Meninos de brinquedo

Pá!

Pou!

Lá está o menino da favela

O garoto do asfalto

As meninas fino trato

Circulando

Entre os ratos do esgoto

Arghhh!

Um, dois, três

Já são mais de trinta e oito

Nem chega a fazer dezoito

De A a K, aqui e lá

Na favela, no asfalto

Os meninos não tem rosto

Que pena!

Que pena!

Que pena!

Quero de volta os meninos da cidade

Sorrisos, amigos

Meninos!

Meninos donos de sua liberdade.

Que pena!

Que pena!

Que pena!

Estamos presos pelas ruas da maldade!

Pá!

Pou!

Lá de vão os meninos de brinquedo

Dizem que não tem medo

Olha o corpo lá no chão

Dizem então que não tem mais opção

Ou VASA ou VALA!

Ou VASA ou VALA!

Rala!

Rala!

Rala!

Sai correndo meu irmão!

Pá!

Pou!

Lá esta a triste marca

Hipocrisia social

Dr. fulano de tal

Vai resolver essa questão!

Pá!

Pou!

Lá se vai o tal doutor

Demorou na decisão

Burocracia, papel, sociologia

Libera a verba, tira a minha comissão

Ibge, boletins, estatística

Que pena!

Que pena!

Que pena!

Tarde demais

Mais um na vala

E outro la na prisão!.

angela soeiro
Enviado por angela soeiro em 11/06/2006
Código do texto: T173265