Medo

Não quero ser mais um frustrado

guardado em um quarto

esperando a vida acontecer

Competindo com quem não ficou parado

não quero ficar no escuro nem no claro

quero meia luz, para andar cego e desvendado,

quero paixões e estradas para ter amores e empregos.

Tenho a glória de chorar

e assim vou crescer sem medo.

Não quero ser mais um romântico

sem desculpas para o café amargo

acreditando nas verdades do inimigo

trabalhando esperando o domingo.

Quero me viciar em liberdade

vou ficar são,

que seja então por minha vontade

pode até ser vaidade

esse gosto pelo acaso,

deixando um estrago sem ver

fazendo o tempo acabar mais rápido

deixando a duração ordinária da vida,

mais divertida.