De Apelido Major, Policarpo Quaresma

Eu vou lhes contar uma estória

Do moço que viveu em vanglória

Não major, Policarpo Quaresma

Republicano, patriota e palerma

Quis abdicar a língua portuguesa

Por uma língua brasileira

O conselho do país não quis

Impor esse tal de tupi-guarani

Pra que tupi-guarani, tupi-guarani, tupi-guarani

Pra que tupi-guarani, tupi-guarani, tupi

Nas ruas o povo fez revolução

E o militarismo deu a repressão

Enquanto o major estava no hospício

Porque escreveu tupi num oficio

Seu amigo Ricardo com clareza

Lhe ensinava a música brasileira

Ritmando a poesia que quis

Tocando violão em homenagem ao país

Seus amigos riam de suas proezas

Enquanto a irmã falava suas certezas:

“Se veste com as cores da própria

Bandeira do Brasil, deixe de ser idiota”

Pra que ser patriota idiota, patriota idiota, patriota idiota

Pra que ser patriota idiota, patriota idiota, patriota

Saiu da cidade para um sítio

Pois só lá se amostrou o bom convívio

Mas pela guerra voltou até a cidade

Ficou ferido, vivo e em liberdade

Promovido a cuidar de uma prisão

Quis mudar toda má situação

Foi preso pela aquela velha tropa

Via que ia morrer um bom patriota

Pra que ser patriota idiota, patriota idiota, patriota idiota

Pra que ser patriota idiota, patriota idiota, patriota

Pra que tupi-guarani, tupi-guarani, tupi-guarani

Pra que tupi-guarani, tupi-guarani, tupi

Preparar, apontar, fogo!

Lucaçaí
Enviado por Lucaçaí em 25/03/2009
Código do texto: T1505257
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