Velhos Hábitos

O grão da comida,

O cheiro do pão,

O gozo da vida,

O sim depois do não.

O beijo da manhã,

A manha do bocejo,

As mãos de tecelã,

O vil desejo.

Carne nossa de cada dia,

Leve pulsar

Da doce ferida

Que dói por amar.

São pores passados.

Tão velhos, já súbitos;

Tão recôntidos, já fartos;

Tão dizimados hábitos.

Bento Verissimo
Enviado por Bento Verissimo em 26/01/2009
Reeditado em 20/04/2009
Código do texto: T1406274
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