Fado falado, mas trinado

Nas tavernas do desencontro

Uma guitarra cansada

Gemia com suas cordas

Nas mãos de um rúfia,

como um quadro de Almada

Na boca da Rosa Maria

Um fado trinado surgia

Profundo, sentido, amado

Tal como este fado

Que na minha alma havia.

Nas vielas de Alfama

O chico do 'Caixoné'

Com sua beata apagada

Limpava as suas unhas

Com a navalha afiada

E é nesta Lisboa que eu amo

De varinas e pregões

Onde o fado é cantado

Aos amores ás tradições

Eu faço um fado falado

sussurrando aos corações

Alma Lusíada
Enviado por Alma Lusíada em 18/04/2006
Reeditado em 18/04/2006
Código do texto: T141066