Em ruas tão estreitas que me levam a pensar,

Se já estou cercado de vontades, é um convite, sim.

Tão cheio de sarcasmo, sigo rindo, hoje vou gozar.

E já a meia-noite o esperado vira um cinema,

Um trash, ou lado B tomado de erotismo e terror,

A crua realidade; vou vivendo e logo me envenena,

O lado underground da cidade tem o melhor sabor.

Os melhores momentos que observo tão aleatórios,

Vendo brigas de ruas ou senhoritas a se oferecer,

Os bares sempre abertos e a cerveja um preço amigável,

O instinto despertando fazendo o monstro aparecer.

Olhando para todas, tenho escolha mesmo embriagado,

Os trocos que me restam são tomados em troca de favores,

Não! Não!

Jogado a parede, tão excitado, eu sou como um brinquedo,

Filmando aquela cena, tão expressivo, viro um ator.

Exausto e relaxado um sorriso escapa tão sem graça,

Completo o serviço, ela se retira lentamente,

Jogado pelo chão, tenho dificuldade ao levantar,

Seguindo meu caminho, ao som de um blues, vivendo um passo a frente.

Hugo Cesar
Enviado por Hugo Cesar em 30/12/2008
Reeditado em 11/06/2018
Código do texto: T1360465
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