Fe

Tudo bem se você não entende seus velhos /

Nosso banho de chuva e brincadeira na lama /

Não é perigoso, não pode ser sério /

Tudo bem, se a gente ficar essa semana de cama /

Até pode ser legal ler bulas de remédio e tossir /

Tudo bem, não adianta nada calar e sair /

Eles vão dizer: - eu avisei você, cuidado /

Só fala que não temos medo de resfriado /

Tudo bem, olha, sujamos toda a casa/

Dois passarinhos, e um ninho, embaixo do telhado/

Depois de tudo você vem e me abraça/

E de tantas palavras, aliso teu rosto e só digo -“obrigado!”/

Tudo bem, se você não entende seus velhos/

Tudo bem, eu também/

E hoje quem junta as folhas secas e varre a calçada?/

Chega de chorar, e se esconder/

Eles nunca vão nos entender/

Tudo bem se eles não gostarem das cores na parede/

Tudo bem se a gente nunca acerta as receitas/

Lembro de todas as medidas sempre/

Mas no fim, lanche pronto é a solução perfeita/

Hei! Vazamento! Será de quantos dias?/

Tudo bem se a cozinha encheu de água,

Liga o rádio, trago o violão, canta algumas melodias/

Tudo bem, chega de chorar/

Tudo bem, eu também/

Não devia ser tão simples, eu sei que é estranho/

Tudo bem, chega de chorar/

Tudo bem, eu também/

Vem cá, na janela, essa carinha de sono/

Depois de um dia tão quente/

Sente esse vento e descansa um pouco/

Tudo bem se eles nunca vão nos entender/

Tudo bem, eu também, te amo.

E tudo bem se eles nunca vão poder conhecer/

Nosso pequeno mundo, quase perfeito/.

ANDREWNS
Enviado por ANDREWNS em 14/04/2006
Código do texto: T139064