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Tudo bem se você não entende seus velhos /
Nosso banho de chuva e brincadeira na lama /
Não é perigoso, não pode ser sério /
Tudo bem, se a gente ficar essa semana de cama /
Até pode ser legal ler bulas de remédio e tossir /
Tudo bem, não adianta nada calar e sair /
Eles vão dizer: - eu avisei você, cuidado /
Só fala que não temos medo de resfriado /
Tudo bem, olha, sujamos toda a casa/
Dois passarinhos, e um ninho, embaixo do telhado/
Depois de tudo você vem e me abraça/
E de tantas palavras, aliso teu rosto e só digo -“obrigado!”/
Tudo bem, se você não entende seus velhos/
Tudo bem, eu também/
E hoje quem junta as folhas secas e varre a calçada?/
Chega de chorar, e se esconder/
Eles nunca vão nos entender/
Tudo bem se eles não gostarem das cores na parede/
Tudo bem se a gente nunca acerta as receitas/
Lembro de todas as medidas sempre/
Mas no fim, lanche pronto é a solução perfeita/
Hei! Vazamento! Será de quantos dias?/
Tudo bem se a cozinha encheu de água,
Liga o rádio, trago o violão, canta algumas melodias/
Tudo bem, chega de chorar/
Tudo bem, eu também/
Não devia ser tão simples, eu sei que é estranho/
Tudo bem, chega de chorar/
Tudo bem, eu também/
Vem cá, na janela, essa carinha de sono/
Depois de um dia tão quente/
Sente esse vento e descansa um pouco/
Tudo bem se eles nunca vão nos entender/
Tudo bem, eu também, te amo.
E tudo bem se eles nunca vão poder conhecer/
Nosso pequeno mundo, quase perfeito/.