Nem Soneto, Nem Troça

Eu tou atrás de Deus

E tu querendo os braços meus.

Toda essa minha covardia

À tua tentação que um dia

Todo meu corpo rendeu.

Eu tou querendo Deus

E tu atrás dos olhos meus.

Cá nessa doce danação,

Rogando louco a redenção

Desse pecado meu e teu.

A culpa é minha,

A culpa é nossa,

Do teu andar cheio de bossa.

Nada eu tinha

Pra seres minha;

Nem soneto, nem troça.

Eu tou atrás de Deus

E tu querendo os braços meus.

Toda essa minha covardia

À tua tentação que um dia

Todo meu corpo rendeu.

Eu tou querendo Deus

E tu atrás dos olhos meus.

Cá nessa doce danação,

Rogando louco a redenção

Desse pecado meu e teu.

A boca que cala,

E o céu que intercala,

E o corpo é perfeito.

Não tem mais jeito

Para esse sujeito

Que aqui vos fala.

Eu tou atrás de Deus

E tu querendo os braços meus.

Toda essa minha covardia

À tua tentação que um dia

Todo meu corpo rendeu.

Eu tou querendo Deus

E tu atrás dos olhos meus.

Cá nessa doce danação,

Rogando louco a redenção

Desse pecado meu e teu.

Nesse carnaval

Não há bem ou mal,

Nem pele, nem coração.

Mãos em oração,

Carne e tentação,

Areia, grão e sal.

Eu tou atrás de Deus

E tu querendo os braços meus.

Toda essa minha covardia

À tua tentação que um dia

Todo meu corpo rendeu.

Eu tou querendo Deus

E tu atrás dos olhos meus.

Cá nessa doce danação,

Rogando louco a redenção

Desse pecado meu e teu.

Bento Verissimo
Enviado por Bento Verissimo em 11/05/2009
Código do texto: T1587006
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