Nelore vale mais que a gente

Patrão prenda o seu gado

Que eu acabo de chegar

Com uma vontade dos diabos

Da igualdade roubar

Justiça só na vingança

Chega de alimentar

A esperança é eleitoreira

Muda tudo se ganhar

O empate é o meu jogo

Mais ta duro chegar lá

Roubaram tanto o meu povo

Que não tenho donde tirar

Minhas dividas transbordando

Nome em pau de galinheiro

Eu ainda me abandono

Ou me perco por inteiro

Cabeça de nelore

Vale mais que gente

Quando eu disco por socorro

A injustiça é quem atende

E desce a lenha na gente

Sapeca o couro da gente

Me arranca na porrada

o que sobrou dos dentes

E a gente Sente

Mais não pode gritar

A gente Chora

Mais não pode reclamar

To no mato sem cachorro

grosso feito o sul

Não sou nelore

Nem fazendeiro

sou apenas mais um

Preto pobre a margem

Que acaba de se fu

Marco Cardoso
Enviado por Marco Cardoso em 20/07/2009
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